Recebemos no suporte do site a seguinte pergunta: “O Apóstolo Paulo disse que todos pecaram. Então, se Maria nasceu sem pecado, Paulo errou?”

Resposta: O aluno deve estar se referindo a duas passagens em que São Paulo estabelece um paralelo entre o primeiro Adão, por cuja desobediência o pecado e a morte entraram no mundo, e Cristo, segundo Adão, por cuja obediência a vida sobrenatural da graça foi reconquistada para o gênero humano.

As passagens em questão se encontram na Carta aos Romanos, onde o Apóstolo, falando do primeiro pai, diz: “No qual todos pecaram” (Rm 5, 12; cf. 3, 23) [1], e na Primeira Carta aos Coríntios, onde se lê: “Em Adão todos morrem” (1Cor 15, 22). Ora, se em Adão todos pecaram e morrem, nada mais lógico do que concluir que também a Virgem Maria, em Adão, pecou e morreu. Afinal, tudo o que se afirma universal e distributivamente de um conjunto deve ser afirmado de todos os membros desse conjunto.

Mas como a Igreja ensina que Maria nasceu sem a mancha do pecado original, tem-se um aparente impasse: ou a Igreja ensina algo que vai contra o testemunho da Escritura, ou São Paulo teria de algum modo se equivocado (talvez por ignorar o privilégio da Imaculada Conceição), o que derrogaria, por sua vez, a autoridade doutrinal do Apóstolo e, com ela, a da própria Escritura. Um protestante não teria problemas em aderir à primeira hipótese; mas, para um católico, nem ela nem a segunda são aceitáveis.

Para nós, trata-se de um falso dilema, porque a doutrina cristã não vê dificuldade em reconhecer, de um lado, que a) São Paulo está certo ao dizer que em Adão todos pecaram, nem em professar, de outro, que b) Maria foi preservada imune de todo pecado. A primeira parte é decorrência do dogma da inerrância bíblica, segundo o qual a Sagrada Escritura é, no todo e nas partes, palavra de Deus, razão por que está isenta de erros [2].

Assim o ensina, entre outros, o Papa Leão XIII na Encíclica Providentissimus Deus, de 18 de novembro de 1893. Eis as palavras do Pontífice:

Tão longe está […] de subjazer à divina inspiração algum erro, que ela por si mesma não só exclui todo erro, senão que o exclui e expele tão necessariamente quanto é necessário que Deus, suma Verdade, não seja autor de absolutamente erro algum. […] Esta é a antiga e constante fé da Igreja, definida também com sentença solene nos Concílios de Florença e Trento; depois confirmada e mais expressamente declarada no Concílio Vaticano (DH 3292) [3]. 

A segunda parte é verdade de fé divina e católica definida pelo beato Pio IX, em 8 de dezembro 1854, por meio da Bula Ineffabilis Deus:

[…] declaramos, proclamamos e definimos: a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis (DH 2803).

Muito bem. Até aqui, sabemos o que a Igreja afirma, mas parece continuar de pé a dificuldade assinalada antes, a saber: se a Igreja ensina, com São Paulo, que em Adão todos pecaram e, com base em sua Tradição e Magistério, que Maria foi preservada do pecado, não se segue daí que a Igreja ensina algo contrário ao ensinamento bíblico, que ela mesma diz ser infalível?

A resposta é não. Por quê? Porque nos versículos aludidos o Apóstolo fala da condição geral dos homens enquanto descendentes de Adão por geração natural, o que parece justificar-se pelo uso que ele faz do termo πάντες (πᾶς, no singular), que embora se traduza por “todos”, não significa, sempre e necessariamente, “todos e cada um”.

Em outras palavras, as passagens paulinas que estamos examinando não requerem, por si mesmas, que leiamos “todos” em sentido distributivo — como supusemos no início, ao apresentar o problema —, mas permitem uma leitura em sentido coletivo (enquanto “todos” significa a natureza humana herdada de Adão), ou mesmo em sentido indeterminado (enquanto “todos” equivale a “maior parte”, segundo alguma condição que se cumpre ut in pluribus, ou seja, de modo regular e na maioria das vezes).

Que isso seja possível, comprova-o a própria Escritura Sagrada, que em diversos lugares emprega o mesmo termo para designar ora coletividades, ora grupos numericamente indeterminados. 

Assim, v.gr., lê-se no primeiro Evangelho que, à notícia de que o Messias acabara de nascer, “o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém (gr. πᾶσα ἱεροσόλυμα) com ele” (Mt 2, 3). Ora, não parece necessário interpretar πᾶσα (aqui no feminino) no sentido de que “todos e cada um dos habitantes da cidade santa” se perturbaram, já que a intenção das palavras de Mateus é óbvia: ao correr pelas ruas o boato do nascimento de Cristo, grande parte da cidade (ou dos que ouviram a notícia) se perturbou [4].

Ainda no primeiro Evangelho encontramos outro exemplo de que não é necessário (às vezes, é até um contrassenso) interpretar o termo πᾶς em sentido absoluto, como sinônimo de “todos e cada um”, sem exceção possível. Trata-se de Mt 10, 22, onde lemos o seguinte: “Sereis odiados de todos (gr. ὑπὸ πάντων) por causa de meu nome”. Mas quem concluiria daí que “todos” significa “absolutamente todos os homens”?

De fato, se fosse este o sentido das palavras de Jesus, seria no mínimo incoerente que, no mesmo discurso, Ele enviasse os discípulos a pregar o Evangelho. Afinal, se Ele sabe de antemão que todos, sem exceção alguma, odiarão os Apóstolos, os estaria enviando para uma missão… missionariamente infrutífera. A não ser que se considere como fruto da missão apostólica a paciência dos próprios Apóstolos: “Aquele que perseverar até o fim será salvo”, coisa que, embora possa ser um requisito para o sucesso dela, não é propriamente o fruto da atividade evangelizadora. Além disso, temos aqui mesmo, neste site, um contra-exemplo dessa interpretação: se fosse verdade que todos odiariam os Apóstolos, nem o Paulo Ricardo seria padre nem o leitor (Deus o queira!), católico.

É evidente, portanto, que na passagem acima “todos” pode tomar-se em sentido mais ou menos amplo, enquanto significa que, por ódio ao nome de Cristo, a maior parte dos homens rejeitaria a pregação evangélica, ou que, de regra, os pregadores seriam odiados, sem que se precise a frequência exata com que isso haveria de acontecer (v.gr., se em 90 ou 80% das vezes).

Quer dizer então que aqueles trechos de São Paulo provam a Imaculada Conceição? Não, de forma alguma. Mas tampouco a refutam ou desmentem.

“A Imaculada Conceição”, de Miguel Jacinto Meléndez.

Com efeito, o uso genérico de πάντες, referido aos homens como descendentes de Adão, expressa apenas uma regra geral, ou seja: que quantos pecaram em Adão, como em sua cabeça moral, devem herdar as consequências do pecado pessoal de Adão, que são o pecado original (entendido como privação habitual dos dons sanificantes da graça) e, em consequência, a sujeição à morte física, e não só espiritual (cf. Gn 2, 17) [5].

E como sabemos que São Paulo fala ali em termos genéricos e, por conseguinte, abertos à possibilidade de uma leitura restritiva, que contemple ao menos uma exceção (e quem sabe duas)? Notando que o Apóstolo fala de todos os seres humanos (cf. Rm 5, 12: gr. πάντας ἀνθρώπους, πάντες [ἄνθρωποι]), o que deveria, naturalmente, incluir também a Cristo, o qual, segundo o mesmo Apóstolo, é o Filho de Deus “nascido de mulher sob a Lei” (Gl 4, 4; cf. Jo 1, 14; Gn 3, 15), isto é, plenamente homem. Mas é evidente que não o inclui, uma vez que o propósito destas perícopes é justamente contrapor o primeiro Adão, como fonte demeritória do pecado e da morte para o gênero humano, ao segundo, como fonte meritória da graça e da vida sobrenatural para todos (os que quiserem).

So far so good”, diria um gringo. No entanto — poderíamos replicar —, que Jesus Cristo, por ser Deus encarnado, concebido milagrosamente em Maria Virgem segundo a carne, esteja fora da lei universal de contração do pecado original não implica que também o esteja sua Mãe. Afinal de contas, ainda que admitamos que, na Carta aos Romanos, São Paulo não pretenda excluir a priori a possibilidade de alguma outra exceção à universalidade do pecado original, daí não se segue que alguém, afora Cristo, tenha sido de fato excluído dessa lei. E agora?

É verdade — repitamos —, a partir das palavras paulinas, tomadas isoladamente ou no seu contexto imediato, não se pode afirmar que alguém, além de Cristo, tenha escapado à lei universal do pecado de Adão. No entanto, embora a doutrina da Imaculada Conceição não se encontre formulada na Bíblia de modo explícito ou em termos equivalentes (o que, tecnicamente, se chama revelação formal) [6], a própria Escritura nos relata casos de exceções a leis ou regras que ela mesma apresenta como universais. Senão vejamos.

O autor da Carta aos Hebreus enuncia, a certa altura, o seguinte princípio: “Está determinado que os homens morram uma só vez” (Hb 9, 27), o que sempre se entendeu como lei universal da unicidade da morte. Quer dizer, a condição geral do homem é tal que, em circunstâncias ordinárias, segundo o curso normal da Providência, ele deve morrer somente uma vez, para logo depois ser julgado no tribunal divino, contra o que sustentam, entre outros, os espíritas. Contudo, a mesma Providência que estabeleceu como norma geral a unicidade da morte dispôs também certas exceções pontuais a ela, como é o caso, v.gr., das ressurreições realizadas por Nosso Senhor. 

No Evangelho, aliás, temos pelo menos três casos excepcionais: o do filho da viúva de Naim (cf. Lc 7, 11), o da filha de Jairo (cf. Mt 9, 18; Mc 5, 21; Lc 8, 40) e o de Lázaro (cf. Jo 11, 1). Todos eles morreram duas vezes: uma antes de serem ressuscitados, e outra após a ressurreição (daí que não se trate de ressurreição gloriosa, mas de simples retorno à vida em corpo passível) [7].

Esses acontecimentos, por extraordinários que sejam, tampouco provam a Imaculada Conceição, mas são um indício convincente de que não seria contrário à letra da Bíblia que, por especial disposição divina, alguém fosse isento da lei universal do pecado original, assim como, por especial disposição divina, algumas pessoas foram isentas da lei da unicidade da morte. Que Maria tenha sido objeto de um tal privilégio é coisa, opinamos [8], que não se pode saber com base tão-somente no texto sagrado, à margem da Tradição eclesiástica e da interpretação que sempre se deu a certas passagens referentes, de um modo ou de outro, à Virgem puríssima (v.gr., o sentido mariológico do protoevangelho, Gn 3, 15, e a vinculação essencial entre a plenitude de graça de Lc 1, 18 e a imunidade a todo gênero de pecado).

Mas que uma coisa não se possa saber só com base na Bíblia, tomada como um conjunto de textos desvinculados da tradição prévia que os inspirou e na qual eles foram gestados e lidos, não significa que essa coisa seja falsa nem — como cremos ter mostrado ao longo deste artigo — contrária ao ensinamento bíblico. Significa apenas que a Escritura não é formalmente suficiente [9], ou seja, não constitui sozinha a norma de sua própria interpretação nem oferece um catálogo exaustivo e explícito de todas as verdades em que deve crer o fiel. Este nunca foi o sentir da Igreja, dos Padres e dos cristãos a respeito das divinas Escrituras. Nem, portanto, o de São Paulo.

Para os que gostam de uma abordagem — digamos — mais “escolástica”, podemos resumir este imbróglio todo da seguinte forma:

Objeção. — O Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos, diz sobre o primeiro pai: “No qual todos pecaram” (5, 12); e em sua Primeira Carta aos Coríntios: “Em Adão todos morrem” (15, 22). Logo, a bem-aventurada Virgem Maria contraiu o pecado original e morreu.

Resposta. — Distingo o antecedente: 1) “em Adão todos pecaram e morreram” é verdade quanto ao débito, isto é, na medida em que todos os descendentes de Adão por geração natural estão submetidos à lei de contrair o pecado de origem e receber por essa via uma natureza humana contaminada; 2) mas quanto ao próprio pecado, pelo qual são contaminados de fato, sub-distingo: a) é verdade, se não forem eximidos por Deus por especial privilégio; b) mas falso, se o forem. Ora, a beata Virgem Maria foi, por especial privilégio de Deus, eximida da lei universal da transmissão do pecado original. Logo, não pecou nem morreu em Adão [10].

Referências

  1. Cf. Pe. H. Simón, CSSR, Prælectiones Biblicæ. Novum Testamentum. 4.ª ed., iterum recognita a J. Prado. Marietti, 1930, vol. 2, p. 281, n. 753: “Segundo a interpretação de Ambrosiaster, acolhida por muitos autores antigos, a expressão grega ἐφ’ ᾧ (lt. in quo) deveria traduzir-se como ‘no qual’, de modo que o sentido do v. seria: ‘No qual, isto é, em Adão, todos pecaram’. Contudo, tem-se preferido modernamente outra exposição, que traduz ἐφ’ ᾧ como ‘porque’ ou ‘pelo fato de que’. E, com efeito, parece haver boas razões para isso: 1.º) a locução grega ἐφ’ ᾧ, segundo vários léxicos gregos especializados, tem quase sempre este significado; 2.º) ela é utilizada pelo próprio São Paulo nesta acepção (cf. 2Cor 5, 4; Rm 8, 3; Fp 3, 12 etc.); 3.º) se adotarmos a interpretação antiga, caímos no inconveniente de vincular gramaticalmente o relativo ἐφ’ ᾧ ao nome precedente, isto é, a ‘morte’ (θάνατος) ou a ‘mundo’ (κόσμος), mas de modo algum a ‘homem’ (ἄνθρωπος), como defende essa mesma interpretação; 4.º) torna-se mais fácil entender o nexo das proposições: a morte passou a todos os homens porque, ou pelo fato de que [nele] todos pecaram; 5.º) além disso, à objeção de que é com base nesse trecho que o Concílio de Trento ensina a existência e a universalidade do pecado original pode-se responder que, também segundo a interpretação mais recente, o dogma do pecado original continua evidentemente afirmado neste v.: de fato, que todos pecaram em Adão se segue das palavras paulinas como que indiretamente, ao modo de sentido consequente ou colateral”.
  2. Cf. Pe. J. Prado, CSSR, Prælectiones Biblicæ. Propædeutica Biblica. 6.ª ed., Turim: Marietti, 1956, p. 42, n. 37.  — Com respeito à inerrância bíblica na descrição de fenômenos físicos, é ocioso recordar que os hagiógrafos, cuja intenção primária não é a de escrever tratados de ciência natural, se expressam de regra segundo o modo humano e comum de julgar nesta matéria, ou seja, de acordo com a aparência externa dos fenômenos ou a estimativa geral de seus contemporâneos. Por isso, não deve causar escândalo que na Bíblia se leia às vezes sobre o “movimento do Sol” ou se apresente o grão de mostarda como “a menor das sementes”. Trata-se de um modo de falar totalmente admissível, normal até hoje e que, por si só, não implica erro algum; errada está a interpretação que os toma ao pé da letra ou lhes impõe uma intenção científico-descritiva sem cabimento.
  3. AAS 26 (1893-94) 288. A tradução do excerto citado é nossa. — Aqui, Leão XIII se refere, obviamente, ao Concílio Vaticano I, já que o II só seria convocado 68 anos após a publicação desta Encíclica.
  4. Tampouco seria absurdo (embora, quiçá, pouco provável e algo forçado) pensar que “toda” designa aqui a principal parte de Jerusalém, isto é, as autoridades civis e religiosas, já que é comum na linguagem corrente designar um coletivo por referência (explícita ou implícita) à parte que nela é mais importante ou representativa do conjunto (v.gr., “O Brasil se mobilizou para…” = “As autoridades brasileiras se mobilizaram para…”; “O time A irá contratar o jogador B” = “A diretoria do time A irá contratar o jogador B”; “O site padrepauloricardo.org irá lançar um curso” = “O Pe. Paulo Ricardo irá lançar um curso em seu site” etc.).
  5. Que o Apóstolo tenha em mente o pecado original, e não o pecado em geral, se vê pelo fato de ele escrever “o pecado” (gr. ἡ άμαρτία, com o artigo anteposto). “Trata-se, portanto, daquele pecado que foi cometido por Adão, mas que não permaneceu somente nele, senão que passou para os seus descendentes, constituindo-os a todos pecadores”, isto é, que foi como que difundido e distribuído, “como a herança de um pai repartida entre os filhos” (Pe. H. Simón, op. cit., p. 281, n. 752).
  6. Todavia, lida à luz da Tradição da Igreja, a Escritura proporciona fundamentos suficientes para formular argumentos propriamente teológicos que permitem, partindo de certas verdades reveladas como de princípios ou premissas, chegar à conclusão de que Maria foi preservada do pecado original. Por exemplo, (1) é verdade formal e explicitamente revelada que Maria, para ser digna Mãe do Redentor, foi cumulada de graça, a ponto de ser chamada “cheia de graça” por antonomásia (cf. Lc 1, 28); (2) ora, é evidente, a quem entende os termos, que a plenitude de graça exigida para ser digna Mãe do Redentor é incompatível com o pecado original, na medida em que este implica sujeição ao diabo, inimigo principal do Redentor, e aversão a Deus, mal que o Redentor veio remediar; (3) logo, Maria, para ser digna Mãe do Redentor, não pôde ter o pecado original (cf. Pe. José A. de Aldama, SJ, et al., Sacræ Theologiæ Summa. 4.ª ed., Madrid: BAC, 1961, vol. 3, p. 343, n. 31). Desse ângulo, a Imaculada Conceição, conquanto pertença ao depósito da fé por via de Tradição oral, pode não obstante ser considerada uma verdade virtualmente revelada na Escritura ao modo inclusivo, já que a conclusão (3) não faz mais do que explicitar a relação de inclusão metafísica entre (1) a plenitude de graça correspondente à maternidade divina e (2) a imunidade ao pecado original, que está para aquela como a propriedade para a sua essência. Donde se vê que o erro de certos protestantes nesta matéria está em concluir o contrário por assumir como necessária uma conexão que, na verdade, é meramente física e contingente, a saber: que todos os descendentes de Adão por geração natural devem (posto a salvo que Deus, por especial privilégio, possa excetuar alguém, como a Igreja afirma da Santíssima Virgem) herdar o pecado original.
  7. Devemos esses exemplos a um interessante artigo de Jaime Francisco de Moura, Maria contraiu o pecado original?, de 30 nov. 2019. Disponível em (sítio): <bit.ly/36nhaQw>. Acesso: 11 de nov. 2020. Semelhante argumentação se encontra num artigo de Alessandro Lima, A Imaculada Conceição da Virgem Maria, de 20 mai. 2010. Disponível em (sítio): <bit.ly/3lmjygA>. Acesso: 11 nov. 2020.
  8. Cf. A. Tanquerey, SS, Brevior Synopsis Theologiæ Dogmaticæ. 7.ª ed., Paris: Typis Societatis S. Joannis Evang., Desclée & Socii, 1931, p. 480, n. 830, A.
  9. Para os católicos, a Escritura é materialmente suficiente, porquanto nela está formalmente revelado que Deus instituiu por seu Filho encarnado uma Igreja provida de um ministério docente, a fim de conservar de erros e explicar sem acréscimos a integridade do depósito da fé. Na medida pois em que ela contém o dogma de um princípio magisterial diretivo, pelo qual se pode chegar ao conhecimento de todas as verdades de fé, pode-se dizer que a Bíblia contém implícita e redutivamente todas as verdades de fé e é, nesse sentido, suficiente (cf. J. B. Franzelin, SJ, Tractatus de divina Traditione et Scriptura. 2.ª ed., Roma, ex Typographia Polyglotta, 1875, p. 232s.
  10. Cf. V. Zubizarreta, Theologia Dogmatico-scholastica. 3.ª ed., Bilbao: Eléxpuru Hnos. (ed.), 1938, vol. 3, p. 574.

O que achou desse conteúdo?

0
0
Mais recentes
Mais antigos