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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 
(Mc 2,18-22)

Naquele tempo, os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?” Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar. Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”.

A forma de vida que Jesus levou no mundo, da qual se escandalizam hoje os fariseus, é o exemplo perfeito de como deve ser a nossa vida sob o jugo da Nova Lei.

Mais do que jejuns e penitências, o que realmente importa, sem o qual a própria mortificação perde sentido, é a caridade. Por meio de Cristo, com efeito, Deus cumpriu o que prometera por boca de Ezequiel: “Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne” (Ez 36, 26).

A vida cristã não pode reduzir-se à obediência externa a certas “regrinhas”; não é um “legalismo” que se satisfaz com observar determinados preceitos. A justiça de nossas ações, a delicadeza e o respeito do nosso trato com Deus, tudo isso deve brotar de dentro, de um coração que ama, que se deixa envolver e transformar pela graça. Eis por que Jesus se apresenta primeiro como Esposo: “Enquanto o noivo está com eles”; é só o amor sincero e alegre ao Esposo que justifica e dá verdadeiro sentido às práticas penitenciais: “Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar”. Não podemos ser fariseus que pretendam, à força de mortificação pessoal, apresentar-se limpos aos olhos de Deus. Pelo contrário, sabemos que Ele nos ama, apesar da nossa impureza.

Foi Ele quem deu o primeiro passo e, revelando-nos o seu amor, veio estar conosco. Agora, enquanto ainda não o vemos, precisamos converter a nossa penitência e todas as práticas de religião em meios de responder com amor ao amor divino e preparar o nosso coração para o dia em que celebraremos com Ele as bodas eternas.

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