Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Mt 10,21-24)
Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.
Estamos no tempo do Advento, tempo de penitência, de vigília, de espera pela vinda do Senhor. O Advento é exatamente isso. “Advento” quer dizer a parousia: a presença ou visita de Deus em nossas vidas. Sim, Nosso Senhor veio dois mil anos atrás, quando nasceu da Virgem Maria em Belém. É a festa do Natal, que nós estamos preparando.
Mas Nosso Senhor virá em sua segunda vinda, no fim dos tempos, quando Ele vier glorioso para julgar vivos e mortos. Essas são as duas vindas de Cristo históricas, visíveis: uma na humildade do presépio, outra na glória do Juízo final.
Mas entre essas duas vindas existe uma terceira, que é a vinda de Cristo a nossa alma, e é exatamente para isso que foi instituído o tempo do Advento, ou seja, porque existe essa vinda, essa parousia e presença de Jesus em nossa alma.
A palavra parousia, que talvez você nunca tenha escutado, mas que é bem frequente em teologia, é reservada geralmente para a segunda vinda de Jesus: a parousia, portanto, é a segunda vinda de Cristo. Mas, etimologicamente, ela quer dizer o seguinte: a terminação ousia refere-se a um ser, e o prefixo para a algo presente. Parousia é, portanto, uma realidade presente, um ser que está aí. Jesus é uma presença, porque Ele está presente em nossas almas.
Como? Antes de responder a isso, é necessário recordar que Deus é uma Trindade de pessoas: Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Acontece que a Segunda pessoa da SS. Trindade, o Filho eterno, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas, e que por nós homens e pela nossa salvação desceu dos céus, encarnando-se no seio da Virgem Maria… é Jesus! Jesus é Deus feito homem. Quando falamos de Jesus, portanto, estamos falando claramente de Deus encarnado.
Ora, passados os seus dias aqui na terra, Nosso Senhor morreu, sofreu a paixão e ressuscitou ao terceiro dia, depois subiu aos céus; e agora, neste momento, o corpo físico e glorioso de Nosso Senhor Jesus Cristo está lá no Céu.
Onde é o Céu? Não o sabemos, mas há de ser algum lugar, porque corpos precisam de lugar. Nosso Senhor Jesus Cristo está no Céu; Ele também está presente de forma sacramental e substancial nos sacrários da Terra, nos quais o corpo de Cristo vivo, escondido debaixo do véu do sacramento, está reservado. Mas como é possível que este corpo de Cristo, que está no Céu e nos sacrários, esteja sempre conosco, seja presença e venha à nossa vida? Ora, Ele vem através do Espírito Santo.
O Evangelho de hoje diz que Jesus exultou no Espírito Santo, e a primeira leitura nos recorda, pela boca do profeta Isaías, que o “o Espírito repousará sobre Ele” (Is 11,2). É o Espírito Santo quem faz essa presença ilustre. Jesus, lá no Céu nos sacrários, envia o Espírito Santo para nos tocar a alma, e esse toque da graça cria em nosso coração uma presença real: não é uma presença fictícia, nem afetiva, não é uma metáfora.
É uma realidade: Nosso Senhor Jesus Cristo quer estar presente, quer estar tocando em nós. Esse toque da graça em nossas almas acontece, em primeiríssimo lugar, quando ouvimos a pregação do Evangelho, arrependemo-nos, estamos em graça por nos termos batizado ou confessado. Assim, ocorre uma modificação dentro de nós.
Uma vez ali, com toques suaves da graça, Jesus nos vai tocando o coração e despertando-nos para a sua presença. É Ele, o Ressuscitado, quem envia o Espírito Santo e vai tocando em nós.
Que não o percebamos, é uma pena; mas que pelo menos o saibamos, é uma maravilha! Vamos, então, viver intensamente esse tempo de Advento, no qual somos chamados a aumentar nossa vida de oração, nossa percepção desta vinda, destas visitas de Cristo no nosso dia a dia. Sim, Ele pode visitar e quer-nos visitar quando rezamos!
E estejamos atentos, porque também nos acontecimentos do dia a dia, nos momentos mais inesperados, Ele, o Ressuscitado, envia o Espírito Santo com o toque da graça e torna-se presente em nossas almas.
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Precisamos manter sempre aberta a porta do nosso coração para recebermos Nosso Senhor Jesus Cristo em nossa alma. Pois Ele está ao nosso lado!
Fatia de pão...
Ao chegar depois da comunhão em jejum, hora do café da manhã...
A sobra do dia anterior mostrava a última magra fatia de pão que, no suspiro da fome, trouxe o olhar da penitência...
Ao abrir o novo pão fatiado, com surpresa, se vê na parte que seria juntada à magra fatia daquele pão do dia anterior, uma nova fatia grossa, que não era para ser dessa espessura, mas o corte automático das máquinas a assim fez, para esse dia.
Nesta realidade, o sorriso e lágrimas de agradecimento pelo pão alimento e o encontro, naquele momento.
"Autor desconhecido"