Maria Madalena, tão enaltecida no Evangelho por sua conversão heroica e fervoroso amor ao Salvador, nasceu em Betânia, não muito longe de Jerusalém [i]. Conforme o testemunho de muitos autores, seus pais eram nobres. Tinha um irmão chamado Lázaro e uma irmã chamada Marta. Quando a fortuna deixada por seus pais foi repartida, o castelo ou, como dizem outros, o bairro de Magdala — de onde também derivou seu nome — ficou em posse dela. São Lucas conta que, antes de converter-se, ela tinha sido uma pecadora pública, o que, segundo alguns autores, significaria que ela fora inclinada ao horrível vício da impureza; outros dizem que ela tinha escandalizado toda a cidade com suas roupas esplêndidas, suas maneiras frívolas e suas relações desregradas com pessoas do sexo oposto. O mesmo evangelista diz também que Nosso Senhor Jesus Cristo a libertou de sete demônios, palavras que muitos entendem literalmente, julgando que, por causa de suas iniquidades, ela estava possuída por vários espíritos malignos e, como muitos outros, foi libertada deles por nosso Salvador.

No entanto, a maioria dos Santos Padres acredita que Marta persuadiu sua irmã a assistir às instruções de Cristo. Apesar de Madalena ter, inicialmente, seguido o conselho apenas por curiosidade ou para agradar a irmã, este acabou sendo o primeiro passo para sua conversão.

“Cristo e Madalena no banquete de Simão, o fariseu”, por Benedetto Luti.

Não há dúvida de que, movida pela graça divina, ela reconheceu sua culpa e resolveu fazer penitência imediatamente, pois, ao saber que Cristo estava comendo com o fariseu Simão, dirigiu-se às pressas para lá. Não quis esperar a oportunidade de falar a sós com o Salvador e pedir perdão dos seus pecados sem que outros estivessem por perto. Ela não podia esperar tanto tempo. O lamentável estado em que sua alma estava mergulhada desde que tomara consciência de seu pecado a deixava impaciente. Mesmo prevendo que sua confissão pública atrairia sobre si o escárnio dos fariseus e de outros, isso não a preocupava; pecara publicamente e faria penitência publicamente. Assim, indiferente a toda opinião humana, entrou apressadamente na sala onde Cristo estava à mesa e, chorando amargamente, lançou-se aos pés dele, banhando-os com uma torrente de lágrimas de arrependimento. Depois de enxugá-los com os cabelos, beijou-os com reverência e, abrindo um vaso de alabastro que trouxera, ungiu-os com perfumes. Não sabemos se ela disse algo durante ou antes da unção, mas seu coração penitente ficou visível na humilde iniciativa de prostrar-se aos pés do Salvador, e a abundância de suas lágrimas foi mais eloquente do que quaisquer palavras. As lágrimas falavam de seu arrependimento, pediam perdão por seus pecados humildemente. 

Cristo compreendeu bem essa linguagem, pois, voltando os olhos para ela, disse estas palavras confortadoras: “Os teus pecados te são perdoados” e depois: “A tua fé te salvou; vai em paz!” Antes de dizer isso, Ele repreendeu o fariseu e elogiou Madalena, porque Simão, quando viu que Cristo permitiu que ela lavasse os pés dele com suas lágrimas e os beijasse, disse a si mesmo: “Este homem, se fosse um profeta, certamente saberia quem e que tipo de mulher é essa que o toca, pois ela é uma pecadora.” Cristo, conhecendo os pensamentos do fariseu, disse-lhe: “Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a dívida. Qual deles, pois, mais o amará?” Simão respondeu: “Creio que aquele a quem perdoou mais.” Jesus disse-lhe: “Julgaste bem.” Em seguida, voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, não me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas banhou os meus pés, e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o ósculo; porém ela, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Pelo que te digo: São-lhe perdoados muitos pecados, porque muito amou” (Lc 7, 36-48). 

Oh! Que grande consolação deve ter tomado o coração de Madalena, quando as próprias palavras de Cristo lhe asseguraram o perdão de seus pecados! Ela certamente foi logo anunciar a seus irmãos a inexprimível e enorme graça que o Salvador lhe havia concedido.

“Cristo em casa de Marta e Maria”, por Jan Vermeer.

A partir desse momento, o coração dela mudou completamente e consagrou-se inteiramente a Cristo. Seguia-o por todos os lugares e ouvia com plena atenção às suas instruções. Certa vez, Cristo hospedou-se na casa de sua irmã Marta, que estava muito preocupada em servi-lo bem, enquanto Madalena, sentada aos pés do Senhor, ouvia atentamente suas palavras. A irmã, queixando-se dela, disse ao nosso Salvador: “Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Diz-lhe, pois, que me ajude.” O Senhor, porém, elogiou o zelo de Madalena, dizendo: “Marta, Marta, tu afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada” (Lc 10, 40-42). Estas palavras do Salvador provaram o quanto Ele estava satisfeito com a ânsia de Madalena em ouvir os seus santos ensinamentos. 

Ele também mostrou quão grande era o seu amor para com ela, quando, atendendo às suas preces e às de Marta, ressuscitou Lázaro. Este maravilhoso acontecimento encontra-se no capítulo 9 do santo Evangelho de São João, e é descrito com mais detalhes na vida de São Lázaro [ii]. Relatarei aqui apenas o episódio ocorrido seis dias antes da última Páscoa que Nosso Senhor celebrou na terra. Cristo foi a Betânia, à casa de Simão, o leproso, onde lhe tinham preparado a ceia. Lázaro, que pouco antes fora ressuscitado, estava sentado à mesa com outros. Enquanto Marta servia, Madalena trouxe um valioso óleo de aroma suave, e ungiu primeiro a cabeça e depois os pés de Cristo. Quando Judas se queixou disso, dizendo que podiam ter vendido um óleo tão caro e dado o dinheiro aos pobres, Cristo voltou a defender Madalena contra os murmúrios enganosos do traidor e de alguns outros, e disse: “Por que incomodais esta mulher? Ela fez-me verdadeiramente uma boa obra. Porque vós tereis sempre convosco pobres; mas a mim nem sempre me tereis. (...) Em verdade vos digo que em toda a parte onde for pregado este Evangelho — em todo o mundo —, publicar-se-á também para sua memória o que ela fez” (Mt 26, 10-13).

Pouco tempo depois, quando se deu a Paixão e a Morte do nosso amado Senhor, o Evangelho nos diz que Madalena, com a Santíssima Virgem e outras piedosas mulheres, estava presente ao Calvário no momento em que o Salvador foi crucificado. As palavras são demasiado insuficientes para descrever os sentimentos de tristeza e ternura com que beijou e adorou o santo corpo quando foi tirado da Cruz. Apesar de ter ido a Jerusalém com as outras mulheres depois do sepultamento, ela voltou ao sepulcro de Cristo, com algumas outras mulheres, no dia seguinte ao sábado. Sua intenção era ungir novamente o corpo santo do Salvador com essências perfumadas. No caminho, lembraram que a enorme pedra que fechava o sepulcro do Redentor seria um obstáculo. Muito provavelmente não sabiam do guarda que Pilatos colocara ali, a pedido do sumo sacerdote. “Quem removerá a pedra da entrada do sepulcro?”, diziam umas às outras ao longo do caminho. Deus tinha removido este obstáculo, pois, quando chegaram ao sepulcro, viram que a pedra fora retirada e que o sepulcro estava aberto. Entraram juntas no local, mas verificaram que o corpo havia desaparecido. Um anjo comunicou-lhes que aquele que procuravam tinha ressuscitado e ordenou-lhes que anunciassem a notícia aos seus discípulos.

“Maria Madalena no sepulcro com dois anjos”, por Giovanni Biliverti.

Pouco depois, Madalena foi agraciada com a aparição do Senhor sob a forma de um jardineiro, fato que é relatado com mais detalhes no Evangelho. Não há dúvida de que ela teve várias vezes a graça de ver seu Divino Mestre durante os quarenta dias em que Ele esteve na terra. Ela também estava presente quando Ele ascendeu gloriosamente ao Céu; depois disso, no dia de Pentecostes, Ele enviou o Espírito Santo aos seus discípulos, Apóstolos e outros seguidores fiéis. Durante o tempo em que Madalena ficou em Jerusalém, permaneceu com a Santíssima Virgem e outras mulheres piedosas.  

Algum tempo depois desses acontecimentos, os cristãos foram cruelmente perseguidos e os judeus estavam decididos a não mais tolerar Lázaro, irmão de Santa Maria Madalena, em Jerusalém, pois ele era um testemunho vivo da divindade de Cristo. Por isso, colocaram-no com suas duas irmãs, Madalena e Marta, uma serva deles, chamada Marcela, e Maximino, um dos 72 discípulos de Cristo, num barco sem leme, vela ou barqueiro, levaram-nos para longe da terra, até o alto mar, e os abandonaram, certos de que as ondas logo engoliriam o barco e todos os seus ocupantes. 

Mas Deus conduziu-os em segurança à França, e eles desembarcaram em Marselha no meio de uma multidão de pagãos que tinham vindo à praia. Essa viagem milagrosa preparou os corações dos habitantes pagãos para receberem a verdadeira fé. Lázaro, que fora sagrado bispo pelos Apóstolos, estabeleceu sua sé episcopal na mesma cidade onde haviam desembarcado. Maximino, sendo sacerdote, escolheu a cidade de Aix como residência. Marta reuniu lentamente à sua volta um grande número de mulheres e, depois de tê-las instruído na fé cristã, levou com elas uma vida retirada, piedosa, quase religiosa, enquanto Madalena converteu muitos com seus ensinamentos e sua vida santa. Com o passar do tempo, porém, retirou-se para um deserto, longe de qualquer residência humana, e fez a sua morada na escura caverna de uma montanha. Lá permaneceu durante 30 anos, levando uma vida muito severa, ocupada em rezar, contemplar os mistérios divinos e a amarga Paixão e Morte de nosso Salvador. Arrependia-se todos os dias, com torrentes de lágrimas, das iniquidades de outrora, embora tivesse ouvido dos lábios de Cristo que lhe haviam sido perdoadas.

“A Assunção da Madalena”, por José Antolínez.

Em uma palavra, sua vida era muito mais a de um anjo que a de um ser humano. Por isso, podemos crer, como muitos relatam, que ela era frequentemente visitada por anjos, que lhe davam comida e até a elevavam ao Céu para ouvir o coro seráfico cantar os louvores do Altíssimo. Antes de morrer, foi levada por dois espíritos de luz a uma igrejinha situada a três quilômetros de sua casa, onde, tendo recebido das mãos de São Maximino o alimento dos anjos, entregou sua alma, pouco depois, aos cuidados daquele a quem tão fervorosamente amara na terra. 

A caverna onde a grande penitente viveu por tanto tempo, bem como a pequena igreja que guarda suas relíquias, são famosas pelos muitos milagres ali realizados. O mais ilustre deles, porém, foi a própria santa, que deixou de ser uma grande pecadora e tornou-se uma grande penitente e uma fervorosa discípula de Cristo. Os Santos Padres dificilmente encontrarão palavras de louvor suficientes, não só para descrever sua conversão heroica, mas também seu amor generoso, fiel e fervoroso por seu Salvador. E quem pode admirar suficientemente a austera vida de penitência que levou durante trinta anos na caverna, mesmo sabendo que seus pecados estavam inteiramente perdoados?

Considerações práticas

I. Santa Maria Madalena é exemplo de uma grande pecadora, de uma grande e verdadeira penitente e, ao mesmo tempo, de uma grande santa. Reflita bem sobre a vida dela. Foi uma grande pecadora. Por isso o santo evangelista a chama “pecadora pública”. Apesar disso, ela obteve o perdão dos seus pecados e a salvação. Aprenda com isto que você não deve se desesperar, mesmo que suas iniquidades sejam grandes e numerosas. Você pode obter o perdão e ganhar a salvação tanto quanto Madalena, se fizer uma verdadeira penitência, como ela fez. O princípio e o caminho que conduziram Madalena ao arrependimento foram a escuta da palavra de Deus. Se ela tivesse negligenciado isso, quem poderia dizer se algum dia teria chegado a tomar consciência de seu pecado e arrepender-se? Que isto lhe ensine como as pregações são necessárias aos pecadores. Muitos permanecem e morrem em suas iniquidades porque deixam de participar delas.

“A penitente Maria Madalena”, por Carlo Dolci.

Madalena demonstrou uma grandeza de coração fora do comum, quando, vencendo-se a si mesma, entrou na casa de um estranho e, na presença de todos os que estavam à mesa com Cristo, lançou-se aos pés dele e, arrependida, reconheceu-se pecadora. Que lhe sirva de lição o fato de que um pecador deve vencer a si mesmo, se quiser fazer verdadeira penitência e obter o perdão de suas más ações. Para vencermos a nós mesmos, precisamos apenas de uma firme resolução, se for difícil confessar as nossas iniquidades. Se não nos envergonhamos de fazer o mal, por que havemos de nos envergonhar de confessá-lo? Não nos é exigido que confessemos nossos pecados publicamente perante todos os homens, mas apenas ao sacerdote, que, ele bem sabe, não ousa revelar uma palavra do que lhe é dito. Se ainda achamos que é impossível confessar nossos pecados, recordemos que é incomparavelmente mais fácil fazê-lo do que suportar os sofrimentos do Inferno. 

Madalena não pedia a Cristo senão o perdão dos seus pecados, enquanto outros que iam ter com Ele pediam-lhe saúde para si ou para os outros. “Só ela”, diz São João Crisóstomo, “implorou a saúde da alma, a libertação do pecado, e foi imediatamente ouvida”. Isto deve ser um exemplo para você, a fim de que nada peça a Deus com mais insistência do que ser perdoado de seus pecados e conduzido à vida eterna. Esta oração chegará ao trono de Deus muito mais rápido, e será respondida por Ele com muito mais certeza, do que se lhe pedir bens temporais, que muitas vezes são mais prejudiciais do que benéficos.

II. Tão logo Madalena reconheceu o abismo em que seus pecados a precipitaram, fez penitência até o fim de sua vida, embora tivesse certeza de ter obtido o perdão. Esforçou-se por expiar as ofensas passadas, seguindo Cristo até o Calvário, nutrindo por Ele um amor fervoroso, observando fielmente suas instruções e demonstrando um zelo incansável pela conversão dos outros. Deus lhe dá luzes para que você reconheça a desgraça e o perigo em que se encontra. Você também percebe a necessidade de fazer penitência. Não se esqueça de se afastar de todo o mal e não deixe de fazer penitência todos os dias, até que a morte o alcance. Não fique satisfeito apenas com a confissão dos pecados, mas arrependa-se deles diariamente e pratique obras de penitência enquanto durar sua vida. Procure expiar, em certa medida, as más ações de sua vida passada, demonstrando grande fervor no serviço do Todo-Poderoso e realizando outras obras de amor e caridade. Empenhe-se também em conduzir os outros aos pés de seu Senhor. Se você seguir a vida penitente de Santa Maria Madalena, certamente a acompanhará na bem-aventurança eterna.

“Maria Madalena penitente aos pés da Cruz”, por Francesco Hayez.

Além disso, você não acha que, muitas vezes, Madalena agradeceu humildemente a Deus por não tê-la deixado morrer em pecado, dando-lhe tempo para fazer penitência? Tenho plena convicção disso, e você tem todos os motivos para fazer o mesmo, pois por quanto tempo permaneceria no Inferno, se tivesse morrido em pecado? A quem você deve agradecer por não ter morrido? Somente ao Deus infinitamente misericordioso, ao mesmo Deus que você ofendeu tantas vezes! De que modo você agradece ao seu Salvador por uma graça tão inestimável? “A quem devo agradecer — pergunta Santo Agostinho — por não ter sido engolido pela terra, por não ter sido aniquilado pelo céu com um raio, por não ter sido reduzido a cinzas pelo fogo, por não ter sido afogado pela água? A quem devo agradecer, senão a Vós, ó amante da minha alma, cuja misericórdia está acima de todas as suas obras.” 

Mas deixe-me que lhe pergunte: Deus, tão infinitamente bondoso com você, merece que renove as suas ofensas? Que pergunta! Se você volta a ofender o Todo-Poderoso depois de Ele ter sido tão misericordioso, deve ser, verdadeiramente, o mais ingrato de todos os seres humanos. Madalena não agiu assim. Antes, amou seu Salvador com um afeto constante, pois, de outro modo, sua penitência não teria sido verdadeira. Portanto, sua penitência não será verdadeira, não será suficiente para salvar sua alma, se você voltar a ofender a Deus.  “É uma penitência inútil — diz Santo Agostinho — se a manchamos outra vez com um novo pecado. O arrependimento é inútil, se voltamos a cometê-lo. Pedir perdão pelo pecado cometido, e depois voltar a pecar, é insensatez.”

Referências

  • Extraído e traduzido de Lives of the saints: compiled from authentic sources with a practical instruction on the life of each saint, for every day in the year, v. 2. New York: P. O’Shea, 1876, pp. 91-96.

Notas

  1. O Pe. Weninger segue aqui a tradição multissecular da Igreja, que identifica em Maria de Betânia (cf. Lc 10, 39-42; Jo 11, 1-33; 12, 1-8), Maria de Magdala (cf. Lc 8, 2; 24, 10; Mt 27, 56-51; 28, 1; Mc 15, 40-47; 16, 1-9; Jo 19, 25; 20, 11-15) e na pecadora que unge os pés de Jesus (cf. Lc 7, 36ss; Jo 12, 1) uma só e a mesma pessoa. Sobre este assunto, leia-se: Três Marias diferentes ou Santa Maria Madalena?. (N.T.)
  2. São Lázaro era celebrado no rito romano antigo a 17 de dezembro, com o seguinte elogio do Martirológio Romano: “Em Marselha, na França, o bem-aventurado Lázaro, bispo, irmão de Maria Madalena e Marta, a quem se lê no Evangelho que o Senhor chamou ‘amigo’ e ressuscitou dos mortos”. No atual Calendário Romano, a Igreja o celebra no dia 29 de julho, juntamente com Santa Marta e sua irmã. (N.T.)

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