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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 12, 54-59)

Naquele tempo, Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?
Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.

Celebramos hoje a Memória de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo canonizado nascido em território brasileiro, ou antes português. Afinal, Santo Antônio nasceu em Guaratinguetá quando o Brasil ainda era parte de Portugal, mas viveu o suficiente para ver os primeiros dois meses de nossa independência.

Nele vemos com que providência Deus dispôs que o primeiro santo canonizado de nossas terras, historicamente dedicadas à Virgem Maria, fosse devoto de Maria. De fato, no mesmo município em que nasceu Santo Antônio fora descoberta, anos antes, a pequena imagem de Aparecida.

Sim, a divina Providência tem suas histórias, por isso a santidade que pela primeira vez floresceu em nossos altares foi a de um brasileiro consagrado à Virgem Santíssima. Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, mariano desde pequeno, consagrou-se a Nossa Senhora com 27 anos, já ordenado padre, mergulhando a pena não no tinteiro, mas em sangue tirado do próprio peito para assinar sua consagração.

Defensor da Imaculada Conceição, como bom franciscano, inspirou semelhantes propósitos em inúmeros fiéis. São famosas, por exemplo, as chamadas pílulas de Frei Galvão, pequenas tirinhas de papel que, inscritas com a antífona: “Post partum, Virgo, inviolata permansisti. Dei Genitrix, intercede pro nobis”, do III Noturno das festas de Nossa Senhora, eram engolidas pelos fiéis como meio de crescer na fé e piedade mariana.

Foi desse humilde recurso que Deus quis se servir para que muitos se confiassem aos braços maternos de sua Mãe, não tocada por mãos humanas, inviolada e jamais corrompida. Se algo Frei Galvão deixou de herança ao povo brasileiro, certamente foi a devoção a Nossa Senhora.

Que ela interceda por nós e que Frei Galvão, por suas preces, ajude-nos a ser cada vez mais devotos dela, a fim de podermos também nós assinar com o próprio sangue nossa consagração à toda pura Mãe de Deus.

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