Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 32-38)
Naquele tempo, apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”.
Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”
No Evangelho de hoje, Nosso Senhor expressa todo seu amor para com o povo de Israel, providenciando-lhe bons pastores. Tal realidade está expressa de forma sucinta no último versículo da passagem paralela de S. Marcos: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6, 34). Essa frase apresenta-se como um eco de fatos ocorridos com o povo de Deus no Antigo Testamento. No livro dos Números, quando Moisés estava prestes a morrer, Josué é escolhido como seu sucessor, a fim de que o povo de Israel não fosse “como um rebanho sem pastor” (Nm 27, 17). Posteriormente, quando Israel estava sob o reinado de Acab, o profeta Miquéias afirmou que todo o povo estava disperso “como um rebanho sem pastor” (1Rs 22, 17). Assim, desde o Antigo Testamento, o povo de Deus andava errante, sem alguém que o conduzisse por caminhos seguros. E é justamente nos Apóstolos, escolhidos por Cristo depois de toda uma noite de oração (cf. Lc 6, 12-16), que ele encontra os pastores de que precisava, mas debalde buscara nos escribas e fariseus, que viam os fiéis serem roídos pelos demônios: “Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio”, sem terem outra reação além de recriminar Jesus por se dispor a libertá-los: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Oremos, pois, para que o coração dos nossos pastores, sucessores que são dos Apóstolos, seja configurado ao Sagrado Coração de Jesus, a fim de que, como Ele, que é o Bom Pastor, também eles derramem seu sangue pela salvação do rebanho que lhes foi confiado, e não sigam o exemplo dos fariseus e mestres da Lei, que olham mais para os próprios interesses do que para as necessidades espirituais das almas: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita”.
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