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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 19, 16-22)

Naquele tempo, alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo como a ti mesmo”.

O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?” Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.

Celebramos hoje a memória de um grande pontífice, o Papa São Pio X. Ao lembrarmos essa figura heróica que enfrentou os males internos da Igreja, nós podemos fazer uma reflexão sobre qual é o tipo de pastor que a Igreja realmente necessita no nosso tempo. 

Em primeiro lugar, quem foi São Pio X? Seu nome de batismo era Giuseppe Sarto, nascido no Vêneto, no nordeste da Itália. Ele é um exemplo extraordinário, porque seguiu um percurso ordinário de uma vida sacerdotal: primeiro foi pároco, depois bispo, cardeal, e chegou a Papa. Conhecendo a realidade de uma paróquia, ele pôde desenvolver um verdadeiro espírito de pastor, muitas vezes ignorado por algumas pessoas que odeiam São Pio X, pela caricatura que têm dele.

Para algumas pessoas, São Pio X é simplesmente o Papa que combateu o modernismo e, portanto, que não preparou a Igreja para o diálogo com o mundo moderno. Mas é preciso entender o seguinte: foi exatamente o diálogo com o mundo moderno que fez São Pio X combater o modernismo, porque o mundo moderno é o mundo no qual as almas se perdem porque não conhecem a verdade, e não têm acesso ao Evangelho de Cristo.

O que foi esse modernismo que São Pio X tanto combateu? Foi um vírus introduzido dentro da Igreja de tal forma que o Evangelho inteiro, ou seja, todos os dogmas da fé, todo o ensinamento moral da Igreja, toda a forma de a Igreja ler as Sagradas Escrituras e viver a tradição e a liturgia, tudo isso foi infectado por esse vírus chamado modernismo. Sua finalidade era bem específica: transformar a Igreja de Cristo numa realidade diferente daquilo que ela é.

Alguém pode dizer: “Mas, padre, isso é impossível; como é que um vírus vai transformar a Igreja inteira, virá-la pelo avesso para que ela seja uma outra coisa?”

É bastante simples: esse vírus do modernismo parte de um pressuposto de que a finalidade de tudo está neste mundo. Então nós precisamos entender que o homem moderno quer ser feliz e quer ser feliz aqui. Essa coisa de Reino dos Céus, de transcendência, de Deus lá no Céu, isso é uma coisa que não serve para o mundo moderno.

O modernismo parte dessa ideia de que nós precisamos transformar o Evangelho, tirando-o da altura do Cristo, para trazê-lo às baixezas das filosofias da moda. Buscam adaptar o cristianismo às filosofias que surgiram nos últimos tempos e assim, com esse pressuposto, vão submetendo a Igreja a todo tipo de perversão, todo tipo de maluquice.

São Pio X combateu essa mentalidade dentro da Igreja e ainda hoje precisamos combatê-la — embora o que nós vivemos hoje no século XXI não podemos mais chamar de modernismo, no estrito sentido da palavra, porque a coisa evoluiu e se perverteu muito mais. Porém, só de saber que temos São Pio X, que por nós intercede e que conosco luta, enche-nos de ardor para, na pastoral do dia a dia, levarmos a verdade do Evangelho de forma íntegra e clara.

Dediquemo-nos, pois, a salvar as ovelhas e “restaurar tudo em Cristo”, como dizia o lema do próprio São Pio X.

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