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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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O Batismo é o sacramento que abre a porta para os demais sacramentos. Além disso, diz o Catecismo da Igreja Católica, no número 1213, que, pelo Batismo, "somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornando-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão". Disto se segue que a recepção do Batismo produz uma série de frutos espirituais, um dos quais é justamente o perdão dos pecados. Por esse motivo, não é possível que uma pessoa que esteja em pecado mortal receba tal sacramento.

Pode parecer uma resposta dura. Mas, é necessário entender o grande dom que é o batismo e sua importância. Para tanto, recorremos às palavras de São Gregório de Nazianzo:

O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus. (...) Chamamo-lo de dom, graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo, e tudo o que existe de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que nada trazem; graça, porque é dado até a culpados; Batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (tais como são os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do senhorio de Deus. (Or. 40,3-4 apud CIC, 1216)

Na preparação para o batismo de um adulto, deve haver instrução e também admoestação para que se arrependa de seus pecados, diz o cânon 565 do Código de Direito Canônico. Deste modo, se uma pessoa chega a ser batizada não estando arrependida de seus pecados ou mesmo em situação de pecado, o batismo é válido, porém, as condições espirituais para a recepção frutuosa de tal sacramento não estarão presentes. E, quais são essas condições?

É São Paulo que, por diversas vezes, fala sobre elas. Na Carta aos Romanos, ele diz: "pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova" (6,4). Existe, portanto, uma morte e é o mesmo São Paulo quem explica no versículo 11, dizendo: "assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado."

Na Carta aos Colossenses, continua enfatizando a realidade de morte para o pecado e vida para Cristo quando diz que "se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está entronizado à direita de Deus. Cuidai das coisas do alto e não do que é da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus". Diante disso, é importante que cada batizado tenha sempre diante de si o fato de que morreu para pecado e a vida está escondida em Deus. Significa que o pecado grave deve ser evitado a todo custo.

Morrer para o pecado é apenas a primeira parte, o primeiro passo. Em seguida vem o segundo e mais importante que é viver para Cristo. O primeiro é o básico. E ele significa que o projeto de vida pecaminoso deve ser deixado para trás, sepultado. Por isso, uma pessoa que está vivendo em pecado não pode receber o sacramento do batismo, pois não deixará para trás o seu pecado. Não há verdadeiro arrependimento e morte.

O bom cristão não deveria pecar, mas se peca, deveria odiar o próprio pecado e não fazer dele um projeto de vida, como o fazem os mundanos, os pagãos. Evitar o pecado é somente o salário mínimo. Importante é buscar as coisas do alto, como diz São Paulo. Este mundo é somente uma passagem para algo muito maior e eterno. A pátria dos filhos de Deus, dos batizados é o céu, aqui é somente uma preparação.

Por isso, a realidade de morte para o pecado e vida para Cristo é algo não só para os candidatos ao batismo, mas para todos e o dia de hoje é perfeito para que sejam renovados os propósitos batismais.

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