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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6, 30-34)

Naquele tempo, os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra todo o seu zelo e amor pelo povo providenciando-lhes pastores. Essa é a frase, digamos assim, mais importante e que resume o Evangelho de hoje: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor”.

A frase se encontra também no Evangelho de São Mateus; mas ela, na verdade, é um eco do Antigo Testamento. Quando estava prestes a morrer, para que o povo não ficasse como ovelhas sem pastor, Moisés escolhe Josué. É o que nos diz o Livro do Deuteronômio (cf. 34, 9; Nm 27, 12ss). Depois, num tempo em que Israel já tinha rei (e um mau rei, Acabe), o profeta Miquéias, segundo o Primeiro Livro de Reis, diz: que o povo estava disperso como ovelhas sem pastor (cf. 22, 17).

Por que estou lembrando isso? Porque o povo de Deus já existia no Antigo Testamento, mas este povo, infelizmente, estava mais uma vez vivendo como ovelhas sem pastor. Serão os sacerdotes, os fariseus e os líderes do povo quem irá crucificar Jesus, mostrando com isso que os pastores de Israel, aqueles a quem Deus havia confiado o seu povo, não estavam sendo fiéis a esse encargo. Jesus se compadece, por isso quer providenciar pastores para o povo.

Onde Ele encontra esses pastores? Pois bem, voltemos ao início do Evangelho, onde se diz especificamente: “Naquele tempo, os Apóstolos se reuniram com Jesus e contaram tudo aquilo que eles tinham feito e ensinado”. É interessante aprender isso. Os sacerdotes católicos fazem e ensinam: ensinam porque devem ensinar a palavra de Cristo, fazem porque devem administrar os sacramentos de Cristo.

Muito bem, os Apóstolos, os que Jesus havia escolhido, relatam a Ele tudo o que fizeram e ensinaram. Jesus então lhes diz: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Por quê? Aqui está. Muitos dizem: “Nossa, que bom que Jesus tem compaixão dos pastores”. Sim, é correta a observação: que bom que Jesus tem compaixão dos seus Apóstolos; mas aqui não se fala somente do coração compassivo de Cristo, fala-se também do coração generoso dos Apóstolos.

Por quê? Porque “havia de fato tanta gente chegando e saindo, que não tinham tempo nem para comer”. Jesus escolhera Apóstolos, mas desde o início os Apóstolos foram mais do que simples funcionários que, como embaixadores, precisam repetir uma mensagem ou, como alguém que recebe procuração, precisam realizar um encargo. Antes, são homens chamados a repetir a vida de Cristo em generosidade e doação, a ser pastores conforme o Coração dele, como nos recorda a profecia.

Então, Jesus se preocupa, sim, com o bem-estar dos pastores, mas é importante enxergar que eles saem para um lugar retirado porque “não tinham nem tempo para comer”. Ora, ao chegar a esse lugar retirado, eles podiam dizer: “Agora chega! Já fizemos tudo o que tínhamos de fazer”; no entanto, “muitos partiram e reconheceram que eram eles e, ao desembarcar, Jesus viu essa numerosa multidão”. Embora cansado, sem tempo nem para comer, Ele “teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor e começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas”.

Que o Coração generosíssimo de Cristo seja também o coração que alimenta os nossos pastores. Rezemos, rezemos pelos sacerdotes, rezemos pelas vocações generosas que se entregam e, como Cristo, têm um coração compassivo.

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