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Texto do episódio
03

No Evangelho de hoje Jesus resume toda a Lei em dois mandamentos. O primeiro é aquele que aprendemos no Catecismo: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Mas Nosso Senhor colocou um detalhe antes: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Deus. Amarás o Senhor teu Deus”.

É importante compreendermos que Jesus não disse isso gratuitamente. O primeiro mandamento começa com o verbo “ouvir”. Ouvir a quem? E como ouvir? Sabemos que existem muitas religiões que acreditam nos mais diversos “deuses”. Nos terreiros de macumba, os pais de santo dizem que as pessoas podem servir aos orixás e receber orientações deles; nas mesquitas, os muçulmanos pregam que devemos ouvir o que está escrito no Alcorão, e assim por diante: há quem ouça Confúcio, o Tao Te Ching, a Bhagavad Gita… Há inúmeros livros sagrados espalhados por aí.

Mas quando Jesus Cristo diz: “Ouve, Israel”, isso significa ouvir a quem?

A primeira coisa que devemos entender como católicos é que seguimos aquilo que Nosso Senhor Jesus Cristo nos deixou através de sua Santa Igreja Católica, e esta é a forma de fazermos deste ouvir um ato de fé, com o qual declaramos: “Creio em tudo o que crê e ensina a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, porque Deus, verdade infalível, lho revelou, e nesta crença eu quero viver e morrer.” Isto é o nosso “ouvir”.

Primeiro, temos de crer em tudo aquilo que a Igreja nos ensina, no conteúdo que está no Catecismo e nos Concílios, como fé dogmática revelada. Nós não temos de inventar a fé. Antes de começar a amar a Deus, temos de ter a segurança para responder: “Quem é Deus?” “Como o conhecemos?” Ora, Deus se revelou! Não amamos a um deus qualquer. Não o conheceremos através das revistas “da moda” nem nos livros sagrados de outras religiões. Vamos conhecer a Deus na doutrina da Igreja que Jesus mesmo deixou neste mundo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20b).

A Igreja, portanto, possui uma doutrina infalível. Nós sabemos coisas que não vão mudar: sabemos que Deus é uno e trino; que “O Senhor Nosso Deus é único Senhor”; mas não é sozinho: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Sabemos também que o Filho se fez homem, que se encarnou no seio da Virgem Maria — virgem antes, durante e depois do parto. Sabemos que esse Filho morreu na Cruz para redimir os nossos pecados; que nos deixou a Eucaristia, a Confissão e os demais sacramentos. Sabemos que Cristo confirmou que nós devemos seguir os Dez Mandamentos.

Sabemos tantas outras coisas a respeito de Deus e de sua identidade! Mas para acolher tudo isso, precisamos também saber ouvir. Há muitos que não sabem ouvir; por isso querem inventar “ideias novas” que, no fundo, não passam de insensatez.

“Ouve, Israel!” A primeira atitude para amar a Deus é ouvir quem Ele é. Recordemos que Ele revelou quem é, não precisamos inventar (ou reinventar) Deus. Somos nós quem, diante da Revelação, devemos mudar a nossa mentalidade. Esta é a definição de conversão: mudança de mentalidade.

Por exemplo, há um psicólogo famoso, Carl Gustav Jung, que foi aluno de Sigmund Freud. Jung decidiu olhar para a religião cristã — Pai, Filho e Espírito Santo — e simplesmente dizer: “Está errado. Três é incompleto. Para ser ‘holístico’, para completar a mandala, Deus tem de conter quatro pessoas. Então é uma quaternidade, e não uma trindade.” E assim o estudioso resolveu “corrigir” o dogma da Trindade. E a coisa é ainda pior: ele alegou que o elemento que estava faltando na Trindade seria algo que representasse o feminino e o mal. E então resolveu inserir Satanás como essa “quarta pessoa”.

Podemos ver, portanto, como alguns “sábios” aos olhos do mundo podem se tornar loucos. Deus revelou-se: “Ouve, Israel.” E são inúmeras as pessoas que vão à Igreja para falar, mas será que param algum momento para ouvir? Ora, a coisa mais importante que fazemos na oração é ouvir. Afinal, é mais importante o que Deus vai nos dizer do que o aquilo que vamos dizer a Ele!

Para ouvir então a voz da Igreja que Cristo nos deixou, o primeiro lugar a que recorremos são os Concílios: de Niceia ao Vaticano II. São 21 Concílios, com definições dogmáticas dos papas e do Magistério perene da Igreja. Tudo isso está resumido, sistematicamente, no Catecismo. Há catecismos maiores, como o Catecismo da Igreja Católica, de João Paulo II; e também catecismos menores, com o mesmo valor, como o Catecismo de São Pio X. Ali está tudo o que devemos crer.

Portanto, ouçamos! Porque, sem ouvir, não saberemos como amar. E uma vez que ouvimos, sabemos quem é o Deus único e verdadeiro. Há pessoas que dizem: “O importante é acreditar em alguma coisa.” Quer dizer que há o mesmo valor em acreditar no saci-pererê, na mula-sem-cabeça, nos duendes, nos anjos cabalísticos, na força dos cristais etc.?

Recordemos sempre, meus irmãos: “Shemá Israel” (“Ouve, Israel”). Precisamos pedir a graça de termos um coração de ouvinte, um coração de discípulo obediente“lev sh’ma”, “um coração que ouve”. E quando ouvimos com esse coração, sabemos que só há um único Deus: “Shemá Israel Adonai Elohênu Adonai Echad” (“Ouve, Israel, o Senhor é o nosso Deus, o Senhor é um”). Não é a união, a “ciranda” das religiões. 

A primeira coisa que Deus quer fazer conosco para podermos amá-lo é retirar de nossa vida todos os deuses falsos. Nós temos de ser profundamente ateus dos ídolos, dos deuses falsos. Devemos ser ateus do “deus” de Marx, do “deus” de Nietzsche, do “deus” de Sartre. Não devemos crer no “deus” dos filósofos falsos, loucos e ideológicos. Temos de crer no Deus verdadeiro, e nos tornarmos ateus do “deus” dinheiro, do “deus” sexo, do “deus” ideologia…

Para crermos no Deus verdadeiro, precisamos ouvir onde Ele está. E uma vez que damos esse primeiro passo — de eliminar os ídolos e descobrir quem o Deus único realmente é —, à medida em que o vamos conhecendo, começamos a amá-lo.

E se formos parar para meditar, veremos que é esse mesmo processo de conhecimento e amor que acontece em um namoro. Imagine que um rapaz está andando — seja na escola, no trabalho, na vizinhança ou na igreja. Há naquele lugar dez moças, mas um dia uma delas começa a chamar a atenção do rapaz. Ele então começa a conversar com ela. E a partir do momento em que ele começa a escutá-la e a saber quem ela é, o que acontece? Ora, as outras vão diminuindo em seu coração, vão sumindo, até que o rapaz diz: “Você é a minha única”. Isso porque ele a ouviu, ele conheceu quem ela é, e depois começou a namorá-la.

O que é namorar? Não é “dar amassos”. Namorar é conhecer a pessoa, ouvi-la bastante. E assim como o rapaz precisa conhecer a moça, ela também precisa conhecê-lo. Esse é um processo de conhecimento mútuo, de um casal que vai se conhecendo e vai se amando. Como são seres humanos imperfeitos, então não vão somente se conhecendo, também vão se perdoando, e tudo isso faz parte desse processo de amor, até o dia em que o rapaz diz: “Quer se casar comigo?”

Existe algo analógico com Deus. Primeiro, nós ouvimos a Deus. Abandonamos nossos ídolos, nossas opiniões tolas para obedecê-lo. Paramos de querer nós mesmos inventá-lo. Ora, quaternidade? É incrível o absurdo e a petulância do ser humano. Depois de milhares de santos e sábios antes de nós, de doutos teólogos, de dezenas e dezenas de pronunciamentos do Magistério, depois de todos dogmas proclamados, após todos os Concílios, surge um sujeito que quer, sentando em seus escritório e movido unicamente pela soberba satânica, corrigir o dogma trinitário!

Devemos ser humildes, sabendo que precisamos mudar. Aos cristãos que se dizem psicólogos junguianos, fica o alerta: cuidado com o que estão aprendendo! Fiquem alertas para não confundir religião com feitiçaria.

Meus queridos, é somente assim, ouvindo e sendo humildes, que iremos amar a Deus. Jesus nos diz para “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Mas quantas vezes, no confessionário, a pessoa diz: “Padre, não sei o que fazer desse mandamento! Não sei dizer se eu amo a Deus sobre todas as coisas”.

Vamos entender melhor o primeiro mandamento. Para pecarmos gravemente contra ele, a coisa mais óbvia que deve acontecer é amarmos outros deuses. “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Deus”. Ou seja: “Não terás outros deuses”. Uma vez que claramente não temos outros deuses, que descartamos os ídolos, então começamos a crescer no amor.

Como podemos fazer para crescer no amor? Lembre-se do namoro: quanto mais você conhece, mais você ama. Então, como é que faço para conhecer a Deus de todo o coração? Ora, está escrito aqui no Evangelho: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força!” (Mc 12,30). Temos de ir conhecendo e amando de forma cada vez mais profunda. E a vontade só ama aquilo que a inteligência vê. Lembrando que a vontade é uma potência cega.

Devemos ouvir para conhecer: como Jesus andava? O que Jesus fazia? O que Ele falava? Vamos nos aprofundando em sua história como a namorada mais devota quer conhecer os detalhes do rosto de seu namorado. “A Palavra de Deus se fez carne”: ouçamos! “Este é o meu Filho muito amado, escutai-o.”

Vamos adiante, seguindo e conhecendo Jesus cada vez mais. Porque uma coisa é certa: quanto mais o conhecemos, mais o amamos. Jesus então está nos mostrando todo um programa de vida, de Quaresma, de contínua conversão. Ouçamos — e amemos — ao Senhor, nosso Deus!

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