Jessica Smith sempre se considerou uma pró-vida convicta. Mas, com 29 anos e 4 filhos, essa mãe de família estava totalmente despreparada para o choque que seria ver o corpo do seu quinto filho, morto por aborto espontâneo.

Perguntada pelo médico se queria ver o bebê, ela imaginava presenciar apenas alguns resíduos. "Àquela altura da gravidez, eu esperava que me fossem entregues apenas alguns amontoados de tecidos. Mas, ao contrário, deram-me um bebezinho perfeitamente formado", ela relata, em entrevista exclusiva ao LifeSiteNews.com. "Ele meio que nos deixou chocados. As enfermeiras só sabiam dizer: 'Ele é tão perfeito, ele é tão perfeito'."

Foi em abril que Jessica e o seu marido, Ray, descobriram que estavam esperando outro filho. Entusiasmado, o casal logo começou a fazer planos para acomodar o novo membro da família. Dessa vez, eles teriam que comprar aquela van grande que já estavam adiando o quanto podiam.

Mas, no meio de julho, Jessica sofreu uma hemorragia. "Acordei sentindo muita dor e havia uma piscina de sangue em minha volta, na cama. Sabia que, provavelmente, aquele não era um bom sinal", diz Jessica, que começou a temer por um segundo aborto espontâneo.

Como seu marido tinha passado a noite perto do trabalho, a cerca de uma hora de casa, a mãe de Jessica foi ao seu encontro, de carro, para levá-la ao hospital. O filho mais velho do casal foi deixado na casa de um amigo, enquanto as duas mais novas acompanharam a mãe e a avó ao hospital.

Na chegada, o médico confirmou o maior medo de Jessica:

"Levaram-me para uma sala de ultrassom para checarem a criança. Quando vi a tela preta vazia, sabia o que aquilo significava. Àquele ponto, eu tinha a impressão de que meu bebê provavelmente já tinha saído com a hemorragia. Imaginei que não tivesse notado, simplesmente, que ele tinha caído pelo ralo, algo do tipo. Só de pensar nisso o meu coração já se desfez."

Quando o médico disse a Jessica que ela precisava fazer o parto do seu filho, a princípio ela não entendeu o que aquilo significava. "O médico explicou que o bebê tinha ficado no meio do caminho e ainda não estava totalmente fora", ela conta.

Ainda dentro da seção de ultrassom, o médico ajudou Jessica a ter a criança. Era um menino, e a mãe ficou surpresa ao descobrir que era possível saber o sexo do bebê, mesmo com tão pouco tempo de vida.

Com o filho nas mãos, Jessica afirmou que, mesmo em meio ao seu sofrimento, era uma alegria poder contemplar de perto aquele bebezinho. Ele tinha os dedos das mãos e dos pés perfeitamente formados. Mesmo que muito pequenos, era possível distinguir bem os ouvidos, o nariz e a boca. Nessa fase, o seu fígado e rins estariam em pleno funcionamento, e os sistemas do seu corpo estariam completamente formados, precisando apenas da segurança do ventre materno para que se desenvolvessem até atingirem a própria independência.

"Eu não estava esperando ver um bebê assim. Sempre acompanho as minhas gestações com aqueles aplicativos de bebê no celular, mas nem eles conseguiram indicar quão perfeitamente humano meu filho parecia. Sempre fui pró-vida, mas nem eu imaginava como um feto de 13 semanas poderia ser", ela diz.

Depois, com a chegada do pai, a família deu ao bebê o nome de Noah Israel, os dois personagens do livro do Gênesis. ( Noah é "Noé" em inglês.)

As duas filhas mais novas do casal, então, foram chamadas para dentro da sala, para dizer 'olá' e se despedirem de seu irmãozinho:

"Quando minha menina de dois anos, Maycee, viu Noah deitado ali, ela não disse: 'Ó, mamãe, é um punhado de células'. Não, ela disse: 'Olha, mamãe, é um bebê'. E eu disse: 'Eu sei, meu anjo, eu sei.'"

A família viveu junta o luto pela perda de Noah. Se tivesse completado o tempo da gestação, ele teria nascido no mês passado, no dia 13 de janeiro. Mesmo com o pouco tempo de vida, porém, Jessica acredita que a vida de Noah não foi em vão – tinha um sentido e um propósito.

"Noah me mostrou quão 'humanos' esses pequeninos realmente são", ela conclui. "Quando você olha para ele e vê quão perfeitamente humano ele era, como alguém pode dizer que o aborto é uma boa decisão? Está na hora de remover o véu e abrir as cortinas, a fim de que as pessoas sejam capazes de enxergar a humanidade do nascituro e como o aborto realmente destrói uma vida humana."

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