Vimos nesta semana que antecedeu à do Natal algumas pessoas preocupadas com o fato de que o célebre sangue de S. Januário (guardado em um relicário em Nápoles) novamente não se liquefez, como é costume que aconteça no dia 16 de dezembro. A ausência do sinal milagroso — que sói acontecer em outras duas épocas do ano, desde tempos imemoriais — é vista pelos fiéis da região como um presságio de calamidades. Por isso o povo, crente de que o “silêncio” de seu santo padroeiro é devido a seus pecados, põe-se a fazer oração e penitência, invocando a misericórdia de Deus sobre si, sobre sua terra e, em última instância, sobre o mundo inteiro.

Trata-se de uma atitude tipicamente medieval esta (e não usamos o termo em sentido pejorativo): o povo católico, reunido dentro de uma igreja, dirigindo preces e súplicas aos céus, para se ver livre de algum mal iminente. Fenômeno “medieval”, nós o chamamos, porque o homem da Idade Média acreditava nestas coisas: Deus, sua Providência, sua justiça e misericórdia, seus castigos e favores aos homens.

Não incorramos em idealizações indevidas: sabemos que, noutros tempos e lugares, essa religiosidade podia facilmente descambar — como realmente acontecia — para uma credulidade excessiva, quando não para o próprio pecado de superstição. O extremo de nossa época, no entanto, e de nosso mundo, é o oposto: falta-nos o mínimo de fé, o mínimo necessário para nos dizermos católicos, ou para nos identificarmos com os católicos de outras eras e locais. A relíquia do sangue de S. Januário, por exemplo, hoje é facilmente desprezada como um artefato medieval (agora sim, em sentido pejorativo), e as pessoas que dão crédito ao seu caráter milagroso, ou que de algum modo se preocupam com o que a sua não-liquefação prenuncia, são sem mais tachadas de exageradas, fanáticas e adjetivos do gênero.

Mas por que os céticos e os despreocupados estão errados? Porque, seja qual for o estado em que se encontre o sangue milagroso de S. Januário, os fatos que se passam ao nosso redor, as notícias que recebemos nos jornais, o estado de decadência espiritual em que se acha a nossa civilização, são matéria suficiente para que coloquemos nossos joelhos no chão e invoquemos, entre gemidos e súplicas, o auxílio de Deus para nós e nossas famílias. (Só para não deixar demasiado abstrata essa descrição da realidade, consideremos como 2020 começou com Jesus Cristo abertamente humilhado por Satanás em plena Sapucaí, e terminou com uma “celebração ecumênica da maconha” dentro de uma igreja católica em São Paulo.)

É verdade que ninguém é obrigado a crer num sinal como o de Nápoles; mas no Deus que recompensa os justos e castiga os maus, como testemunha toda a história da salvação — do Antigo Testamento até os nossos dias —, neste, sim, estamos obrigados a acreditar, sob pena de deixarmos de ser católicos. Ninguém é obrigado a aceitar a tese (divulgada na internet por alguns bispos e bons teólogos) de que a pandemia de coronavírus é um castigo dos céus pela perversidade dos homens; mas que nossa sociedade vive uma situação sem precedentes de pecado, que clama a justiça de Deus, não são necessários dons especiais para reconhecer: basta ter olhos para enxergar a realidade e um mínimo de fé na divina Providência. 

Só que, aparentemente, a consciência moral e religiosa dos católicos se perdeu em meio às inovações tecnológicas, aos divertimentos e às dissipações das últimas décadas. A expressão “castigo” mesma, que usamos já mais de uma vez ao longo desta matéria, foi há muito abolida do vocabulário católico. E pior: muitos já nem crêem que Deus realmente castigue os pecados dos homens, com alguns chegando ao absurdo de afirmar que o Inferno não existe ou que, se ele existe, está vazio e quase ninguém vai parar lá. 

Em que mundo vivem estes teólogos da salvação universal? No mesmo em que nós. Mas, pelo visto, eles decidiram imputar a Deus a suprema indiferença, disfarçada sob uma aparência falsa de bondade e misericórdia. Comentando sobre isso, escreve o seguinte o Pe. Royo Marín (Dios y su obra, pp. 627-628, tradução e grifos nossos): 

É aterrador contemplar o espetáculo que oferece o mundo em matéria de deveres religiosos. […] A maior parte dos homens não tem para com Deus outra coisa além de frieza, apatia e indiferença […] Chega-se a combater a Deus, a declarar-lhe abertamente guerra. Tenta-se, sem rodeios nem dissimulações, destroná-lo, arrancá-lo de todas as inteligências e de todos os corações. Faz-se burla dele e de suas leis; Ele é desafiado, é provocado impudicamente, é amaldiçoado e blasfemado, é coberto de insultos e impropérios; é culpado por todos os males e desgraças do mundo. É impossível imaginar uma subversão mais total e monstruosa da honradez, do bem e da justiça.

[…] É coisa clara que Deus não pode permanecer indiferente diante deste monstruoso estado de coisas. Impede-lho sua infinita santidade e seu infinito amor. Um Deus que permanecesse indiferente à violação mais descarada de todas as suas leis, que permitisse fossem pisoteados seus direitos sem oposição alguma, não seria digno do nome de Deus. Uma tal atitude não poderia qualificar-se de bondade e de misericórdia, mas de debilidade, negligência e descumprimento das leis indeclináveis da justiça, da verdade e do bem. Tem de castigar, e castiga de fato, inexoravelmente, os delinquentes. A dor é o grande ministro e executor de sua justiça.

Assim é, de fato. E este ensinamento não se põe em questão na verdadeira doutrina católica, como se depreende da leitura de qualquer bom livro de Teologia (consulte-se, por exemplo, o excelente Manual de Teología Dogmática, de Ludwig Ott, p. 95ss) ou catecismo. O de S. Pio X, por exemplo, dá lições como as seguintes (grifos nossos):

317. Que pedimos na sétima petição: Mas livrai-nos do mal? — Na sétima petição: Mas livrai-nos do mal, pedimos a Deus que nos livre dos males passados, presentes, futuros, e especialmente do sumo mal, que é o pecado, e da condenação eterna, que é o seu castigo.

425. É um grande pecado a impureza? — É um pecado gravíssimo e abominável diante de Deus e dos homens; rebaixa o homem à condição dos irracionais, arrasta-o a muitos outros pecados e vícios, e provoca os mais terríveis castigos de Deus nesta vida e na outra.

429. Que devemos fazer para observar o sexto e o nono Mandamentos? — Para bem observarmos o sexto e o nono Mandamentos, devemos invocar frequentemente e de todo o coração a Deus, ser devotos de Maria Virgem, Mãe da pureza, lembrar-nos de que Deus nos vê, pensar na morte, nos castigos divinos, na Paixão de Jesus Cristo, guardar os nossos sentidos, praticar a mortificação cristã, e frequentar os sacramentos com as devidas disposições.

950. Que males causa à alma o pecado mortal? — O pecado mortal: 1.º priva a alma da graça e da amizade de Deus; 2.º fá-la perder o Céu; 3.º priva-a dos merecimentos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos; 4.º torna a alma escrava do demônio; 5.º fá-la merecer o Inferno e também os castigos desta vida.

Ora, se é assim — e se o castigo divino aparece nos próprios Evangelhos —, o que explica que não se fale mais dele — e até que não se creia mais nele?

Uma das razões para esse silêncio e incredulidade deve ser encontrada no velho adágio católico: lex orandi, lex credendi, “a lei da oração é a lei da fé”. A verdade de que nossos pecados atraem sobre nós a ira de Deus, de que devemos fazer penitência por eles, só deixou de ser crida porque primeiro deixou de ser rezada. Não por todas as pessoas, é claro, porque os livrinhos populares de oração continuaram (e continuam) a nutrir a piedade dos fiéis e a inculcar nas pessoas mais simples a necessidade de reparar os próprios pecados [1]. O que não saiu das mãos e das bocas das senhoras do Apostolado da Oração, no entanto, foi sorrateiramente sonegado à mais importante classe de orantes dentro da Igreja: os sacerdotes, os ministros ordenados, tirados do meio do povo justamente para se unirem a Cristo vítima no altar, oferecendo-se em sacrifício pelo povo. 

Por que dizemos isso? Porque é triste constatar como foram tirados da liturgia reformada após o Concílio Vaticano II elementos que, noutros tempos, protegiam a vida ascética, primeiro dos padres e, depois, de todo o rebanho sob seu cuidado.

Trazemos a seguir dois, apenas dois exemplos, de como a “ira”, a “punição” e a “vingança” de Deus… simplesmente desapareceram da oração católica oficial desde a década de 1970, depois de milênios de cristãos (e, antes deles, de judeus) procedendo de forma completamente diversa em sua oração.

Um expurgo: os salmos imprecatórios

Em primeiro lugar, falemos da omissão dos salmos imprecatórios do Ofício Divino [2]. Todos sabem que a Liturgia das Horas é a oração diuturna da Igreja, constante, perseverante, incessante. A ela aderem religiosos e religiosas, sacerdotes e, (graças a Deus) principalmente após o Concílio Vaticano II, uma multidão de leigos. É a oração litúrgica mais importante que se faz na Igreja depois da Santa Missa. Não sem razão os ministros ordenados, ainda ao se tornarem diáconos, prometem diante de seus bispos rezá-lo com fidelidade — e fazem-no sob pena de pecado mortal (os que ainda acreditam nele, é claro). 

Desde 1970, no entanto, na contramão de dezenove séculos e meio de Igreja Católica, os Salmos não são rezados na sua integridade pelos clérigos do rito romano. Isso porque certos versículos, — e nalguns casos, salmos inteiros — tidos como difíceis e “obscuros”, foram simplesmente expurgados do Divino Ofício. O motivo para a mutilação parecia pastoralmente muito adequado: haveria uma “certa dificuldade de ordem psicológica” (Instrução Geral para a Liturgia das Horas, n. 131) na récita de maldições como as seguintes...

Os pecadores perverteram-se desde o seu nascimento [...].
Deus lhes quebrará os dentes na sua boca;
o Senhor quebrará as queixadas desses leões.
Serão reduzidos a nada como água que passa [...].
Serão destruídos como a cera que se derrete [...].
Alegrar-se-á o justo ao ver a vingança;
lavará as suas mãos no sangue do pecador.
E o homem dirá: Se deveras há recompensa para o justo,
é certo haver um Deus que os julga sobre a terra (Sl 57, 4.7-8.9.11-12).

Ó meu Deus, agita-os como uma roda,
e como uma palhinha diante do soprar do vento.
Como fogo que queima uma selva,
e como chama que abrasa os montes,
assim os perseguirás com a tua tempestade,
e com a tua ira os aterrarás.
Cobre os seus rostos de ignomínia,
e deste modo buscarão o teu nome, Senhor.
Sejam envergonhados e perturbados para sempre, sejam confundidos e pereçam.
E conheçam que te é próprio o nome de Senhor,
e que só tu és o Altíssimo em toda a terra (Sl 82, 14-19).

Ó Deus, não cales o meu louvor,
porque a boca do pecador e a boca do traidor abriram-se contra mim [...].
Sejam abreviados os seus dias, e receba outro o seu ministério.
Fiquem seus filhos órfãos,
E sua mulher viúva.
Andem vagabundos dum lugar para outro os seus filhos,
e mendiguem, e sejam lançados fora das suas habitações [...].
Não tenha quem o ajude, nem haja quem se compadeça dos seus órfãos.
Sejam exterminados todos os seus filhos,
em uma só geração fique apagado o seu nome (Sl 108, 2.8-10.12-13).

Palavras bem pesadas todas estas, é verdade, mas cabe perguntar: se por séculos os judeus e, depois deles, os santos, rezaram esses salmos — e com razão porque, constantes da Sagrada Escritura, são verdadeira Palavra de Deus —, não seria o caso de aprendermos a lê-los da maneira correta, à luz do Evangelho? Por que os católicos do século XXI não podem rezar os salmos imprecatórios dirigindo seu ódio, sua indignação e suas forças vitais contra os demônios, que querem nossa perdição eterna? Ou contra as seduções do mundo, que parecem rodear-nos agora com mais força do que nunca? O primeiro Papa escreve-nos dizendo: “O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar”, e ajunta: “Resisti-lhe, firmes na fé” [3]. Ora, de que modo se supõe que devamos resistir a um leão? Com rosas, sorrisos e afagos?

Não, os salmos imprecatórios, se são Palavra de Deus — e nós o cremos —, precisam, sim, ser rezados. Deus os pensou, cada um deles, assim como cada um dos versículos das sagradas páginas — e pensou-os especialmente para momentos como os nossos, onde abundam a covardia e a pusilanimidade, o desânimo e a anemia moral, a fraqueza e a sedição diante do mal. Não se trata de começar uma guerra, mas de saber que nós já estamos em uma, na qual está em jogo nada menos do que a nossa salvação eterna. 

Uma mudança de tom generalizada

Falemos em segundo lugar da mudança de tom que é notável, de modo geral, nas orações litúrgicas atuais, em comparação com o que se rezava antigamente. Devido à atual situação de peste em que nos encontramos, poucos exemplos ilustram tão bem o abrandamento de nossas súplicas a Deus do que a atual Missa in tempore universalis contagii, publicada pela Sagrada Congregação para o Culto Divino em 30 de março como suplemento litúrgico contra a pandemia de Covid-19 (e que pode ser encontrada aqui, em vários idiomas) [4].

Note-se bem o seguinte: não estamos falando aqui de erros teológicos ou de orações más. Os excertos que vamos comentar a seguir são parte de um texto litúrgico legítimo da Santa Igreja, que não só pode como deve ser rezado pelos sacerdotes pedindo a Deus misericórdia nestes tempos difíceis. Nada disso está em questão. Só não podemos fechar os olhos para as discrepâncias alarmantes entre o que a Igreja está rezando em 2020 e o que ela rezava um século atrás, por exemplo, diante da gripe espanhola. 

A antífona de entrada de hoje diz: “Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores” (Is 53, 4). Mas o intróito da Missa votiva in tempore mortalitatis, presente no Missal de 1962, rezava o seguinte: 

Recordare, Domine, testamenti tui, et dic Angelo percutienti: Cesset iam manus tua, et non desoletur terra, et ne perdas omnem animam viventem, “Lembrai-vos Senhor, da vossa aliança, e dizei ao Anjo que golpeia: Cesse já a tua mão, e não seja desolada a terra, para que não faças perecer toda alma vivente”. 

É claro, ninguém recriminará o autor da atual Missa contra a peste por ter citado a profecia do Servo Sofredor. Como já dito, não há nada de errado aqui. Mas a convicção de que é o Senhor, em sua Providência, que permite o mal, muitas vezes para nossa correção e salvação, infelizmente é uma verdade da qual poucas vezes ouvimos falar. E, no entanto, ela está presente não só no intróito desta Missa antiga, mas também na sua leitura epistolar, tomada do Livro dos Reis (II 24, 15-19.25), e antífona de ofertório, tomada do livro dos Números (17, 11).

Voltemos, porém, à atual Missa contra pandemias. A longa (e bela) oração de coleta de agora diz: 

Deus eterno e onipotente, nosso refúgio em todos os perigos, olhai benignamente para as nossas aflições e angústias; como filhos, com fé Vos pedimos: concedei o eterno descanso aos que morreram, conforto aos que choram, cura aos doentes, paz aos moribundos, a força aos que trabalham na saúde, a sabedoria aos nossos governantes e a coragem para chegarmos amorosamente a todos glorificando juntos o Vosso Santo Nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.

A coleta do Vetus Ordo, embora mais breve, possui uma mensagem direta e cortante: 

Deus, qui non mortem sed poenitentiam desideras peccatorum: populum tuum ad te revertentem propitius respice; ut, dum tibi devotus exsistit, iracundiae tuae flagella ab eo clementer amoveas. Per Dóminum…, “Deus, que quereis não a morte, mas a penitência dos pecadores: olhai propício para o povo que a vós se volta; para que, enquanto permanece devoto a vós, dele afastes com clemência os flagelos de vossa ira”.

Poderíamos ir adiante e comparar as demais orações das duas Missas para a mesma ocasião, mas estas da coleta são suficientes para nos deixar perplexos. Em ambas há, sem dúvida, um pedido comum a Deus para que “olhe” para nossa situação, se compadeça de nós e mude a nossa sorte. Mas só em uma se vê o reconhecimento humilde do que ensejou tudo aquilo por que estamos passando: o nosso pecado. Ora, é muito mais fácil ver o mal físico e pedir que cesse; exige porém um ato de fé e contrição olhar para ele e dizer: “Com meu pecado, Senhor, eu merecia muito mais do que isso”.

Essa atitude de coração — muito mais do que a linguagem — está ausente não só de muitos textos da liturgia reformada, como também das nossas orações pessoais, das nossas meditações e das nossas catequeses. Quantas vezes os chamados “grupos de oração” não servem senão para as pessoas afagarem os sentimentos feridos umas das outras, ao invés de dirigir a Deus atos de adoração, súplica, ação de graças e propiciação pelos pecados — que é como deve ser a prece de todo católico? 

Precisamos resgatar, com urgência, a consciência de que o nosso pecado ofende a Deus e exige reparação. Não podemos ser coniventes com este século, que perdeu por completo o senso do mal moral e chega mesmo a blasfemar contra Deus e tudo o que é santo. Precisamos reagir com vigor ao escarcéu que se faz mundo afora contra os direitos divinos, pois, se nós católicos não o fizermos, ninguém mais o fará. 

Para tanto, nós sabemos, é preciso começar batendo no próprio peito e confessando: Peccavi nimis, cogitatione, verbo, opere et omissione, mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. É preciso lançar um olhar para dentro do nosso próprio coração e reconhecer: é aqui que começa a batalha contra o mal, eis o primeiro lugar onde Deus precisa triunfar sobre os seus inimigos

Nessa luta, só o que não vale é ficar parado, cruzar os braços, entregar os pontos. O sangue de S. Januário não se liquefez de novo, é verdade. O que fazer, então? “Penitência, penitência, penitência!” A começar por nossos pecados, que já não são poucos. Seria muito belo ver a Igreja do mundo inteiro convocando jejuns e vigílias depois que o sinal milagroso de S. Januário nos foi novamente negado! Seria muito sério — e certamente chamaria a atenção de muitos — se cada pároco de aldeia trovejasse de seu púlpito palavras inflamadas contra o nosso pecado, que mantém sólido o sangue de um santo e faz ser vertido o Sangue de um Deus, que ajunta males sobre as nossas cabeças e provoca fomes, pestes e terremotos…

Na falta de tudo isso, quem tem de agir somos nós: em nossa vida pessoal, dentro de nossas casas, no seio de nossas famílias. Sejamos os “pararraios” que Deus tão insistentemente pede que seus servos sejam, aplacando a sua ira e atraindo as bênçãos que Ele tanto deseja dispensar sobre uma humanidade que é, incluídos nós, tão ingrata ao seu amor.

Notas

  1. Veja-se, por exemplo, o singelo manual de orações da Serva de Deus Lola (uma leiga de Minas Gerais que sobreviveu alimentando-se apenas da Eucaristia por 60 anos e ofereceu sua vida em verdadeiro holocausto a Deus, até morrer, no ano de 1999, em odor de santidade).
  2. Sobre isso, ler P. Kwasniewski, The Omission of “Difficult” Psalms and the Spreading-Thin of the Psalter. Rorate Caeli, 15 nov. 2016.
  3. Estas palavras de S. Pedro, inclusive, constam nas Completas do antigo Ofício Divino em todos os dias da semana. Na atual Liturgia das Horas, elas foram preservadas na terça-feira.
  4. Para que se perceba que essa mudança de tom não é de hoje, vale a pena ler, entre outras coisas, P. Kwasniewski, Comparison of Old and New Prayers for Blessing of Ashes. OnePeterFive.com, 26 fev. 2020.

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