Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 1-9)
Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’”.
Jesus Cristo quis que a sua Igreja, sacramento universal de salvação e verdadeira sociedade hierárquica, perdurasse ao longo da história até o Fim dos Tempos. Por essa razão, escolheu doze dentre os seus discípulos para estarem com Ele e testemunharem diante dos homens o fato da Ressurreição. No entanto, com a morte dos Apóstolos, a fim de que se perpetuasse a fidelidade ao Evangelho, era necessário que as novas gerações cristãs, que não viram a Cristo diretamente, se mantivessem sempre fiéis à fé e à doutrina apostólicas. Foi por isso que os Apóstolos, por ordenação divina, deixaram sucessores encarregados de transmitir e resguardar o sagrado depósito que o Senhor lhes tinha confiado. Trata-se dos bispos, que sucedem os Apóstolos, antes de tudo, na vida e na entrega à Igreja, ou seja, deixando tudo o que têm para seguir a Cristo (cf. Mc 10, 21); sucedem-nos, em segundo lugar, quanto ao poder de ensinar, reger e santificar os membros do Corpo de Cristo, alimentando-os com a doutrina e os sacramentos e conduzindo-os ao Reino celeste que está à nossa espera. Fazem-no, porém, com autoridade recebida de Cristo, isto é, como administradores bons e fiéis, cuja missão é cuidar de uma Igreja e de almas que são propriedade do Senhor. — Que os bispos S. Timóteo e S. Tito, cuja memória hoje celebramos, roguem por nós do alto do céu e, por sua intercessão, dêem ao nosso episcopado a graça de uma perfeita fidelidade ao seu próprio ministério.
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