Como vimos em outros dias de nossa novena de Pentecostes, o nosso organismo espiritual recebe de Deus as virtudes infusas – que são a fé, a caridade, a esperança, a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança – e também os sete dons do Espírito Santo – que são a fortaleza, a sabedoria, a ciência, o conselho, o entendimento, a piedade e o temor de Deus. Vimos também, na analogia com o barco, que as virtudes são como os remos; e os dons, como as velas. Aquelas são operadas por nós e o Senhor, com a graça cooperante, nos ajuda; estes são inflamados pela graça operante de Deus, carecendo tão somente de nossa docilidade para produzir efeitos.
É importante notar, ainda falando sobre a graça atual, que esta não age na alma somente para as virtudes e os dons, mas em todas as ocasiões. É a mesma graça que recebemos para manter o estado de amizade com Deus, para crescer na vida espiritual e, ainda, para nos arrependermos de nossos pecados. Quando, por infelicidade, perdemos a graça santificante, são as graças atuais que nos fazem confiar na misericórdia de Deus, ter medo do inferno, desejar a recompensa do Céu e procurar o sacramento da Confissão. Isto pode acontecer seja por moções interiores, seja por realidades externas, como aconteceu ao filho pródigo, que só se voltou a si mesmo quando tentou experimentar a lavagem dos porcos (cf. Lc 15, 11-32).
É certo, também, que as graças atuais que pedimos a Deus sempre vêm a nós pelas mãos de Nossa Senhora, medianeira de todas as graças, e de nossos santos anjos da guarda. Não se pode separar do “mediador entre Deus e a humanidade (...) Jesus" (1 Tm 2, 5) os membros de Seu Corpo. Por isso, Maria Santíssima participa da dispensação das graças divinas a todos os homens.
Ao invocarmos o Espírito Santo, então, façamo-lo por meio da poderosa intercessão do Imaculado Coração de Maria, Sua amadíssima esposa, e dos santos anjos, que estão a serviço de Deus para a nossa salvação.
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