A Igreja possui uma doutrina que versa sobre a leitura da Sagrada Escritura. O documento mais recente sobre o tema é a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, assinada pelo então Papa Bento XVI, em cujo nº 29 afirma que a "Igreja é o lugar originário da hermenêutica bíblica", ou seja, para entender a Bíblia é preciso ser Igreja, ter fé.
A Sagrada Escritura foi escrita sob uma visão e sua interpretação deve ser feita dentro da mesma visão, assim ensina um outro documento da Igreja, a Dei Verbum, do Concílio Vaticano II. Ora, isso significa que a qualquer interpretação da Bíblia feita fora do espírito no qual foi escrita pode causar um enorme dano.
São Pedro já exortava sobre a necessidade de sintonia na leitura e interpretação da Palavra de Deus em sua segunda Carta. Ele disse:
Pois deveis saber, antes de tudo, que nenhuma profecia da Escritura é objeto de explicação pessoal, visto que jamais uma profecia foi proferida por vontade humana. Ao contrário, foi sob o impulso do Espírito Santo que pessoas humanas falaram da parte de Deus. (2Pe 1,20-21)
Logo, os textos da Bíblia devem ser interpretados em sintonia com a Igreja. Somente sendo Igreja é possível compreendê-la. Este é o critério para a leitura e interpretação da Sagrada Escritura: estar em comunhão com a Tradição, com o Magistério, com o corpo eclesial. Qualquer coisa fora disso é pessoal.
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