Temos aprendido nas últimas aulas como lidar com as emoções — as nossas e as dos nossos filhos e alunos. Mas agora é preciso clarificar os conceitos. Até aqui, falamos alternadamente de sentimentos e emoções, e de fato podemos atribuir aos dois termos o mesmo sentido. Porém, mais especificamente, a emoção é mais primitiva e de curta duração. Vale aqui a comparação que fizemos com o raio que surge no meio da noite. Os sentimentos, por sua vez, são mais duradouros, mais consistentes; deixam lá as suas marcas. É o raio que caiu e abriu um buraco no solo. Ou, saindo da metáfora: sentimento é a emoção que se revestiu de significado.
Isso porque as emoções nos seres humanos não são puramente animais. Um cachorrinho, por exemplo, não tem sentimentos de culpa ou ressentimento; não fica apaixonado e tampouco deprimido. Ora, se por detrás dos sentimentos humanos não houvesse esse revestimento de significação, essa complexidade maior, derivada da inextricável união do corpo com a alma, a psiquiatria com seus fármacos daria conta de tudo. Não dá conta porque, às vezes, será necessária a terapia ou a direção espiritual, para que aqueles sentimentos sejam ressignificados, e assim...





