Cientistas chineses da Universidade Naval de Xangai publicaram recentemente uma pesquisa alarmante cujo objetivo é manipular ratos machos com úteros transplantados para que possam levar uma gestação a termo.

Essa pesquisa com características frankensteinianas foi realizada pelos cientistas Zhang Rongjia e Liu Yuhuan, que admitiram que o índice de sucesso foi “muito baixo”. Os cientistas afirmaram que este é o primeiro relato de uma “gravidez” bem-sucedida num mamífero macho.

O experimento foi feito da seguinte maneira: dois ratos, um macho e uma fêmea, foram costurados um no outro, depois de serem realizados cortes em seus respectivos troncos para que pudessem compartilhar sangue. Em seguida, o útero de outra fêmea foi transplantado para o macho, e embriões foram transferidos para os dois úteros. Em seguida, os hormônios da gravidez da fêmea foram inseridos na circulação sanguínea compartilhada pelos dois animais. Assim, os dois embriões permaneceriam vivos no macho e na fêmea costurados.    

Os cientistas afirmaram que o experimento pode ter um “impacto profundo na biologia reprodutiva”. Essa pesquisa tem implicações abrangentes na marcha científica que tenta apagar as diferenças biológicas sexuais

Na natureza, a gravidez masculina é um fenômeno extremamente raro que ocorre apenas nas Syngnathidae, uma família de peixes que inclui os cavalos-marinhos, os peixes-agulha e os dragões-do-mar. Nos mamíferos, apenas as fêmeas podem engravidar e gestar filhos. Como os ratos são mamíferos que compartilham com os humanos 90% dos genes (segundo o sequenciamento genético feito em 2004), são as cobaias mais adequadas para todos os tipos de experimentos científicos realizados com a esperança de compreender como os seres humanos podem responder em circunstâncias semelhantes.

Como os cientistas conduziram a pesquisa? Como a ciência ainda não consegue replicar artificialmente a complexa resposta hormonal de uma fêmea ao longo da gestação, foi necessário costurar os dois ratos. O resultado é a parabiose: a união de dois organismos vivos para que compartilhem um único sistema fisiológico. Foram usados para o estudo ratos de linhagem Lewis consanguíneos, a fim de aumentar a probabilidade de seus sistemas imunológicos não rejeitarem o sangue compartilhado.

Em seguida, o útero de outra fêmea foi transplantado para um macho e embriões foram transferidos para os dois úteros. Ao forçarem a fêmea a engravidar, os hormônios dela entraram em atividade, e como ela compartilhava um sistema fisiológico com o macho costurado a ela, seu sangue circulava nela e no corpo do macho, sendo capaz de suprir os hormônios da gravidez dos dois embriões nos úteros separados. O rato macho também foi castrado, para que seus níveis de testosterona não afetassem os hormônios da gravidez

Os embriões foram gestados até o término do período (que nos ratos é de 21 dias), e então se realizou uma cesariana para removê-los.

Os cientistas usaram 46 pares de machos e fêmeas costurados uns aos outros. Transferiram 562 embriões para as fêmeas, e 280 embriões para os machos com úteros transplantados. E quanto aos resultados? Nos úteros das fêmeas, 169 embriões se desenvolveram normalmente (30%), ao passo que, nos úteros transplantados para os machos, apenas 27 embriões se desenvolveram normalmente (9,6%). Dos 280 embriões originais implantados, apenas 10 filhotes sobreviveram nos machos — uma taxa de sobrevivência de 3,6%. Nos 3,6% que sobreviveram, os cientistas afirmaram que, segundo os exames, “o coração, os pulmões, o fígado, os rins, o cérebro, os testículos, os epidídimos, os ovários e o útero não tiveram nenhuma anormalidade evidente”. 

No entanto, entre aqueles que não sobreviveram, descobriu-se a presença de fetos anormais mortos apenas nos machos com úteros transplantados, com anormalidades que não ocorreram nos úteros das fêmeas originais. Estas foram algumas das anormalidades: morfologia e cores diferentes em comparação com os fetos normais, e placentas atrofiadas ou inchadas.

Essencialmente, para esse experimento, o que eles fizeram foi manter a “carapaça” de um rato macho, castrá-lo, transplantar um útero feminino e bombear em seu sangue hormônios gestacionais de uma fêmea. Além disso, quando tentaram transferir embriões apenas para o útero transplantado do macho, sem os transferir também para a fêmea, nenhum deles sobreviveu, por não haver o benefício dos hormônios gestacionais da fêmea. Posteriormente, quando se realizaram as cirurgias de separação nos ratos costurados, constatou-se que os hormônios femininos da gestação caíram nos machos. 

Os cientistas disseram: “Portanto, inferimos que os embriões transplantados só podem se desenvolver normalmente nos úteros implantados de machos parabiontes quando as fêmeas parabiontes concebem e permitem que os machos parabiontes sejam expostos ao sangue das fêmeas grávidas.” Isso deveria ser óbvio: se estiver separada do sangue da fêmea grávida, a produção hormonal de um macho não consegue manter uma gestação por conta própria, pois é o sangue da fêmea que carrega os hormônios necessários à sobrevivência do embrião.   

O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “as experiências médicas e científicas em animais são práticas moralmente admissíveis desde que não ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas” (§ 2417). Diz, além disso, que “é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas” (§ 2418).

O transplante de úteros para machos não contribui nem para o cuidado com a vida humana, nem para a salvação dela.

Seria, na verdade, gravemente imoral realizar um experimento parecido com esse em seres humanos, pois equivaleria a tratar homens e mulheres como partes sobressalentes do corpo humano, atacar a sacralidade dos sistemas reprodutivos como planejados por Deus, além de levar à criação antiética e à terrível destruição de embriões humanos. É uma prática que não contribui para o cuidado nem para a salvação de vidas humanas.

Esse tipo de experimento também é desnecessário e não está dentro de limites razoáveis. É um abuso dos animais e da ciência, e está aquém de nossa dignidade humana. Até a consultora para políticas científicas sênior do grupo People for Ethical Treatment of Animals (“Pessoas em Defesa do Tratamento Ético dos Animais” — PETA, na sigla em inglês), Emily McIvor, se referiu a esses experimentos como “vis” e chamou-os de Frankenscience [N.T.: em alusão à obra Frankenstein, de Mary Shelley]. Ela disse ao Mail Online: “Esses experimentos alarmantes são conduzidos apenas por curiosidade, e não contribuem em nada para aprofundar o nosso conhecimento sobre o sistema reprodutivo humano”.

O experimento foi financiado pela National Natural Science Foundation of China (“Fundação Nacional de Ciência Natural da China”), uma instituição estatal chinesa. Os cientistas alegam que ele foi realizado “de acordo com as diretrizes éticas locais”, mas isso não deveria impressionar ninguém, já que o Partido Comunista Chinês (PCC) trata os seres humanos de forma desumana. O PCC é responsável por abusos de direitos humanos tais como o terrível tratamento dado aos uigures e os abortos forçados para favorecer o cumprimento de suas políticas de natalidade opressoras. E estão ainda menos interessados no tratamento ético dado às suas cobaias animais.

Quando cientistas que não possuem nenhum tipo de limite manipulam animais machos para fazê-los reproduzir-se como se fossem fêmeas, eles tentam driblar a natureza para promover uma agenda. Machos e fêmeas são criados com diferenças biológicas — uma realidade que esses cientistas e outras pessoas estão tentando apagar. Nossos sistemas reprodutivos masculino e feminino são diferentes, mas complementares. O livro do Gênesis (5, 2) apresenta uma verdade perene: “Homem e mulher os criou”. Os tipos e níveis de hormônio bombeados em nossos organismos são feitos para corresponder ao sexo biológico de cada um.

Os corpos dos mamíferos machos não são biologicamente equipados para gerar e nutrir a prole, e, como mostra dolorosamente esse experimento, eles precisam da biologia das fêmeas (tanto do útero como dos hormônios da gravidez) para obter inclusive um baixo número de filhotes sobreviventes. Somente os embriões dos úteros transplantados de ratos machos se desenvolveram de modo anormal, e a taxa de mortalidade dos embriões nos úteros transplantados de ratos machos atinge impressionantes 96,4%. Esse experimento não passa de má ciência para servir a uma ideologia.

Notas

  • A imagem acima foi tirada de outro experimento reprodutivo envolvendo ratos. Para mais detalhes sobre esta pesquisa em específico, consulte-se o site National Geographic. (Créditos da fotografia: Leyun Wang.)

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