Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19, 45-48)
Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: "Está escrito: 'Minha casa será casa de oração'. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões". Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.
O motivo por que celebramos neste dia a memória da dedicação das Basílicas dos santos Apóstolos Pedro e Paulo está intimamente relacionado com o que lemos hoje no Evangelho. Ao purificar o Templo de Jerusalém de lá expulsando os vendilhões, Jesus manifesta um ponto fundamental da fé cristã, a saber: é o nosso coração, e não edifícios de pedra, o verdadeiro templo no qual Deus habita. A expulsão dos vendedores, com efeito, nos recorda que, no dia do nosso Batismo, fomos libertos do poder de Satanás; por isso, a dedicação duma igreja em concreto recorda a todos nós, fiéis, a dedicação de nossa alma a Deus, que dEle se torna morada por meio de sua graça e adorável presença. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós", garantiu-nos o Salvador, "viremos a ele e nele faremos nossa morada" (Jo 14, 23). O Senhor, que por seu poder está presente em todas as coisas, embora por sua grandeza habite em luz inacessível (1Tm 6, 16), quer fazer-se presente em nós como um Amigo que nos deseja muito próximos de si, que deseja conversar intimamente conosco, como quem fala a um familiar. Que a festa de hoje nos leve, pois, a renovar a fé neste grande mistério: fomos feitos "basílica" do Deus Altíssimo, que desce dos céus para, assentando-se em nosso coração como em um trono de misericórdia, fazer de nós outra "casa de Betânia", habitáculos de amor e amizade.
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