CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

Quem ama, deseja a salvação do outro!

Sem caridade, é impossível dar testemunho de Cristo e atrair quem quer que seja para a verdade da fé. É preciso amar e servir, pois foi amando-nos e servindo-nos que o Senhor nos arrancou do pecado e nos conquistou para si.

Texto do episódio
330

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19, 11-28)

Naquele tempo, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.  Então Jesus disse: “Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um, e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’. Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Nós não queremos que esse homem reine sobre nós’. Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado. O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’. O segundo chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’. Chegou o outro empregado e disse ‘Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não’. O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. Então, porque tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil’. Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!'. Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente’”. Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

Celebramos hoje, com grande alegria, a memória dos mártires São Roque González e seus companheiros, os padres Afonso Rodrigues e João de Castilho. Trata-se de três sacerdotes jesuítas: o primeiro, paraguaio; os dois últimos, espanhóis. 

Roque González era sacerdote e chegou a ser pároco da Catedral de Assunção e vigário geral da diocese, mas resolveu entrar para a Companhia de Jesus quando tinha 33 anos. Desse modo, por cerca de vinte anos, o Padre Roque se dedicou à evangelização dos povos indígenas nas chamadas reduções jesuíticas. Ele atuou no sul do Brasil — onde hoje é o estado do Rio Grande do Sul — e ali, na atual diocese de Santo Ângelo, foi martirizado.

Observando a vida deste santo, percebemos o amor imenso que ele tinha aos indígenas, querendo livrá-los da ignorância das falsas religiões e tirá-los do poder das trevas. Contudo, por se opor às religiões pagãs, São Roque foi martirizado pelo líder religioso de uma tribo, que fez com que os índios o matassem, queimassem seu corpo e o deixassem exposto. No entanto, algo surpreendente aconteceu: dias depois, os índios voltaram e, vendo que o corpo ainda não estava inteiramente queimado, transpassaram com uma flecha o coração do padre, o qual milagrosamente disse: “Matastes a quem tanto vos amou. Meu corpo está morto; minha alma, no entanto, está no Céu”. Esse milagre extraordinário aconteceu para a conversão e a salvação dos índios culpados pela morte do santo.

“Matastes a quem tanto vos amou”. Essa frase certamente expressa o que foi a vida do Padre Roque González. O Ofício das Leituras traz uma das cartas desse homem que, treze anos antes do martírio, descreveu suas ações diárias e o método que utilizava nas missões indígenas. Primeiro, os jesuítas demonstravam todo o amor que tinham aos índios, e estes, depois de estarem convencidos do quanto aqueles homens eram sacrificados e os amavam de verdade, baixavam o escudo do coração e se abriam para ouvi-los. 

Dessa forma, o Padre Roque González e seus companheiros conseguiram converter esses povos, edificando capelas, ensinando a adorar a Santa Cruz de Cristo, a ter reverência pelo sacrifício do Calvário na Missa, a abraçar a fé e ser batizado e, finalmente, participar do santo e augusto sacrifício do Corpo de Jesus Cristo. 

Quem deseja que alguém perdido no pecado encontre a Verdade, que é Cristo, e vá para o Céu, mesmo que para isso seja necessário derramar o próprio sangue, possui no coração o verdadeiro amor e a verdadeira caridade. Hoje, vemos esse exemplo de virtude na vida de Padre Roque González e seus companheiros. Que eles, de lá do Céu, intercedam por nós e nos ajudem a permanecermos fiéis em nosso propósito de vida, levando os ignorantes a se converterem e a participarem dos sacramentos da Santa Igreja Católica, a fim de que, um dia, possamos todos triunfar no Céu.

O que achou desse conteúdo?

Mais recentes
Mais antigos
Texto do episódio
Comentários dos alunos