Não posso dizer que tenha recebido muitas vezes consolações durante minhas ações de graças. Talvez seja este o momento em que menos as tenho… Acho isso muito natural, pois ofereci-me a Jesus, não como uma pessoa que deseja receber sua visita para a própria consolação, mas, ao contrário, para dar prazer àquele que se dá a mim.

  1. Imagino minha alma como um terreno livre; peço à Santíssima Virgem para tirar os entulhos que o possam impedir de estar livre.
  2. Em seguida, suplico-lhe levantar ela mesma uma vasta tenda, digna do Céu, que a orne com seus próprios adornos.
  3. Depois, convido todos os Santos e Anjos a virem fazer um magnífico concerto. Parece-me que, ao descer ao meu coração, Jesus fica contente de se ver tão bem recebido, e fico contente também…
  4. Tudo isso não impede que as distrações e o sono venham me visitar.
  5. Mas, ao sair da ação de graças, vendo que a fiz tão mal, tomo a resolução de ficar o dia todo em ação de graças...

Referências

  • Extraído e levemente adaptado de “História de uma alma”, Manuscrito A, 80r. In: Obras completas, escritos e últimos colóquios. São Paulo: Paulus, 2002, p. 157.

Notas

  • A imagem acima, de um pintor anônimo do século XVII, retrata a “Comunhão de Santa Teresa” — mas a de Ávila, evidentemente, não a de Lisieux. Como esta também era carmelita, no entanto, e este trecho de sua biografia é sobre uma Comunhão sua, a obra ilustra bem o conteúdo do texto.

O que achou desse conteúdo?

Mais recentes
Mais antigos