Esta é uma novena [i] em honra a São Vicente Ferrer, religioso dominicano que a Igreja celebra a 5 de abril. A devoção a ele é bastante difundida na Espanha, onde ele nasceu, mas sua curiosa biografia de pregador, repleta de milagres incomuns, merece ser amplamente conhecida e divulgada. 

Fazemos votos de que esta novena dê início ao desejo de conhecer, amar e invocar este glorioso santo, aclamado como “Anjo do Apocalipse” por seus inflamados sermões sobre o fim dos tempos. 

Como a memória de São Vicente muitas vezes coincide com as celebrações da Páscoa, sua omissão é bastante comum no calendário litúrgico. Mas, neste ano de 2025, do dia 27 de março ao dia 4 de abril, todos podem rezar a novena preparatória à sua festa. (Lembrando sempre, é claro, que as novenas aos santos podem ser feitas a qualquer tempo.)

* * *

Advertências. — 1.ª Para fazer com fruto esta novena, convém confessar-se e comungar no primeiro dia, a fim de realizá-la com total pureza de corpo e alma, além de merecer que o Senhor ouça nossas orações. Será muito proveitoso repetir esta diligência no último dia.

2.ª No tempo reservado à meditação, procuraremos recolher-nos no nosso interior, deixando-nos de rezas e outras devoções, para meditar precisamente na virtude proposta naquele dia, procurando fixá-la no coração.

3.ª Quando pedirmos a Deus socorro em nossas necessidades corporais, o façamos com fé viva, mas resignados à vontade divina; porque, se não nos convém, é grande piedade que Deus não no-lo conceda.

4.ª Será muito proveitoso que os pregadores dirijam seus sermões a engrandecer a virtude que caiba meditar no dia em questão, declamando contra o vício oposto e procurando estimular os fiéis a praticá-la com os exemplos que dela deu o glorioso São Vicente.

Primeiro Dia

Temor de Deus

De joelhos diante do altar ou de uma imagem de São Vicente, feito o sinal da cruz, reza-se o seguinte

Ato de contrição. Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, meu Criador e Redentor, em cujos mistérios de fé creio; de quem espero, por vossa misericórdia e pelos méritos infinitos de vossa Paixão e Morte, ser eternamente feliz; a quem amo sobre todas as coisas, mais do que à minha própria vida: pesa-me, meu Deus, de vos ter ofendido por serdes vós quem sois e por vossa infinita bondade. Quisera antes perder mil vidas, se as tivesse, que tornar a vos ofender. Proponho firmemente satisfazer, com o auxílio da vossa divina graça, por minhas ofensas, confessar-me e afastar-me de todas as ocasiões de vos ofender. Espero, por vossa infinita misericórdia, que me haveis de perdoar todos os meus pecados e me dareis a graça de perseverar firme nestes propósitos, empenhando-me no vosso santo serviço até a morte. Amém.

Oração para todos os dias. Glorioso pai São Vicente, digníssimo filho de São Domingos, destinado por Deus a serdes pregador das nações! Vós merecestes que vossa alma fosse adornada com todas as virtudes e dons do Espírito Santo, para que, com vossa doutrina e exemplo, convertêsseis os pecadores à verdadeira penitência e atraísseis os infiéis à fé de Jesus Cristo: humildemente vos peço que intercedais, por vossos poderosos méritos, junto ao nosso Deus e Senhor, para que, afastando de mim tudo o que lhe desagrada, me conceda a graça de imitar vossas virtudes e com elas me empenhar no seu santo serviço até o último momento da minha vida. Amém.

Retrato de São Vicente Ferrer, por Urbano Fos.

Oração para o primeiro dia. Dulcíssimo Jesus, que, desejando que todos os homens, com a ajuda da vossa divina graça, trabalhassem com temor e tremor por sua eterna felicidade, lhes haveis manifestado sempre, com vossas palavras e exemplos, o fundamento da verdadeira sabedoria neste mesmo temor, e que em vosso servo São Vicente Ferrer lhes oferecestes um modelo prático deste precioso dom do Espírito Santo, mandando-o anunciar a todos os povos a proximidade do vosso Juízo, para que os pecadores se retratassem de suas ofensas e fizessem uma salutar penitência: concedei-me, meu Deus, pela intercessão do mesmo santo, que, penetrada minh’alma deste santo temor, e tendo diante dos olhos vossos altos juízos, fuja de todas as ocasiões de pecar e me faça digno de vossas misericórdias. Amém.

Medita-se o dia do Juízo e procura-se imprimir na alma o santo temor de Deus. Finda a meditação, dizem-se os versos seguintes:

Misericórdia, Senhor, e olhai com piedade para o meu coração.

Misericórdia, meu Deus, pois está enferma a minha alma, e desmaiadas e perdidas as suas virtudes.

Misericórdia, Senhor, e atendei-me, humilhado e abatido por meus inimigos.

Misericórdia, Senhor, pois estou em angústias e, tendo provocado contra mim a vossa justiça, me acho confundido, e se estremece o meu corpo.

Misericórdia, Senhor, pois me atormenta o inimigo, e todo dia se levanta contra mim.

Misericórdia, Senhor, pois em vós confia a minha alma e se alegra em vós o meu coração. Glória ao Pai etc.

Oração a São Vicente para o primeiro dia. Amado pai São Vicente, que, possuído do santo temor de Deus, destes frutos abundantes de verdadeira sabedoria e, pregando aos pecadores e infiéis, os alumiastes nos verdadeiros caminhos da eterna felicidade: alcançai-me a graça de, temendo a Deus, trilhar o caminho das virtudes de que tantos e tão repetidos exemplos nos destes, o único que conduz ao objeto de minha felicidade, que consiste em possuir a Deus mesmo. Amém.

Para alcançar esta graça, rezem-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, concluindo-se todos os dias com a oração Glorioso apóstolo de Valência, ao final da novena.

Segundo Dia

Humildade

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que desejoso de plantar no coração dos homens a verdadeira humildade, não duvidastes em tomar forma de servo, humilhando-vos até a morte, e morte de Cruz, e que em vosso servo São Vicente renovastes frequentemente exemplos de humildade com os quais eu abatesse meu amor próprio: iluminai, meu Deus, minh’alma, para que, conhecendo a minha miséria, fuja do orgulho e da vaidade, seus inimigos capitais, e deseje unicamente o desprezo e a humilhação, para que assim, segundo a vossa promessa, eu seja um dia exaltado e glorificado por vós entre os verdadeiros humildes na glória. Amém.

Medita-se sobre o nada que cada um é, e pede-se a Deus a verdadeira humildade. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de humildade, que, louvado e aclamado por pontífices, reis, príncipes e povos, que porfiavam em vos cumular de honras, soubestes conservar-vos humilde, despido de todo orgulho e vaidade: alcançai-me esta virtude, com a qual, a vosso exemplo, eu despreze o vício da soberba e, vendo o meu nada e a minha miséria, conheça que só Deus é grande, o único a quem se devem a honra e a glória, e dele espere a [glória] que tem preparada para os humildes e mansos de coração. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Terceiro Dia

Caridade

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que por amor aos homens descestes do céu à terra, vos vestistes de nossa natureza humana e padecestes morte atroz em uma Cruz, para deste modo lhes chamar a atenção, à força de benefícios, ao vosso amor e serviço, dando-lhes além disso um modelo de caridade heroica em vosso servo São Vicente, com cuja virtude tanto soube ele vos agradar e servir: vos suplico inflameis minha vontade com o fogo desta caridade, para que somente a vós ame, somente a vós sirva e por vós despreze minha própria vida, lucrando-a assim para minha própria felicidade. Amém.

Medita-se o amor que nos tem Deus e a obrigação que temos nós de corresponder a ele. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, que, qual serafim abrasado de amor a Deus, dia e noite meditáveis sua santa Lei, a fim de em tudo lhe serdes grato; indagáveis sua divina vontade para a cumprir e em contínuos louvores ao Senhor manifestáveis vossa caridade: abrasai minh’alma com o fogo desta heroica virtude, para que, imitando a vós, eu sirva a Deus e o ame com todo o meu coração, a fim de que, desprezando todas as coisas por amor a Ele, mereça alcançar sua graça e sua glória. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Quarto Dia

Castidade
Pregação de São Vicente Ferrer, por Alonso Cano.

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que, agradando-vos de tal modo da virtude da castidade, nascestes de Mãe Virgem e distinguistes com particular amor ao vosso virginal discípulo São João, e, sobre estes exemplos, nos destes em vosso servo São Vicente um anjo nesta santa virtude, para que, a exemplo dele, sejamos puros e castos em obras, palavras e pensamentos: concedei-me, meu Jesus, por sua poderosa intercessão, afastar do meu coração todo desejo impuro, ser casto em obras e palavras e, assim, me tornar digno de entoar aquele doce cântico que cantam os puros e castos nos Céu. Amém.

Medita-se a beleza da pureza, e pede-se ao Senhor que no-la dê de corpo e de alma. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de pureza e castidade, que conservastes com o auxílio da graça todo o transcurso de vossa vida, afastando-vos das ocasiões perigosas que os inimigos da alma escolhem para a enredar e perder, vivendo sempre mortificado em vossos sentidos e contendo vossas paixões com o jejum e a penitência: alcançai-me que, mortificando minhas paixões e apetites e mantendo-me sempre puro e casto em obras, palavras e pensamentos, seja templo vivo do Espírito Santo. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Quinto Dia

Mortificação

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que, tendo vindo ao mundo para redimir o homem e lhe ensinar os caminhos da salvação com vossos exemplos e doutrinas, o guiastes pelo da mortificação, jejuando, velando, passando fome, nudez e cansaço, e lhe destes por modelo desta virtude o vosso servo São Vicente, para que, como ele, mortificássemos nossa carne e seus apetites: infundi, meu Salvador, em minha alma vivos desejos de vos imitar, para que, mortificados meus apetites e paixões, e macerada minha carne com a penitência, satisfaça de algum modo à vossa justiça por minhas culpas, e mereça se inscrito no Livro da Vida. Amém.

Medita-se a necessidade de mortificar a carne para que ela não se rebele contra o espírito. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, que, para ter sempre sujeitos os vossos apetites e paixões, os tivestes durante toda a vida cravados na Cruz de Jesus Cristo, mortificando-os com jejuns, abstinências, cilícios, disciplinas e demais gêneros de penitência com os quais pudestes vencer os inimigos da nossa salvação: alcançai-me aquele espírito de mortificação que Jesus Cristo nos veio ensinar, para que, crucificado com Ele na terra, mereça ressuscitar com Ele em sua glória. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Sexto Dia

Paciência

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, homem de dores e sofrimentos, que os tolerastes com a mais heroica paciência sob o peso dos pecados dos homens; que, longe de abrir a boca para vos queixar dos golpes, injúrias, opróbrios e contusões com que indignamente fostes tratado, rezastes pelos mesmos inimigos que assim vos mortificavam e crucificavam; que, por sobre isso, nos quisestes dar por admirável modelo de paciência o vosso servo São Vicente nos trabalhos que padeceu, a fim de que nos envergonhássemos do nosso pouco sofrimento: dai-me, meu Deus, esta paciência, para que, imitando a vós, eu sofra resignado em vossa divina vontade as ofensas e injúrias dos meus semelhantes e os trabalhos que de um modo ou de outro me sobrevenham, e assim se cumpra em mim o que disse vosso Apóstolo: “Se com Cristo padecemos, com Cristo seremos glorificados”. Amém.

Medita-se a resignação que teve Jesus Cristo em meio aos seus tormentos e à sua morte, e o pouco sofrimento que temos em nossos trabalhos. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, perfeito imitador de Jesus Cristo crucificado, que sofrestes com a maior paciência e mansidão tanto os grandes trabalhos e doenças com que Deus punha à prova a vossa virtude quanto os maus-tratos, os falsos testemunhos, as calúnias e as burlas grosseiras de homens perdidos, de mulheres escandalosas e até de alguns de vossos discípulos, perdoando-os, à semelhança do mesmo Jesus Cristo, e dispensando-lhes favores e benefícios: alcançai-me imitar esta mesma mansidão e paciência, a fim de dizer verdadeiramente ao meu Deus: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Sétimo Dia

Oração
São Vicente Ferrer aponta para a trombeta do Apocalipse. Pintura de Antonio del Castillo y Saavedra.

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que, tendo persuadido os homens da necessidade de orar, e havendo lhes ensinado como fazê-lo, lhes destes contínuos exemplos de oração e quisestes que, dedicado sempre a esta virtude, se verificasse no vosso servo São Vicente o que dizia São Paulo: “Somos cidadãos do céu”, para que nós, seguindo-lhe os passos, nos acostumássemos a este santo exercício: movei, meu Jesus, minh’alma a dedicar-se toda à oração, merecendo por meio dela vencer os inimigos de minha salvação eterna e suportar as tribulações por que devo passar para ser feliz. Amém.

Medita-se a necessidade que temos dos auxílios de Deus, que se conseguem por meio da oração. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai, São Vicente, que, penetrado da bondade e misericórdia do Senhor para com os homens, e [certo de] que somente de suas benéficas mãos lhes hão de vir os auxílios e a graça para o amarem, servirem e vencerem os inimigos da salvação, vos eleváveis à mais alta contemplação a fim de lhe render graças por tão incomparáveis benefícios: alcançai-me que, penetrado também eu destes mesmos sentimentos, seja homem de oração de tal modo fervorosa, que consiga quanto me for necessário à salvação de minha alma.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Oitavo Dia

Amor ao Próximo

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que por amor aos homens quisestes, sendo Deus, nascer verdadeiro homem, viver e conversar com eles, lhes ensinar os caminhos da verdadeira felicidade e morrer por eles, exemplo que, unido ao do vosso servo São Vicente, que se desfazia pelo bem de seus semelhantes, nos atesta o amor mútuo que deve reinar entre os homens: comunicai-me, meu Deus, desejos eficazes de amar os meus semelhantes, incluídos meus próprios inimigos, e de lhes fazer todo o bem possível, assim temporal como espiritual, de modo que eu mereça ouvir um dia de vossa boca o que hão de ouvir os vossos eleitos: “Vinde, benditos de meu Pai, para o reino que vos tenho preparado”. Amém.

Medita-se a obrigação que temos de amar ao próximo, pois todos somos filhos do mesmo Pai, que é Deus. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, que, abrasado de amor aos vossos semelhantes, lhes procuráveis todos os bens possíveis por meio de vossa pregação, orações e penitências pela salvação eterna delas, e com vossos estupendos milagres por seu bem temporal: vos suplico me alcanceis do Senhor iguais desejos de me empenhar na salvação de meus irmãos, ainda que sejam os meus maiores inimigos, amando-os de todo o coração e procurando-lhes a verdadeira felicidade, a fim de que eu receba o prêmio devido no reino dos céus. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a oração Glorioso apóstolo de Valência.

Nono Dia

Penitência

Feito o sinal da cruz e ditos o Ato de contrição e a oração Glorioso pai, reza-se a seguinte oração:

Dulcíssimo Jesus, que, cheio de bondade, não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva, proporcionando-lhe o remédio da conversão pela penitência e a detestação de suas culpas, e dando-lhe um vivo exemplo no vosso servo São Vicente, o qual, sendo embora inocente, castigava continuamente o corpo e o reduzia à obediência para que eu aprendesse a castigar o meu, que tantas vezes tem pecado: concedei-me, Senhor, fortaleza para satisfazer com obras de penitência as muitas ofensas que vos tenho feito e, assim justificado como o publicano, mereça o vosso perdão, a vossa graça e a vossa glória.

Medita-se a necessidade de fazer penitência em satisfação dos próprios pecados. Rezam-se em seguida os versos Misericórdia, Senhor, e depois a seguinte oração:

Amado pai São Vicente, espelho claríssimo de inocência, que, não tendo culpa grave de que chorar, derramáveis por defeitos leves e para deles vos precaver copiosas lágrimas de dor e castigáveis o vosso inocente corpo com o jejum, o cilício e as disciplinas, no mais das vezes até ao sangue: alcançai-me verdadeiro conhecimento de meus pecados, dor intensíssima de ter ofendido a Deus e ânimo resoluto de satisfazer ao Senhor com obras de penitência, a fim de que eu pague nesta vida as penas que por eles mereço e, assim purificado e santificado, possa entrar no reino da glória. Amém.

Rezam-se três vezes o Pai nosso, a Ave-Maria e o Glória ao Pai, e conclui-se com a seguinte oração:

Glorioso apóstolo de Valência, São Vicente! Vós conheceis as necessidades de minha alma e o consolo de que necessita, por isso vos suplico humildemente que, por vossos poderosos méritos, intercedais por mim a Deus, a fim de que a piedade divina me conceda as virtudes e a graça que peço nesta novena e, na hora da minha morte, me conserve a consciência e a fala para confessar minhas culpas, me conceda uma perfeita contrição delas e uma caridade ardente, de sorte que eu possa dizer com toda a segurança e de coração puro: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito. Vós, que sois bendito e glorioso pelos séculos dos séculos”. Amém.

Notas

  1. Traduzido de Novena devota del glorioso Apostol de Valencia S. Vicente Ferrer, honor y lustre del Orden de Predicadores, segun se celebra en el Convento de la Pasion del mismo Orden. Madrid: Imprenta de D. E. Aguado, 1832.

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