Na aula passada, explicamos que a sociedade atual, montada sobre um sistema financeiro hipnotizante e materialista, está programada para tornar vazias as casas e distantes os familiares. A necessidade de trabalhar a toda hora e ganhar dinheiro mais do que bastante, com efeito, vem produzindo nos últimos anos uma verdadeira erosão de lares, desfeitos e desmanchados como castelos de areia. Mas houve, ainda no século XIX, quem notasse esse processo de degradação e denunciasse os efeitos deletérios de um capitalismo desenfreado e ganancioso; sucede porém que o remédio proposto era tão ou até mais nocivo do que a doença que pretendia combater. Trata-se, como é óbvio, do marxismo.
Baseada nos mesmos falsos postulados de seus opositores econômicos e políticos, a solução de Marx não poderia ser outra coisa senão uma catástrofe de proporções civilizacionais. Foram justamente os pensadores de inspiração socialista que, lendo o mundo sob uma lente tão rachada quanto a do liberalismo, quiseram ver na família uma construção burguesa, a pedra fundamental de toda opressão e desigualdade social: a família seria, segundo eles, uma reprodução em miniatura a nível doméstico daquilo que o...