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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc
2, 13-17)

Naquele tempo, Jesus saiu de novo para a beira mar. Toda a multidão ia a seu encontro, e Jesus os ensinava. Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: "Segue-me!" Levi se levantou e o seguiu.

E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam.

Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: "Por que ele come com cobradores de impostos e pecadores?"

Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: "Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim para chamar justos, mas sim pecadores".

Temos hoje ocasião de ler uma vez mais sobre a conversão de São Mateus, também chamado Levi, ex-cobrador de impostos. Costuma-se crer que, ao narrarem o chamado de Mateus para seguir a Cristo e fazer parte do colégio apostólico, Lucas e Marcos propositadamente lhe omitam o nome, a fim de o pouparem de desonra de haver exercido uma tão aviltante profissão a olhos hebreus. O próprio Mateus, no entanto, faz de questão de identificar-se ao testemunhar sua vocação: "Jesus viu um homem chamado Mateus", escreve, "que estava sentado no posto do pagamento das taxas" (Mt 9, 9). Atitude típica de quem, com humildade e transparência diante de Deus, reconhece ser a miséria que é e a miséria que foi.

É importante notar que o chamado de Mateus se dá quando ele ainda estava metido em seus negócios. É, pois, como servo do fisco que o Senhor o encontra e é em servo de Deus que, dali em diante, o deseja tornar. Mateus é como que arrancado do seu telônio e, com prontidão fascinante, tudo abandona num ato de fé e esperança. Ao chamado único e contundente de Cristo responde Levi com a presteza e animação de quem acabara de encontrar um grande tesouro, uma imensa fortuna: "O homem levantou-se e o seguiu" (Mt 9, 9). O Senhor dele tem misericórdia e, naquele instante mesmo, o escolhe para ser um dos seus. Miserando atque eligendo, como diz o lema do Papa Francisco, Cristo o arrebata do pecado para pô-lo na graça de seus apóstolos.

Assim também procede Deus conosco: o perdão que Ele nos concede é também uma eleição por que nos faz apóstolos e missionários da sua misericórdia. Eis a grande graça que temos no seio da Madre Igreja, o sacramento da Penitência; eis aí a grande alegria que deveríamos comunicar aos demais. De fato, se o Senhor nos perdoou a nós, pecadores tão soberbos, por que não haveria de perdoar também os que nos estão próximos? Ele nos admite, pois, à sua amizade para que, com espírito apostólico, testemunhemos a grandeza do seu amor, a todos convidando a fazer parte da sua santa Aliança, essa doce família que o Pai quer formar conosco.

Este nosso apostolado, porém, deve ser claro e sincero. A misericórdia que somos convocados a anunciar não é um truque de mágica, nem um discurso adocicado. O preço da misericórdia de Deus é o sangue de seu bem-amado Filho derramado por nossos pecados. Trata-se, com efeito, de uma misericórdia que faz o próprio Deus sangrar: exige dele um grande sacrifício de amor, exige de nós uma resposta decidida de conversão. É uma misericórdia que leva Deus a entregar por nós a Sua vida, para que nós lhe entreguemos a nossa. Miserando: Deus veio e, na Cruz, deu-nos o seu perdão, deu-nos uma vida nova em Cristo Jesus. Eligendo: é agora a nossa vez de, vivendo essa vida que o Senhor nos conquistou, a levarmos a quantos permanecem metidos nos seus pecados, nas suas "coletorias de impostos".

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