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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 20,27-40)

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.

Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.

Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.

Celebramos hoje os mártires São Roque González e seus companheiros, padres Afonso Rodrigues e João de Castilho, três sacerdotes jesuítas, os dois últimos espanhóis.

Roque González, nascido no Paraguai, na cidade de Assunção, era sacerdote e chegou a ser pároco da catedral de Assunção, além de vigário geral da diocese, quando então, com 33 anos de idade, resolveu entrar na Companhia de Jesus.

Ali, por quase 20 anos, o padre Roque González, jesuíta, se dedicou à evangelização dos povos indígenas nas chamadas reduções jesuíticas. Ele atuou no sul do Brasil, onde hoje é o Estado do Rio Grande do Sul. Foi exatamente na atual diocese de Santo Ângelo que o Padre Roque González foi martirizado.

Se nós formos olhar a vida de Roque González, vamos ver o amor imenso que ele tinha aos indígenas. Ele quis livrá-los da ignorância das falsas religiões em que eles se encontravam, para assim tirá-los do poder das trevas e do erro.

Foi exatamente por se opor às falsas religiões indígenas que ele foi martirizado. Um líder religioso dessas tribos organizou o seu martírio. Eles mataram o padre Roque González, queimaram o seu corpo e o deixaram ali.

Quando, dias depois, voltaram para ver o corpo, que não estava ainda queimado totalmente, viram que o seu coração estava lá, então transpassaram o coração do padre Roque González com uma flecha e, milagrosamente, aconteceu um fenômeno.

A voz do padre Roque González se dirigiu aos indígenas: “Matastes a quem tanto vos amou. Meu corpo está morto, minha alma no entanto está no Céu”. Esse milagre aconteceu para a conversão e salvação dos índios que foram exatamente os culpados da morte do santo sacerdote. A frase expressa exatamente aquilo que foi a vida do padre Roque González: “Matastes a quem tanto vos amou”.

O Ofício das Leituras do dia de hoje traz uma das cartas do padre Roque González, que, treze anos antes do seu martírio, fazia uma “prestação de contas” do que ele estava fazendo e do método que ele usava nas missões indígenas.

Em primeiríssimo lugar, antes de qualquer coisa, eles demonstravam o seu amor àqueles índios. Depois que estavam bem convencidos do quanto aqueles homens eram sacrificados e os amavam de verdade, os índios baixavam o escudo do coração e se abriam para ouvi-los.

Foi assim que o padre Roque González e seus companheiros conseguiram converter aqueles povos. Ali ele se preocupou logo em ensinar-lhes a adorar a santa Cruz de Cristo; ensinou que eles deviam ter grande reverência pelo sacrifício do Calvário na santa Missa, edificando capelas, fazendo com que os índios que então abraçavam a fé e eram batizados fossem preparados adequadamente para participar do santo e augusto sacrifício, comungando o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Pois bem, esse é o verdadeiro amor, essa é a verdadeira caridade. Quem ama quer que o outro vá para o Céu; portanto, quem ama faz de tudo, mesmo à custa do derramamento do próprio sangue, para que as pessoas saiam das trevas da ignorância das falsas religiões e encontrem a verdade, que é Cristo, e possam já aqui na terra participar dos meios de salvação, os sacramentos da santa Igreja Católica, para que um dia todos possamos triunfar no Céu.

Hoje, o padre Roque González e seus companheiros, lá no Céu, têm outros companheiros também, aqueles indígenas a quem arrancaram do poder do demônio e consagraram entregando-os a Jesus Cristo. Eles cantam a glória de Deus no Céu e intercedem por nós para que permaneçamos fiéis em nossa missão.

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