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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21, 34-36)

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: “Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados por causa dos excessos, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós, pois cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de conseguirdes escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.

Neste dia em que a Igreja encerra o Tempo Comum do ano litúrgico, temos a alegria de recordar um beato cuja vida encarna perfeitamente o Evangelho de hoje, que já nos prepara, com severas admonições, para a vinda do Senhor neste próximo Natal. Trata-se do padre Charles de Foucauld, nascido no dia 15 de setembro de 1858, em Estrasburgo, no seio de uma família cristã e aristocrata. Foucauld perdeu ainda jovem a fé recebida em casa, passando a se entregar a uma vida de excessos e divertimentos que, nas palavras de Cristo, tornam o coração do homem pesado e insensível para as coisas de Deus. Membro da Cavalaria Francesa, foi enviado em expedição para a Argélia como oficial do exército. Lá, depois de muitas insubordinações que o levaram a abandonar a carreira militar, Foucauld partiu para o Marrocos disfarçado de rabino, a fim de conhecer mais de perto a geografia local e as culturas judaicas e muçulmanas que por ali habitavam. Imerso na vida pobre e austera daquele povo, acentuada pelo cenário desértico da região, o jovem burguês foi perdendo pouco a pouco, não sem a intervenção da graça, aquele embotamento de espírito que durante anos lhe haviam causado os prazeres da vida. Uma vez em Paris, aclamado por suas pesquisas no norte da África, Foucauld sentiu-se atraído novamente pela fé de seus pais. Converteu-se após uma confissão em 1886 e logo em seguida consagrou-se inteiramente a Deus. Fez-se monge trapista e, em 1901, recebeu o sacramento da Ordem, empenhado em voltar para a Argélia a fim de atrair para o Coração de Cristo os povos da região, especialmente os tuaregues, com os quais conviveu em pobreza extrema e com espírito de serviço, à semelhança da vida oculta da Sagrada Família de Nazaré. Morreu tragicamente no dia 1.º de dezembro de 1916, assassinado por um grupo de assaltantes. Hoje, coroado de glória no céu, o bem-aventurado Charles de Foucauld intercede por todos nós, a fim de que Deus nos conceda, como concedeu também a ele, a graça de uma rápida e profunda conversão, que nos livre daquela armadilha que cairá de repente sobre os duros e insensíveis de coração, mais preocupados em gozar desta existência do que em se preparar para a outra que há de vir.

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