Começamos a primeira aula propondo-nos um problema: o mundo perdeu o conceito de mulher. Vimos que ele é mais profundo do que se poderia pensar. Por que vemos difundir-se, por exemplo, a ideologia de gênero? Porque temos um pensamento ateu, para o qual, já que não existe Deus, a mulher é o que ela mesma conceber ou quiser ser.
Vimos ainda que o conceito de mulher evoluiu ao longo dos séculos. As concepções filosóficas antigas, quer platônicas quer aristotélicas, foram superadas por um evento histórico que mudou a forma de a humanidade ver a mulher. Foi o cristianismo. Com as santas mártires, levantou-se a questão: como é possível que a graça aja em naturezas aparentemente frágeis, incapazes de grandes obras? Assim, os teólogos e pregadores católicos começaram a repensar a mulher.
Vimos Santo Agostinho e o exemplo luminoso de Santa Hildegarda von Bingen, uma das primeiras a falar, embora noutros termos, da complementaridade entre homem e mulher. No final da Idade Média, estava tudo pronto para colhermos o fruto maduro de uma equilibrada cosmovisão em que o homem não é mulher nem a mulher é homem, pois Deus tem uma vocação específica para cada um...









