Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16, 12-15)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
Tiveram os Apóstolos o melhor dos mestres: a Sabedoria encarnada, que não engana nem se engana; a melhor das escolas: a vida pública de Nosso Senhor, rica em exemplos e palavras; e o melhor preparatório para o apostolado: nada menos do que três anos ao lado do enviado do Pai por excelência. E, no entanto, nada disso fez desnecessária a graça interna e de iluminação do Espírito Santo, sem a qual não se crê como convém nem se crê tudo o que se pode crer. É Jesus mesmo quem o diz: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos”, isto é, muitos pontos de minha doutrina, a vós entregue como um sagrado depósito; “mas não sois capazes de as compreender agora”, porque vos falta ainda inteligência para penetrar cada vez mais fundo nas riquezas de minha palavra. Por isso, “quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”: a) a vós, como Igreja docente, dando-vos um conhecimento mais preciso dos mistérios da fé, que haveis de distinguir em artigos e dogmas e ensinar a todos como verdades de fé divina; b) e aos demais, como Igreja discente, dando-lhes a graça de crerem com maior firmeza, por uma fé mais profunda, e com maior claridade, por uma fé mais distinta. — São essas as graças que devemos pedir hoje ao Espírito Santo, a quem iremos render especiais homenagens dentro de poucos dias, na solenidade de Pentecostes. Que ele, um só Deus com o Pai e o Filho, ilumine nossa inteligência e inspire nossa vontade, para crermos como convém à salvação, e nos conduza a uma compreensão mais profunda e saborosa daqueles mistérios que, revelados por Cristo de uma vez para sempre, esperamos contemplar um dia à plena luz, não mais envoltos na obscuridade da fé, mas na claridade da santíssima face do Deus uno e trino.
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