Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 9, 46-50)
Naquele tempo, houve entre os discípulos uma discussão, para saber qual deles seria o maior. Jesus sabia o que estavam pensando, pegou então uma criança, colocou-a junto de si e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”. João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós, está a vosso favor”.
O texto do Evangelho que a Igreja nos prega hoje, dia da morte de S. Teresinha do Menino Jesus, nos fala justamente da infância espiritual, fundamento de toda a doutrina da santa de Lisieux. Estavam os Apóstolos altercando entre si para saber qual deles seria o maior no reino de Cristo. O Senhor, querendo pôr fim à discussão e, ao mesmo tempo, dar aos discípulos uma lição de humildade, chama para junto de si um criança e diz a todos: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou”. Uma criança, que para a sociedade nada vale, é para Jesus o que há de mais precioso, porque nela se encarna o ideal de humildade e confiança que o Senhor sempre viveu. E se nós o queremos seguir, a Ele que, sendo Deus, se fez criança e, sendo grande, se fez pequeno, devemos esvaziar-nos do nosso orgulho, do nosso desejo de ser grandes nesta terra. É este o nosso caminho, a nossa pequena via, não somente por ter Cristo se feito menino, mas por não ser possível entrar no céu, como afirma o mesmo Cristo, a quem teima em ser grande: “Se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3). Tenhamos olhos para ver, no exemplo de Cristo e na doutrina de S. Teresinha, que grandes só os pode haver no céu, e que lá só chegam os que neste mundo fizeram violência contra si mesmos para serem sempre os menores. Que Deus nos dê ainda a graça de compreendermos que as portas do céu “estão fabricadas à proporção dos que hão de entrar por elas” (Pe. Antônio Vieira, Serm. da Quinta Dominga da Quaresma, de 1651, §3), as quais são não apenas pequenas, mas pequeninas, por estar decretado que não possam entrar no céu senão as criancinhas: “Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.
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