Como Rod Dreher observa em seu recente livro Live Not By Lies: A Manual for Christian Dissidents [Não Viva de Mentiras: Um Manual para Cristãos Dissidentes, sem tradução para o português], ideologias perversas podem conquistar civilizações inteiras simplesmente porque a maioria das pessoas escolhe viver de mentiras, mesmo que não acredite nelas, simplesmente porque isso é mais fácil. O ódio ameaça as sociedades — a apatia as destrói. Por isso, enquanto uma minoria barulhenta e muito poderosa nos Estados Unidos concorda com a agenda transgênero, a vasta maioria da população simplesmente não se incomoda em protestar. Isso é assim, em boa parte, porque estes movimentos não impactam o nosso dia a dia — até, de repente, impactarem.

É óbvio para qualquer pessoa com olhos e um córtex pré-frontal em funcionamento que o movimento trans está tirando sarro de todos nós. Mas, mais especificamente, está tirando sarro das mulheres. São as mulheres que estão sendo forçadas a dividir vestiários e banheiros com suas “irmãs” de gogó; são as mulheres que saem arrasadas de eventos esportivos; e, parece loucura, são as mulheres que, em essência, têm de ouvir que homens biológicos são melhores em ser mulheres do que elas mesmas.

Por exemplo, um homem que se identifica como mulher — Kataluna Enriquez — foi coroado Miss Nevada, deixando fora do páreo 21 concorrentes femininas no ringue da beleza. E como você acha que a grande mídia reagiu a este novo patriarcado drag? A NBC o chamou “uma vitória histórica”. O Courier Mail o chamou “uma bela e extraordinária rainha”. O Entertainment Weekly despejou um “está fazendo história”. Grupos LGBT celebraram amplamente este salto adiante em sua revolta cultural, e é fácil dizer por quê.

Penso que concursos de beleza são, em geral, shows de exploração e pornografia soft, mas acontece que até mesmo esse bastião de objetificação feminina pode ser colonizado por homens — não como guarda-costas, mas como “moças”.

Mas a coisa ainda vai piorar. Um sujeito chamado Oli London, um influenciador britânico que é obcecado pelo astro K-pop Park Jimin, decidiu passar por uma série de cirurgias plásticas grotescas a fim de se transformar num sósia de Jimin. Tendo-se convertido numa paródia perturbadora de seu ídolo, ele agora se apresenta em público como um coreano não-binário

Digamos o óbvio: ele é um inglês branco. Mas porque lhe disseram que um homem pode tornar-se mulher com um retoque aqui e ali, ele — muito compreensivelmente — acredita ter-se transformado num coreano de gênero indistinto.

Ele postou um vídeo proclamando sua nova identidade: 

Eu me identifico como coreano. Esta é a minha cultura. Esta é a minha terra natal. É exatamente o que pareço agora. Eu também me identifico como Jimin, e este é o meu nome artístico. Eu sei que isso pode ser um pouco confuso para as pessoas — ninguém nunca se revela como coreano, mas isso é uma coisa que vocês sabem, se me acompanharam em minha jornada. Nos últimos oito anos, eu realmente lutei com problemas de identidade, com aquilo que sou… Eu finalmente passei por minha cirurgia de transição racial.

É desnecessário dizer que houve um monte de reações negativas — mas os críticos dele não têm muito onde se apoiar. Eles passaram os último cincos anos, mais ou menos, criticando vigorosamente quem quer que discordasse da premissa de que você pode escolher sua própria identidade e moldar-se a si mesmo dentro dela, e não há razão lógica pela qual um homem pode tornar-se mulher, mas um homem branco não pode tornar-se coreano. Oli respondeu dizendo basicamente o seguinte: 

Se você pode ser transssexual, você também pode ser TRANSRACIAL. Por que têm dois pesos e duas medidas e são tão hipócritas as pessoas que me criticam por ser coreano (sic). É o mesmo caso de alguém que nasceu no corpo errado e deseja virar um homem ou uma mulher. Eu, de fato, nasci no corpo errado.
O jovem inglês Oli London, com a máscara de seu ídolo pop coreano.

Ele chega a dizer que tomou coragem graças a todos os que têm “saído do armário” e se identificado como os vários e diversificados membros do “clube do alfabeto”, e que também ele gostaria de aproveitar o Mês do Orgulho [LGBT] para fazer sua revelação. London passou por 18 cirurgias plásticas (o que fica muito, muito à vista), usa o mesmo linguajar que as pessoas trans usam e afirma ter-se “sentido bonito pela primeira vez”. Ele diz que antes se sentia preso no próprio corpo. Ele chega até mesmo a anunciar seus próprios pronomes. Em seguida, encoraja outros que se identificam como coreanos, japoneses ou qualquer outra etnia a seguir seus passos e revelar-se em público. Afinal, por que não? Como seria possível que alguém se opusesse, depois de todas as coisas que nos têm enfiado goela abaixo ao longo da última década?

Eu pensei que o vídeo de London seria uma espécie de sátira, mas não foi. Ele parece muito doentio, e ele não parece coreano — ele parece ter sofrido um assalto e recebido no processo uma boa surra. Se eu não tivesse visto por mim mesmo as notícias e assistido à sua revelação, pensaria que ele estava apenas de brincadeira — ou, quem sabe, até mesmo “trolando” o movimento trans

Mas ele não está. Ele fala realmente a sério. Nossa cultura degradou-se ao ponto de um jovem inglês passar por 18 cirurgias plásticas, insistir em que é um coreano não-binário e, por fim, usar os argumentos que governos ocidentais têm estado ocupados em transformar em lei nos últimos anos para alertar as pessoas de que é melhor não tirar onda com a cara dele.

Assistir ao vídeo da revelação de Oli London é como ver uma tragédia desenrolar-se em tempo real — e ele, infelizmente, é apenas um microcosmo para uma legião de jovens tão confusos, feridos e iludidos como ele próprio.

Notas

  • Os bonecos personalizados acima são dos integrantes da banda coreana BTS — entre os quais está Park Jimin, o cantor com quem Oli London quer se parecer. 

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