Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11, 25-27)
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: "Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar".
É aos pequeninos e humildes de coração que Cristo quer fazer chegar o seu Evangelho, como Ele mesmo nos revela, ao elevar ao Pai esta oração: "Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos"; não porque Deus "traiçoeiramente" esconda a sua verdade aos homens, mas porque estes, quando se fecham no seu orgulho, tornam-se como que "opacos" à luz das verdades divinas. É por isto que dizem as Escrituras: Deus superbis resistit, humilibus autem dat gratiam, "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (Tg 4, 6). A este respeito, pois, convém considerar hoje alguns pontos importantes que o Evangelho da Missa nos permite destacar.
Em primeiro lugar, os "sábios e entendidos" aos quais alude Nosso Senhor significam não somente o grande obstáculo à fé que é a soberba, mas também o fato de a nossa inteligência não poder compreender Deus sem, por assim dizer, rebaixá-lO ao nível de seus conceitos. Deus não é uma realidade a que a razão humana possa chegar por cálculos matemáticos; nem os dogmas de fé, por sua vez, podem demonstrar-se como teoremas ou verdades de ordem meramente natural. "Aos sábios e entendidos", isto é, aos que confiam na "autossuficiência" de sua inteligência e erudição, o caminho para o conhecimento íntimo de Deus está vedado; no entanto, aos que, dobrando a inteligência pela fé, reconhecem a grandeza inabarcável do Senhor, Deus revela a sua intimidade: "Eu te louvo, ó Pai", diz Jesus, "porque revelaste estas coisas aos pequeninos".
Por isso, se queremos acolher a revelação do amor que Deus tem por nós, devemo-nos humilhar diante dEle e crer com firmeza em tudo quanto Ele, que não pode enganar-se nem nos enganar, quis revelar-nos sobre si e sobre os seus mistérios. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de uma sincera humildade e de uma fé viva, pelas quais possamos prestar-lhe o obséquio da nossa inteligência, crendo com a confiança de filhos de Deus em todas as verdades da nossa santa fé católica. Que Santa Teresa dos Andes, cuja memória hoje celebramos, interceda por nós e nos faça constantes na profissão da única e verdadeira religião revelada.
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