No quinto dia de nossa novena, diferenciamos a graça cooperante, que atua em nossas virtudes, da graça operante, que age nos dons do Espírito Santo. Sobre esta última, o pe. Reginald Garrigou-Lagrange faz um questionamento importante, ao qual se segue uma resposta ainda mais importante para nossa vida espiritual:
“Como é possível que muitas pessoas, depois de ter vivido quarenta ou cinquenta anos em estado de graça e recebido com frequência a santa comunhão, quase não deem sinal da presença dos dons do Espírito Santo em sua conduta e em seus atos, se irritem por qualquer besteira, e levem uma vida completamente fora do sobrenatural? Tudo isto provém dos pecados veniais que com frequência cometem sem nenhuma preocupação; estas faltas e as inclinações que daí derivam tornam estas almas inclinadas à terra e mantêm como que atados os dons do Divino Espírito, assim como asas que não se podem abrir." [1]
A dificuldade que temos em crescer nas virtudes está no fato de cairmos no pecado mortal. Para que se manifestem os dons em nós, no entanto, é preciso que lutemos também contra as faltas veniais. Se não nos determinarmos a isso, os dons do Espírito estarão em nós apenas habitualmente e não em atos.
O combate ao pecado venial, não por um “moralismo neurótico", mas por amor a Deus, faz parte da via purgativa da vida interior. Para progredir no caminho espiritual, é preciso ser generoso, seguir com uma “determinada determinación" [2] de não ofender a Deus nem mesmo com os pecados veniais. Assim, subiremos ao Céu, mais do que à força de remos, pelo sopro do Espírito nas velas de nossa alma.
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