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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Jo 3, 16-18)

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.

Meditação. — 1. Depois de recordarmos a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, hoje, unidos a toda a Igreja, celebramos a solenidade da Santíssima Trindade, o Deus uno e trino junto do qual desejamos um dia estar. Com esse mistério, vemos a completude da obra salvífica de Deus, pois, pela ação do Espírito Santo, recebemos todos os meios para alcançar a salvação, mas ainda precisamos nos apropriar dela; e o primeiro passo para fazê-lo consiste em crer nas verdades de fé.

Por isso, o Evangelho deste domingo, através do diálogo entre Jesus e Nicodemos, nos fala da fé na verdade salvadora de que “quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado” (Jo 3, 18). Muitos, porém, têm dificuldade de compreender essa “inconveniente” verdade, justamente porque já não acreditam na existência da própria verdade.

Ao contrário do que comumente se afirma, a verdade existe; e não só existe, como é uma realidade que se impõe por si mesma e que independe da nossa opinião. Ou seja, por mais que o mundo moderno propague e alimente a autoilusão de que o inferno não existe ou de que todos irão se salvar, essa falácia não modifica o fato de que somente quem crer em Jesus Cristo será salvo.

E crer em Jesus, na prática, é crer em quem Ele é: verdadeiro Deus e verdadeiro homem; o Filho de Deus consubstancial ao Pai; e que tanto amou o Pai a ponto de seu amor, o Divino Espírito Santo, transbordar sobre nós.

2. Sabendo, então, que a fé é o prelúdio da salvação, precisamos nesta solenidade da Santíssima Trindade renovar nossa fé neste mistério que com a Igreja professamos. Para isso, é relevante recordar um antigo símbolo da fé, atribuído a Santo Atanásio e conhecido como símbolo Quiqumque.

Seu primeiro artigo já explicita o que hoje refletimos: Quicumque vult salvus esse, ante omnia opus est, ut teneat catholicam fidem, “Todo o que quiser ser salvo, antes de tudo é necessário que mantenha a fé católica”. Além de atestar a condenação dos que não creem, também a assegura no caso daqueles que deturpam a fé: “se alguém não a conservar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá para sempre”. E explica, dentro daquilo que a inteligência humana é capaz de exprimir, este grande mistério que hoje celebramos e no qual devemos crer firmemente:

A fé católica é que veneremos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a [pessoa] do Filho, outra a [pessoa] do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.

Qual o Pai, tal o Filho, [e] tal o Espírito Santo: incriado o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo; incomensurável o Pai, incomensurável o Filho, incomensurável o Espírito Santo; eterno o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo; e, no entanto, não três eternos, mas um só eterno (DH 75).

A estas verdades devemos dar nosso assentimento na fé, porque Deus assim no-las revelou. E, uma vez que cremos, precisamos levar outras pessoas a crer para que também sejam salvas, pois nisso consiste o mandato do próprio Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 15–16). Tal apostolado, longe de ser um ato de “intolerância”, constitui uma grandiosa atitude de caridade para com os irmãos, visto que conduz à luz os que estão nas trevas, e leva ao conhecimento da verdade os que estão absortos no erro.

Que neste domingo da Santíssima Trindade renovemos nossa fé batismal, dando assim o primeiro passo para alcançar a salvação que nos foi conquistada na Cruz. E que o Espírito Santo derramado em Pentecostes nos una cada vez mais a Cristo, a fim de que um dia estejamos no Céu junto de Deus Pai, e possamos contemplar face a face o grande mistério que hoje celebramos.

Oração.Senhor, Deus uno e trino que nos revelastes as verdades que nos conduzem à salvação, ajudai-nos a crescer na fé, a fim de que, vivendo a esperança e a caridade, possamos  um dia contemplar face a face o mistério que hoje celebramos. Amém.

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