Hoje, ainda sobre os dons do Espírito Santo, falaremos, sobre a ciência, a fortaleza e o conselho.
O dom da ciência permite-nos enxergar a realidade das coisas, de modo sobrenatural. Pelo pecado original, corremos o perigo de cair em uma ilusão, não enxergando a realidade como ela é de fato. Então, Deus sopra na vela da ciência, a fim de olharmos as coisas como elas são. Neste dom, há um lado positivo, que é enxergar nas criaturas as pegadas do Criador, como fez São Francisco de Assis, e um lado negativo, que é olhar para o mundo criado e perceber o quanto tudo é vazio e sem sentido sem a presença de Deus.
Os santos, impulsionados pelo dom da ciência, também conseguiam enxergar a gravidade do pecado, em todo o seu horror. Não tinham essa percepção por conta de um “complexo de culpa" – afinal, estavam em estado de graça e já tinham sido perdoados por seus pecados –, mas pelo grande amor que tinham para com Deus.
O dom da fortaleza é um aperfeiçoamento da virtude da fortaleza. Nesta, é a pessoa que tem a coragem de enfrentar os males com a graça cooperante de Deus; naquela, é Deus quem passa a ser forte nela, operando diretamente em sua alma. Sem dúvida, os mártires, como Santa Inês e Santa Maria Goretti, só conseguiam entregar a sua vida por causa deste dom. A debilidade humana não poderia justificar tamanho destemor. Pode-se dizer, então, que é verdadeiramente Cristo quem morre nos mártires.
Para descobrir o ponto de equilíbrio da fortaleza, surge o dom do conselho, que é um aperfeiçoamento da virtude da prudência. Por esta, somos capazes de discernir o modo certo de agir. No entanto, a própria virtude infusa é insuficiente para julgar tudo. Por isso, o Espírito vem em nosso socorro, atentando-nos à advertência de Cristo: “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas" (Mt 10, 16).
Quando rezamos e recebemos uma inspiração divina dizendo para onde devemos ir, é o Espírito soprando na vela do conselho, a fim de iluminar as nossas decisões.
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