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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10,24-33)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “O discípulo não está acima do seu senhor. Para o discípulo, basta ser como o seu mestre, e para o servo, ser como o seu senhor. Se ao dono da casa eles chamaram de Belzebu, quanto mais aos seus familiares!

Não tenhais medo deles, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!

Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.

Celebramos hoje a memória de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa canonizada a ter vivido em terras brasileiras. Paulina, batizada com o nome de Amabile, é muito querida pelos fiéis por ter se dedicado ao cuidado dos pobres e à educação dos órfãos. Há, no entanto, um aspecto da vida desta santa religiosa que nem sempre é suficientemente apreciado: o seu escondimento.

Como hoje se sabe, Paulina foi objeto de muitas calúnias dentro da comunidade que ela mesma fundou, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. As acusações foram tão graves que as autoridades eclesiásticas viram-se obrigadas a retirá-la do governo da Congregação, impedindo-a até mesmo de ser identificada entre as irmãs como a sua fundadora. Santa Paulina sofreu ainda, por longos anos, uma série de problemas de saúde, associados a uma diabetes que lhe causou a amputação de um braço.

Os seus dias, todos consagrados a Deus, foram vividos na humilhação e no que, de um ponto de vista humano, seria um clamoroso “fracasso”: sem poder dedicar-se a nenhuma atividade pastoral, esquecida e ignorada dentro da própria comunidade, Paulina foi uma simples “freira velha” largada num convento. Mas, como membro do Corpo místico, ela soube fazer de suas limitações uma ocasião de entrega, de oblação, de união com o sacrifício silencioso de amor de Jesus Cristo. Escondida e sofrendo pacientemente dores tanto físicas como espirituais, Paulina ofereceu a Deus, no altar oculto de sua alma, aquela caridade ardentíssima que é a marca dos verdadeiros santos.

Que também nós, movidos por seu exemplo e confiantes em seu patrocínio, possamos viver com o mesmo espírito, humilde e obediente, de Santa Paulina e, como ela fazia frequentemente, repetir todos os dias: “A vontade de Deus é o meu Paraíso” [1].

Notas

  1. São João Paulo II, Carta decretal de 19 mai. 2002, pela qual se outorgou à beata Paulina do Coração Agonizante de Jesus a honra dos santos (AAS 95 [2003] 162).

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