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Como se dá a passagem das trevas para a luz?

Ao curar o cego de Jericó, Nosso Senhor não só nos revela nossa condição de cegos e necessitados, mas também nos mostra por que caminho devemos crescer em fé e vida de oração a fim de passar das trevas para a luz.

Texto do episódio
867

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 18, 35-43)

Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: “Que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou”. No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.

O Evangelho de hoje nos traz, na versão do evangelista São Lucas, a famosa cura do cego de Jericó, quando Jesus, aproximando-se de Jerusalém, é interpelado por esse pobre homem. 

O que este Evangelho nos ensina? Em primeiro lugar, temos de lembrar o seguinte: Jesus fez tudo pensando em nós. Existe na história de hoje, portanto, uma verdade histórica, que é o fato de que Cristo curou um cego em Jericó, mas também uma verdade espiritual, que é salvífica para todos, quando percebemos que Jesus, com este milagre, quis mostrar que somos cegos. Por que Ele diz isso? Porque nós somos parte do povo que anda nas trevas, e Jesus é aquele que vem trazer-nos a luz da fé. 

O primeiro ato do cego, ao saber que Jesus está de passagem, é chamar Nosso Senhor, clamando por piedade. Esse é o processo da incipiente. As pessoas muitas vezes se aproximam de Cristo de uma forma um tanto imatura, indo à igreja para obter milagres, favores e resolver problemas. Por mais que essa fé pareça “interesseira”, ela não é de todo ruim, porque é a isca que Deus utiliza para nos atrair a Ele. Ora, ao tentarmos resolver nossos problemas, pequenos ou grandes, por meio da oração, aprendemos a pedir com insistência, como a viúva do Evangelho que escutamos recentemente (cf. Lc 18, 1-8).

Jesus, ao ouvir a oração, manda o cego aproximar-se, o qual prontamente lhe obedece. Devemos agir do mesmo modo. Quando nos aproximamos da Palavra de Deus e obedecemos aos Mandamentos, começamos a mudar de vida e então, ao escutar a ordem de Nosso Senhor, tornamos nossa fé mais vigorosa. O cego do Evangelho faz exatamente isso: ele professa a sua fé, confiando no poder de Cristo, por isso é curado. 

Eis o itinerário que devemos seguir: aproximarmo-nos de Jesus, rezar constantemente e pedir fé a todo momento, a fim de que ela esteja cada vez mais firme, à medida que formos meditando a Palavra de Deus, e nós, assim, sejamos capazes de dar o salto para a santidade.

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