Ensina-nos a Revelação que no projeto inicial de Deus para a humanidade nem a doença nem o pecado estavam previstos. Não se sabe como, eles seriam preservados. No entanto, houve o pecado dos primeiros pais e, com ele, tais realidades inexoráveis adentraram ao mundo.
A Sagrada Escritura ensina que o homem e a mulher - criados inocentes - foram enganados por Satanás e pecaram. Quando isso ocorreu, o pecado entrou no mundo. São Paulo, em sua Carta aos Romanos, usa duas palavras, a primeira para designar o pecado pessoal dos primeiros pais, a transgressão história, e a segunda para qualificar o pecado, Satanás. Ele diz: “Adão e Eva transgrediram, e quando eles transgrediram o Pecado entrou no mundo" (12).
O “Pecado" a que se refere por São Paulo é o próprio Satanás e seus demônios. E o pecado foi, como ensina a Revelação, uma invenção angélica. Ao adentrar ao mundo, o Diabo trouxe consigo a morte e doença, exercendo uma espécie de domínio sobre a humanidade.
O tempo presente é de luta. Com a ajuda de Deus, com Sua graça e com a Redenção de Jesus Cristo e o Espírito Santo, cumpre combater os inimigos do homem. No final, Satanás será definitivamente derrotado. E o último inimigo, nos diz São Paulo, a perecer será justamente a morte. A humanidade ressuscitará.
No Antigo Testamento havia um domínio do pecado, porém, quando o Filho de Deus vem a este mundo, se faz homem, é para libertar a humanidade justamente do poder de Satanás, do pecado, da morte, da doença. E Jesus lutou e o derrotou. Porém, após a vitória de Cristo inicia-se o período em que cabe ao homem lutar também e, no final, tudo será derrotado definitivamente.
Muito embora a doença e morte não estivessem nos desígnios de Deus, é sabido que elas possuem algo de redentor. O Cristianismo ensina que se pode extrair da doença algo de santificador, que a cruz, o sofrimento são, de algum modo, redentores.
Jesus venceu o pecado, a morte e a doença. Então, por que Ele venceu de uma vez por todas? Por que Ele deixou que a humanidade permanecesse nesse tempo de luta para manifestar sua vitória final somente no último dia? Trata-se de um grande mistério, mas uma luz se faz no fim do túnel: a luta permite que cada um prepare melhor o seu céu. Se Deus permite a luta só pode ser porque isso é o melhor para o homem.
A comodidade, os prazeres de uma vida agradável, sem intempéries ou imprevistos, certamente levaria o homem não ao céu, mas direto para a condenação, pois, qual homem que, vivendo uma tal vida agradável não se tornaria orgulhoso e se esqueceria do Criador? São muitos os exemplos nesse sentido. Deus, então, permite que a luta aconteça, portanto, que se saiba extrair da visita da doença e do sofrimento, um pouco daquele Amor Eterno que Ele tem reservado para cada um no céu. Tendo em mente sempre que a vida verdadeira não é esta que se vive aqui, nesta Terra, mas sim aquela que há de vir, na qual não haverá mais choro, nem doença, nem sofrimento e que cada um será ressuscitado de forma gloriosa, tal qual Nosso Senhor Jesus Cristo o foi, que a cruz seja abraçada e vivida, na certeza de é uma grande eleição poder sofrer com o Senhor, poder configurar-se a Ele também no sofrimento.
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