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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Mudam Jesus para não mudar de vida

Ou aceitamos Jesus tal como Ele se mostrou a nós, como Deus amoroso e crucificado, ou inventamos, à medida da nossa mediocridade, um Jesus falso, que nada tem a ver com o Senhor de que nos falam os Evangelhos e que nos testemunha a vida dos santos.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12, 49-53)

Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! Devo receber um batismo, e como estou ansioso até que isto se cumpra! Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão. Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra três; ficarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra”.

Texto do episódio:

No Evangelho de hoje, Jesus se apresenta como Aquele que veio trazer a divisão. Isso pode parecer contraditório, pois o próprio Evangelho de São Lucas mostra Jesus no início do Evangelho como Aquele que veio trazer a paz, quando os anjos aparecem na noite de Natal e proclamam: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” (Lc 2, 14). Então, se Cristo é o Príncipe da paz, por que Ele disse: “Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (Lc 12, 51)? 

Se voltarmos até a profecia de Simeão, encontramos a resposta para essa pergunta: “Este menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos em Israel”. Queda, porque Jesus “será um sinal que provocará contradições” (cf. Lc 2, 34), e é impossível ficarmos indiferentes diante d’Ele. 

É interessante notarmos que a expressão grega original, se formos traduzir ao pé da letra, diz que Nosso Senhor é um sinal de debate. Ou seja, haverá disputa a respeito de Jesus. Fazendo uma comparação, é como se Cristo fosse uma bandeira, e grupos diferentes competissem para tomá-la e usá-la como um sinal, mas interpretando-o cada um conforme suas ideias. 

Hoje em dia, é difícil acharmos em uma família ou grupo social alguém que diga: “Eu não amo a Jesus”. No entanto, encontramos não só o Jesus vivo e verdadeiro, pregado pelos santos e amado por aqueles que querem ser incomodados pela sua mensagem e desejam ser sustentados pela sua graça, mas também o “Jesus” de uma “religião burguesa”, na qual ninguém muda de vida. 

Infelizmente, existe essa contradição dentro da Igreja Católica, que coloca até mesmo famílias em conflito, porque existem aqueles que se deixam interpelar pelo Cristo verdadeiro, e aqueles que preferem adaptá-lo à sua vontade. 

Ora, durante dois mil anos, a Igreja esforçou-se demasiadamente para que os pagãos mudassem de vida e se convertessem, levando a Palavra de Deus para outros povos. Contudo, agora estamos presenciando o fenômeno contrário: os cristãos estão fazendo um grande esforço para se adaptarem àquilo que o mundo acha a respeito de Jesus e do cristianismo! Logo, se o mundo diz que Jesus é o Deus da condescência, da paz e do amor que tudo aceita, então somos obrigados a mudar em nossos corações o “conceito arcaico” que temos d’Ele, transformando a Igreja em uma casa de tolerância!

Nem é preciso dizer que essa ideia está totalmente errada. Jesus não veio trazer a paz burguesa, mas a inquietação de quem se converte. Por isso, rezemos hoje por aqueles que ainda acreditam nesse “cristianimo adaptado”, para que enxerguem a verdade e amem ao verdadeiro Jesus Cristo Nosso Senhor.

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