CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Texto do episódio
955

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6, 14-29)

Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: “João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem”. Outros diziam: “É Elias”. Outros ainda diziam: “É um profeta como um dos profetas”.
Ouvindo isto, Herodes disse: “Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!” Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado.
João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava.
Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu te darei”. E lhe jurou dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”.
Ela saiu e perguntou à mãe: “Que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”.
O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram.

Celebramos hoje a Memória de Santa Águeda, uma jovem santa da antiguidade cristã que derramou o seu sangue para defender a pureza virginal. Ela é lembrada de maneira especial na liturgia da Igreja, sendo mencionada no Cânon Romano e na Oração Eucarística I.

Santa Águeda era uma mulher que tinha decidido se consagrar a Jesus, guardando a sua virgindade. No entanto, em uma sociedade pagã, nada disso era compreendido, e como Águeda resistia a aceitar o matrimônio, ela foi acusada de seguir a “superstição cristã”. Por isso, ela foi interrogada, aprisionada e torturada, mas perseverou na fé e continuou mostrando uma determinação inabalável de se entregar ao seu Esposo, Jesus. 

Santa Águeda foi torturada de várias formas, chegando até a ter um dos seios arrancados. Depois, levada à prisão, toda chagada e moribunda, ela foi curada milagrosamente por São Pedro, mas nem isso bastou para que os pagãos parassem de forçá-la a negar a Cristo e, mais tarde, não a decapitassem, fazendo dela uma mártir. 

Águeda, por amor a Cristo, entregou-se como esposa virginal. E nós o que vamos fazer para viver esse ensinamento da pureza cristã? Em primeiro lugar, devemos compreender que a pureza cristã não é simplesmente um conceito abstrato, e sim uma aliança de amor. Essa é a verdadeira castidade cristã, e todos nós somos chamados a vivê-la. Ninguém nasceu para ser solteiro ou — ainda pior — viver o sexo livre, viver a cultura do descartável, em que as pessoas terminam rejeitadas como lixo. Fala-se do sexo como se ele fosse o amor, e há pessoas que até usam a horrível expressão “fazer amor”. Muitos não entendem que o contrário do amor não é necessariamente o ódio, mas o usar as pessoas e jogá-las fora, como se fossem objetos descartáveis, sem dignidade. 

Mas como uma pessoa termina usando outra sexualmente e “jogando-a fora”? Tudo começa quando ela acha que tem o direito de olhar para outra pessoa como um produto à venda, do mesmo jeito que ela escolhe mercadorias na vitrine ou no supermercado. Não é esse o tipo de situação que vemos em mídias sociais como Instagram e Facebook, onde há corpos mostrados de maneira imoral? Desse modo, a pessoa cria relacionamentos — se é que se podem chamar assim — nos quais já não existe o namoro para o santo matrimônio, mas apenas um prazer momentâneo e doentio.

Precisamos resistir a isso, não pensando em ninguém como um objeto a ser descartado, mas como alguém com quem Deus quer fazer uma aliança de amor, seja pela virgindade, seja pelo matrimônio. Fomos criados para Deus e devemos amá-lo verdadeiramente. Nascemos para isso. Ninguém nasceu para ser egoísta; portanto, devemos viver a nossa vocação, mesmo que isso, como sucedeu a Santa Águeda, nos custe o derramamento do próprio sangue. Entretanto, o derramamento de sangue nem sempre é o de sangue biológico, que sai de nossas veias, mas o da rejeição social, da chacota, quando aqueles que se dizem nossos amigos se afastam de nós. Sim, é preciso pagar um preço, e, ainda que certas pessoas não entendam verdadeiramente o que é o amor, é nosso dever fazer o possível para que elas compreendam o que significa a pureza cristã.

O que achou desse conteúdo?

Mais recentes
Mais antigos
Texto do episódio
Comentários dos alunos