Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 9, 7-9)
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E procurava ver Jesus.
O homem foi feito para buscar e conhecer a verdade. É para isto, aliás, que estão ordenadas todas as nossas potências, tanto interiores quanto exteriores: sentidos, memória, imaginação e razão, todo este "aparato", com efeito, nos foi dado por Deus para que, perseguindo neste mundo a verdade sobre as coisas, buscássemos fundamentalmente a Ele, que é por si mesmo a própria Verdade subsistente. Pelo pecado, porém, esta nossa natural inclinação a conhecer a realidade perverteu-se, de certo modo, em concupiscência dos olhos, em vã curiosidade. Procuramos, não já a verdade que liberta e apaixona, que revela e muda-nos a vida, mas mexericos e futilidades, espetáculos que fascinem e deleitem a vista. Trata-se do desejo que está por trás daquele "E procurava ver Jesus" que vemos referido a Herodes no Evangelho de hoje: ver, não para de fato conhecer a Cristo e a Ele converter-se, mas a fim de satisfazer um capricho, um desejo de momento. O ímpio tetrarca teve a chance de encontrar-se com Aquele que o criou, mas, metido em sua curiosidade, permitiu que Ele passasse por sua vida sem deixar rasto. Não o façamos nós; não permitamos que Deus, vindo visitar-nos, encontre o nosso coração perdendo tempo e ocupado com tolices. Peçamos-Lhe, pois, que nos dê vigilância e amor sincero à verdade, para que a nada nos entreguemos senão à tarefa de O buscarmos e amarmos sobre todas as coisas.
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