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O que a Regra de São Bento nos ensina?

“Ouve, meu filho, os preceitos do mestre; inclina o ouvido do teu coração, e o conselho de teu piedoso pai, de bom grado o acolhe e põe em prática, para que voltes, pela obediência, Àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência.” (Regra de São Bento)

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10, 16-23)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Vós sereis levados diante de governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e das nações. Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Então naquele momento vos será indicado o que deveis dizer. Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. Vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo. Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo, vós não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem”.

Celebramos hoje a Memória de São Bento de Núrsia, o grande São Bento, a quem poderíamos chamar verdadeiramente de Patriarca do Ocidente. Por quê? Porque aquele homem, que, solitário, quis entregar-se a Deus na imitação dos monges do deserto do Egito, retirando-se a uma caverna de Subiaco, foi escolhido por Deus para uma grande obra.

São Bento nem de longe imaginava a repercussão histórica que teria o seu recolhimento. Ele buscou a Deus, como Jesus havia dito: “Buscai primeiro o reino de Deus, e tudo mais vos será acrescentado”. A Providência divina é assim. Os que buscam a Deus terminam usados por Deus para realidades maravilhosas que eles jamais imaginariam. Bento procurou a Deus fazendo jejuns e orações na caverna de Subiaco.

A fama de que havia um santo naquela colina começou a se espalhar pela região, e outros homens vieram a ele pedindo-lhe que lhes ensinasse o caminho do Céu, o caminho para Deus. Eis que Bento foi levado para o que ele não queria, ou seja, tornar-se mestre de santidade. É coisa típica da Igreja Católica. Os santos sempre foram gerados por alguém que foi modelo de santidade. Existe realmente uma genealogia da santidade, e São Bento está na origem de uma grande árvore genealógica de grandes santos que irão atravessar os séculos da Igreja.

São Bento fez uma Regra, caracterizada exatamente pela moderação. Enquanto os primeiros santos heroicos, os monges do deserto do Egito, eram mais admiráveis do que imitáveis, a Regra de São Bento é verdadeiramente para pessoas chamadas à santidade por um caminho que é, sim, generoso, de doação e de entrega, mas sem excessos, sem os rigores extremos das primeiras experiências monásticas do deserto.

O que nós podemos aprender verdadeiramente com a Regra de São Bento? Muitas coisas. Um detalhe que eu acho que valeria muito a pena recordar: São Bento diz que o abade não deveria receber no mosteiro alguém ele não tivesse verdadeiramente certeza de estar buscando a Deus. Eis a realidade do caminho de santidade: “Buscai primeiro o reino de Deus”. Buscar a Deus verdadeiramente! Hoje vivemos um clima e uma situação em que estamos um passo atrás de São Bento. Nós temos de convidar as pessoas a buscarem a Deus.

Não podemos barrá-las na porta: “Não, você não está buscando a Deus. Então nem entre. Não vai entrar na nossa família”. Temos de fazer as duas tarefas. A primeira é levar as pessoas a verdadeiramente buscar a Deus e buscar a verdade; se fizerem isso, com verdadeira sinceridade, então, sim, passaremos a ensinar-lhes qual é o caminho, qual é a “engenharia” da santidade.

Foi exatamente o que São Bento quis ensinar aos monges e monjas que, maravilhosamente, acenderam no céu da história da Igreja uma constelação de santos que, podemos dizer, fundaram a civilização cristã ocidental.

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