Dizíamos que, nesta série de aulas, nossa pretensão é fazer uma verdadeira síntese da nossa vida cristã — um enfeixamento da moral, da dogmática, da ascética, da teologia da graça, da história da Igreja, da vida dos santos e do Magistério com a nossa vida cotidiana.
Já falamos sobre a nossa vocação para participarmos da natureza divina. Porque era difícil esclarecer o conceito de “natureza”, falamos então da felicidade: há a felicidade do cãozinho, a nossa felicidade e a felicidade própria do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se um cachorro quisesse participar da nossa felicidade, ele teria de passar por uma mudança substancial; o bicho teria de ser elevado da natureza canina para a natureza humana. Conosco aconteceria algo análogo: a fim de participarmos da natureza divina, precisaríamos ser elevados.
Digamos desde já que esta é a grande miséria do protestantismo: eles não creem nessa transformação [1]. Para os protestantes, Deus salva o homem pecador por meio de um decreto. O Céu seria como um homem que, almejando ter um filho, adota um cãozinho do canil e o coloca em um berço de criança, com toda a dignidade de um ser humano recém-nascido. Contudo, a...



















