Recentemente, soube do caso de uma criança de 8 anos viciada em pornografia. Repito: uma criança de 8 anos viciada em pornografia. Na verdade, repetirei mais uma vez, pois temo que tenhamos nos tornado tão insensíveis que essa afirmação não cause o espanto e o horror que deveria causar. Pouco tempo atrás, soube que um menino de 8 anos, uma criança que ainda nem chegou à puberdade, é viciado em assistir a pornografia explícita — daquele tipo que contém imagens realmente chocantes e repugnantes.

Fiquei revoltado ao ouvir a notícia. Quase chorei. Na verdade, é difícil conter as lágrimas ao escrever sobre isso. Pobre menino. Pobre alma. As provações que ele enfrentará à medida que crescer serão enormes. Ele tem 8 anos e já é viciado. Já passa tanto tempo no celular — sim, ele tem 8 anos e já ganhou um smartphone dos pais — que desenvolveu um vício.

Quando eu era criança e ouvia falar de pessoas viciadas, pensava nas pobres almas que via no centro da cidade, que se tornaram dependentes de drogas. Ou pensava em um personagem que tinha visto num filme ou numa série de TV que não conseguia parar de desperdiçar dinheiro em jogos de cartas ou máquinas de cassino. De qualquer forma, na minha cabeça, viciados deveriam ser adultos, porque ficavam viciados em coisas pecaminosas que crianças jamais teriam condições de fazer.

No entanto, agora vivemos numa época em que crianças, talvez até menores de 8 anos, ficam viciadas nas mais repugnantes imagens e vídeos, e o vício surge por meio do celular.

Entendendo o vício da escravidão digital

Eu não sei quanto tempo leva para desenvolver um vício no sentido clínico, mas imagino que não seja da noite para o dia. Em última análise, um vício é como um mau hábito compulsivo que se forma ao longo do tempo, após a repetição reiterada de uma atividade que provoca uma resposta prazerosa. Ora, o prazer em si é bom; daí sua raiz latina placere, que significa “agradar”. Sentir prazer é algo bom, porque significa algo como estar satisfeito ou contente. Depois de uma boa refeição, podemos sentir prazer porque estamos satisfeitos; ou, depois de um dia de trabalho árduo, podemos sentir muito prazer com o trabalho satisfatório que realizamos.

No entanto, há prazeres que trapaceiam, por assim dizer. Nestes, obtemos a sensação de satisfação ou prazer, mas de uma forma que não é natural ou que, pelo menos, é excessiva ou desequilibrada. Além disso, dada a nossa natureza decaída, muitas vezes sentimos prazer com coisas imorais. Qualquer pai ou mãe sabe disso, porque crianças de apenas um ano e meio sentem grande prazer em bater num irmão que os irritou. Não é a pancada em si que dá prazer, mas a sensação de ter conseguido retaliar. 

As crianças pequenas não têm autocontrole — nem muitos adultos, diga-se de passagem. Por isso, não conseguem calibrar sua reação ao que é percebido como uma injustiça e retaliam de forma inadequada. No entanto, o impulso de obter justiça é algo bom, porque a justiça é boa; mas a criança simplesmente não a busca da maneira certa, e por isso faz o que não deveria. 

Ora, o que faz uma criança pequena se tornar viciada em algo tão perverso quanto a pornografia?

Em primeiro lugar, antes de desenvolver esse vício, ela já terá associado o uso de um dispositivo à satisfação de um impulso. E, com o tempo, a satisfação desse impulso se tornará compulsiva; ela terá passado da excitação espontânea ou esporádica, decorrente da satisfação de um desejo ou anseio, para um estado de dependência, criando nela uma compulsão

E o que os celulares e tablets têm de tão excitante para as crianças — e também para os adultos? Objetivamente, nossos dispositivos com tela são agradáveis de se ver e usar. Eles têm cores lindas nos visores e combinam vários sentidos predispostos ao prazer. São táteis, visuais e auditivos. Além disso, são portais para uma promessa de entretenimento infinito, ou seja, prazer infinito. É isso que os torna tão diferentes das formas tradicionais ou mais antigas de mídia. 

Os livros, por exemplo, oferecem um portal para um mundo prazeroso, seja ele ficcional ou não, mas são analógicos e limitados; um livro só tem o que contém e não pode ser acoplado a outros livros, vídeos ou músicas. Quando lemos um livro, temos de usar a nossa imaginação e “trabalhar duro” para criar nossa própria imagem mental ou imaginar os sons que estão sendo descritos. O uso de um livro é tátil num sentido secundário porque o seguramos, mas praticamente nada ocorre devido à forma como tocamos o livro. Viramos a página para continuar a ler, mas não movemos coisas nem fazemos com que as palavras se transformem em imagens que se movem.

O rádio é outra tecnologia que proporciona muito prazer, mas também tem as suas limitações. Tal como acontece com os livros, as limitações do rádio requerem que os programas sejam feitos com um certo estilo, focado no sentido auditivo e, assim como nos livros, é preciso usar a imaginação para que a magia aconteça.

A televisão/cinema foi talvez o maior salto tecnológico no que diz respeito à narrativa e à partilha de informação, uma vez que estimula vários sentidos. No entanto, o estímulo ocorre na audição e na visão, e não há nada de ativo ou tátil na experiência. Portanto, ainda existe uma limitação na participação de todos os sentidos.

Ora, nas atividades baseadas em telas, nem todos os sentidos são envolvidos. Porém, o tato, a visão e a audição ficam totalmente imersos, de uma forma que não é possível com outros tipos de entretenimento de mídia. E, não querendo ser grosseiro, o uso de telas para consumo de pornografia também está associado a atividades ilícitas do corpo — as quais [por sua vez] evocam uma série de outras sensações intrinsecamente ligadas aos prazeres que um dispositivo pode oferecer.

Em última análise, os dispositivos com tela sensível ao toque são talvez prazerosos demais ou, poderíamos dizer, prazerosos de uma forma artificial e desequilibrada. Além disso, como não requerem nenhum esforço, ao contrário dos livros ou do rádio, o prazer é mais fácil de alcançar e promete uma recompensa maior e mais envolvente.

É verdade que, no caso dos filmes e da TV, não temos de usar a imaginação como fazemos com o rádio e os livros, mas também não empregamos nela ativamente o sentido do tato como fazemos com os dispositivos digitais, os quais nos permitem manipular as imagens sem esforço. Por isso, a experiência de assistir passivamente a programas de TV ou filmes não proporciona o envolvimento total de ver ou brincar com coisas em dispositivos que estimulam mais os nossos sentidos. Dito isso, das tecnologias de comunicação mais antigas, a televisão pode muitas vezes ser a mais problemática, mesmo que não seja tão má como as mais recentes.

Sejamos honestos: pecadores que somos, muitas vezes procuramos o caminho mais fácil se houver uma recompensa prometida no final. Existe caminho mais fácil para obter prazer sensorial do que aquele oferecido por um smartphone ou tablet? Não precisamos nos levantar, mas ainda assim podemos estar envolvidos fisicamente; não precisamos usar nossa imaginação, mas as histórias com imagens ainda se desenrolam diante de nós; não precisamos fazer nada difícil, mas, com os jogos eletrônicos nesses dispositivos, podemos “realizar” grandes feitos de heroísmo ou ousadia; não precisamos interagir com outro ser humano vivo, mas as imagens e atividades desses seres humanos podem ser usadas como inspiração para obter prazer autoerótico, aparentemente sem consequências.

Dizendo bem claramente: o acesso imediato ao prazer sensorial envolvente é perigoso e selvagemente tentador quando o assunto são dispositivos com tela. 

Ainda nem sequer consideramos os efeitos que repetidas descargas de dopamina têm no cérebro; nem levamos em conta que a satisfação contínua da compulsão por dopamina demanda um envolvimento cada vez mais extremo e intenso por parte do usuário, de modo a provocar um prazer maior e mais sensível.

A maioria dos adultos não consegue lidar com essa tentação, e é por isso que muitos são viciados nos prazeres proporcionados pelas telas. Portanto, não podemos esperar que as crianças tenham alguma chance.

O erro dos pais

Ora, como disse no início, eu soube de uma criança que desenvolveu um vício total em pornografia. Então, a verdadeira questão é: como uma criança pode chegar a esse ponto?

Contarei uma pequena história para ilustrar.

Há alguns anos, quando minha esposa estava grávida do nosso primeiro filho — o sétimo chegará em alguns meses —, estávamos num restaurante com alguns amigos, e amigos desses amigos. Havia um jovem casal com uma menina pequena, uma menina adorável. Os pais eram pessoas simpáticas e nos explicaram como eram extremamente cautelosos em dar à filha qualquer coisa que contivesse açúcar. Disseram que a menina nunca havia comido doces. O alimento mais parecido com doce que ela havia comido eram frutas.

Eles estavam muito orgulhosos disso, e eu não julgo pais assim cuidadosos — embora não consiga pensar em nada mais divertido que um bebê com o rosto coberto de glacê depois de esmagar o bolo do seu primeiro aniversário. De qualquer forma, eles queriam claramente proteger sua filha de doenças físicas; suas motivações eram boas. No entanto, percebemos que a criança havia passado todo o jantar no iPad enquanto comia vegetais e morangos.

Os pais não tinham vergonha alguma de exaltar para nós as vantagens de uma criança passar horas no iPad. Disseram-nos que ajudava a aprender e a desenvolver a destreza. Lembro-me especificamente que a menina adorava ver vídeos de pessoas abrindo embalagens de brinquedos e, pelo visto, há listas de reprodução criadas especialmente para crianças. Seja como for, não sei o que aconteceu com aquela menina, pois isso foi dez anos atrás. Mas de uma coisa eu sei: seus pais desorientados estavam criando uma viciada. Ela deve ter cerca de 12 anos agora, então imagino que tenha seu próprio celular e passe o dia todo nas redes sociais (ou pior) — embora talvez ainda não coma açúcar.

Os erros desses pais revelam uma compreensão racionalista e equivocada da natureza humana que, de alguma forma, afeta todos nós. Eles estavam certos: um iPad pode auxiliar a filha a ganhar destreza, pois qualquer atividade que envolva tocar, apontar e mover os dedos em torno de objetos pode ajudar nesse sentido. Também estavam certos ao afirmar que não há nada de intrinsecamente errado em uma criança ver alguém abrindo uma caixa de brinquedos — mesmo que fazer isso por prazer tenha um caráter tanto consumista quanto materialista.

O que eles não perceberam é que estavam criando um verdadeiro monstro, que seria levado a desenvolver uma compulsão alimentada por um número cada vez maior de estímulos; uma compulsão que acabaria por destruir qualquer pessoa — assim como o amor irrestrito de Midas pelo ouro tirou toda a alegria que ele tinha no mundo.

Na melhor das hipóteses, uma criança educada assim terá uma moral sólida e, de algum modo, só perderá tempo com o dispositivo para ver conteúdos moralmente neutros. No entanto, as hipóteses de isso acontecer são muito baixas, mesmo que os pais se oponham abertamente a coisas como pornografia e outros conteúdos obscenos. Uma vez que o hábito se forma, é provável que não haja como parar a progressão lógica exigida por ele, o que significa uma busca por mais e mais dopamina. Para encontrar essa dopamina, coisas como correr riscos morais, desobedecer a ordens e fazer coisas escondidas acabarão por surgir. Crianças educadas assim não têm a menor chance de sair ilesas dessa situação.

A criança de 8 anos viciada em pornografia provavelmente foi criada como aquela menina, que adorava morangos e iPads.

Por que os pais agem dessa forma?

Não é preciso ser um cientista da NASA para entender tudo isso; por que, então, os pais simplesmente dão telas aos filhos para acalmá-los? 

Existem inúmeras razões possíveis, mas a mais comum é que os próprios pais também são viciados em telas.

Pense nisso. Por que as crianças ficam chateadas? Porque estão com fome, cansadas, doentes ou precisam ter a fralda trocada. No fundo, quando as necessidades básicas não são atendidas — comida, sono, fralda limpa —, elas ficam infelizes. Portanto, quando um bebê chora, qualquer pai experiente vai verificar se ele quer mamar, se a fralda está molhada ou suja e, se isso não funcionar, vai medir a temperatura da criança ou verificar se tem algum dente nascendo.

A hierarquia das necessidades absolutas é muito limitada, porque, na verdade, para sobreviver, só precisamos de coisas como comida e abrigo. Mas nossas necessidades relativas são mais amplas.

Nossos empregos exigem certas máquinas ou dispositivos para realizar tarefas; nossos hábitos alimentares requerem certos alimentos; nossa necessidade relativa de recreação precisa de certos tipos de atividades; e assim por diante. Se um pai está no ponto em que “precisa” do seu dispositivo para ser feliz, então é provável que ele transmita à criança essa necessidade perceptível. Quer ele saiba ou não, se a sua forma de relaxar é sentar no sofá com o celular ou o tablet enquanto assiste ao jogo, navega nas redes sociais e faz apostas esportivas, ele se tornou dependente do tempo que passa na tela para “descontrair”. 

No entanto, ele não está realmente descontraindo ao fazer isso, não é?

O trabalho dele é estressante — porque muitos trabalhos são assim —; então, quando chega em casa, ele quer encontrar um jeito de relaxar; daí, procura seu dispositivo e “se desliga”. O problema é que o que ele percebe como “desligar-se” é, na verdade, o oposto. Veja bem: a razão pela qual ficamos estressados é porque estamos recebendo uma infinidade de estímulos que sobrecarregam nossos sentidos e nossa mente. Os e-mails, as chamadas de vídeo, os colegas de trabalho irritantes: todas estas coisas nos deixam estressados. A lógica seria que, saindo de um ambiente estressante — ou seja, um ambiente repleto de estímulos excessivos —, nós quiséssemos evitá-los para relaxar verdadeiramente. 

No entanto, somos criaturas de hábitos e, muitas vezes, somos nossos piores inimigos. Quando o estresse se torna a regra, fica difícil relaxar. Por isso, muitos de nós trocamos o que parece um estresse indesejado pelo que nos parece um prazer que ajuda a descontrair. Na verdade, porém, só estamos passando de um estresse para outro, porque estamos saindo de um superestímulo para outro. Agindo assim, somos como aqueles viciados em drogas que passam de uma dose de uma substância para outra. 

Ficar sóbrio é muito difícil, afinal de contas. A sobriedade implica a capacidade de usar adequadamente nossa razão, e sabemos que estamos realmente intoxicados quando perdemos essa capacidade. A intoxicação basicamente desliga nosso cérebro para que não tenhamos de pensar muito ou nos preocupar com muita coisa. Então, quando a coisa está difícil, surge a tentação de ajudar nosso cérebro a desligar bebendo um copo de uísque.

O problema é que, quando a intoxicação passa, experimentamos a ressaca, que é muito desagradável. No caso do álcool, é fisicamente desagradável porque envolve dores de cabeça, tremores e náuseas; no caso da intoxicação por estímulos, é desagradável por uma razão diferente: porque voltamos à realidade plena, onde não podemos manipular imagens e pessoas digitais para satisfazer os nossos desejos.

Na verdadeira realidade, as pessoas têm livre-arbítrio; na realidade digital, somos como deuses que as levam a fazer o que queremos. Na verdadeira realidade, temos de ouvir a voz da nossa consciência gritando para pararmos de pecar; na realidade digital, não há consciência porque as pessoas digitais não têm alma.

Portanto, como alcoólatras, muitas pessoas hoje passam do estresse no trabalho para o estresse-prazer no entretenimento digital, como os personagens do “Admirável Mundo Novo” [de Aldous Huxley], que passam de ambientes de trabalho tecnocráticos e materialistas para longas paisagens oníricas induzidas pelo uso de soma.[1]

Não podemos esperar que pais perpetuamente drogados com soma não transmitam o vício aos seus filhos.

Sabendo ou não, os pais que agem assim estão enviando seus filhos para o Inferno — não sem antes preparar a sua própria ida, para receber os seus quando eles chegarem.

Uma palavra sobre os videogames

Para concluir, gostaria de dizer algumas palavras sobre videogames. Eles não são intrinsecamente maus, mas mudaram muito nas últimas décadas e não têm quase nada a ver com os jogos que a geração do milênio (em que me incluo eu) jogava no Super Nintendo ou no Mega Drive. É claro que era divertido ver o Mario saltar sobre chamas e abismos; mas não era realmente viciante porque não era prazeroso o suficiente para viciar. Uma criança que usava um comando analógico para conduzir o Sonic numa aventura certamente se divertia, mas, quando o amigo batia à porta e dizia: “O Fulano pode sair para brincar?”, ela desligava o console para ir jogar bola na rua.

Com o tempo, os videogames se tornaram mais emocionantes devido às mudanças nos gráficos e ao poder dos aparelhos. Tudo começou com computadores potentes conectados em redes em lan houses, onde adolescentes ociosos ficavam acordados a noite toda bebendo energético e atirando uns nos outros virtualmente. Depois, a internet entrou em cena e tudo se tornou uma experiência multiplayer. Agora, os videogames ocupam um espaço enorme na vida de muitas pessoas e podem ser jogados em celulares, computadores portáteis e televisões gigantes. Os sistemas de recompensa foram intensificados ao longo dos anos e, agora, são fontes de renda ou lugares onde os jogadores gastam moedas digitais como viciados em caça-níqueis.

Penso que muitos pais não compreendem os riscos de permitir que seus filhos joguem até mesmo jogos aparentemente inofensivos, como Minecraft. Não que Minecraft seja imoral — de fato não é —, mas o mesmo vício digital está sendo cultivado tanto numa criança que passa horas no iPad jogando Minecraft quanto numa criança que passa horas vendo uma pessoa abrir caixas de brinquedos no YouTube. Está se criando o mesmo monstro, que precisará se alimentar de coisas mais exóticas à medida que crescer.

Sim, muitos pais têm o bom senso de limitar o tempo de tela, ou de colocar barreiras de controle parental sobre o que é permitido [ou não assistir]. No entanto, quais são as chances de que esses limites sejam respeitados continuamente, ou de que as crianças não descubram como contornar senhas etc.?

Se seu filho está no quarto agora mesmo jogando videogame, mesmo que sejam jogos morais ou inocentes, espero que você entenda isto: a probabilidade de ele se tornar viciado em pornografia — se ele já não for — é muito alta.

Você não pode monitorar tudo o que ele faz na tela — porque está ocupado demais olhando para a sua.

E por que as crianças não podem simplesmente não jogar videogame? Já não há telas suficientes [à nossa volta]? Nós as utilizamos para ver mapas no carro, filmes educativos e recreativos, para atividades escolares e até mesmo para pedir comida. Não podemos simplesmente desligá-las quando já estivermos cansados [delas]?

Se a regulação do tempo de uso de telas em videogames tiver se tornado um tópico constante entre você e seu cônjuge, com todo o respeito, talvez vocês já tenham criado um monstro, e espero que não seja tarde demais.

Se você desligar o jogo e a criança fizer uma birra, a culpa é sua. Se seu filho não consegue sentar-se e entreter-se com um áudio-livro, ou desfrutar de uma página para colorir, a culpa é sua.

Em última análise, eles estão imitando seu comportamento. Portanto, se você quer manter seus filhos longe do inferno digital, precisa primeiro sair dele.

Notas

  1. O dicionário Caldas Aulete registra a palavra soma como uma “mistura alcoólica que os hindus védicos derramavam no fogo sacrifical” — “uma bebida embriagante e sagrada”, portanto. Essa mistura era obtida pressionando-se a planta indiana de mesmo nome. Vem daí o sentido geral de “droga tóxica” com que a palavra é usada em Brave New World, a obra distópica de Aldous Huxley. (N.T.)

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