Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 14, 6-14)
Naquele tempo, Jesus disse a Tomé: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes".
Disse Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!" Jesus respondeu: "Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: 'Mostra-nos o Pai'? Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. Acreditai-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei".
Na tarde da Sexta-feira Santa, quando a Igreja toda viu-se reduzida ao coração de Maria Santíssima, junto com o Mestre crucificado morreu também a fé dos Apóstolos. Por isso, ao ressurgir dos mortos, Cristo quis manifestar-se aos discípulos não apenas para dar cumprimento ao que profetizavam as Escrituras, mas também para ressuscitar a fé dos Onze. "Com o rosto sombrio" (Lc 24, 17) e desencantando, aqueles varões chamados a ser colunas da Igreja (cf. Ef 2, 20) precisavam, voltando à vida da fé, tornar-se testemunhas especialíssimas da Ressurreição, a fim pregarem a toda criatura que Jesus Cristo é o Senhor.
Ora, para suscitar e confirmar-lhes a fé, durante os quarenta dias precedentes à Ascensão Jesus apareceu-lhes "de outra forma" (Mc 16, 12). Com efeito, embora real e autêntico, o seu corpo ressuscitado participa agora e para sempre das glórias da sua divindade: não está mais sujeito às limitações do espaço e do tempo, "mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai" (CIC 645; cf. Jo 20, 17), de modo que São Paulo lhe pode chamar "o homem celeste" (1Cor 15, 35-50; cf. CIC 646).
É justamente sobre essa fé, que o Ressuscitado pôde fazer renascer no espírito dos Apóstolos, que está fundada a Igreja Católica, sempre atenta à palavra daqueles que constituem as suas Doze colunas. Hoje, festa de São Filipe e São Tiago, renovemos o nosso compromisso de sincera fidelidade à santa Madre Igreja; preenchamos este dia com frequentes e profundos atos de fé tanto na Ressurreição de Nosso Senhor quanto nos ensinamentos que recebemos daqueles que O viram cara a cara, ressuscitado e incorruptível, soberano e vencedor da morte.
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