Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 8, 18-22)
Naquele tempo, vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. Então, um mestre da Lei aproximou-se e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. Um outro dos discípulos disse a Jesus: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”. Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”.
No Evangelho de hoje, apresentam-se diante de Jesus duas pessoas. O primeiro, um mestre da Lei, diz a Ele: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que Tu vás” (Mt 8, 19), mas Jesus responde: “As raposas têm suas tocas, as aves do céu têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 20), mostrando assim que quem segui-lo enfrentará dificuldades. Em seguida, um dos discípulos de Cristo lhe pede: “Senhor, permita-me que eu vá primeiro enterrar o meu pai” (Mt 8, 21), mas novamente Jesus dá uma resposta inesperada: “Segue-me e deixe que os mortos sepultem os mortos” (Mt 8, 22).
Esses dois breves diálogos nos oferecem um ensinamento que ilumina nossas vidas. Primeiro, abraçamos a fé, quando Jesus aqueceu o nosso coração naquele Sermão da Montanha; e depois realizou milagres, como a cura do leproso e do servo do centurião. Mas essa realidade positiva, que como uma luz emana de sua pregação e de seus milagres, não deve nos iludir como se tudo fosse fácil. É necessário também renunciar a muitas coisas para seguir Jesus.
Por isso, Cristo nos mostra claramente dois exemplos que mais tarde serão a vida de consagração de muitos cristãos que renunciaram aos bens materiais, desapegaram-se da família e permaneceram firmes na obediência, seguindo Jesus. Ao longo dos séculos sempre houve membros da Igreja que viveram uma vida mais “radical” de renúncia, como a citada acima, e aqueles que não foram tão longe, sendo casados, não abandonando os seus bens e sem terem feito voto de pobreza. No entanto, é importante que todos aqueles que são discípulos de Cristo entendam: existe um preço para seguir Jesus.
Podemos achar a doutrina sublime, os milagres maravilhosos e a promessa da vida eterna estupenda, mas é impossível seguir Jesus estando em um comodismo burguês. Essa é uma das coisas mais perturbadoras do cristianismo atual. Talvez nunca na história da Igreja se tenha falado mais do que hoje que o cristianismo é a religião do amor e da misericórdia, e que Deus ama todos. Mas, no momento em que as pessoas ouvem que é preciso pagar o preço para seguir Nosso Senhor, manifestam a maior indignação: “Pare de ser fanático e tão radical! Por que fazer tudo isso?”
Como assim fanáticos? Podemos ser seguidores de Jesus Cristo comendo pipoca e assistindo a um filme no sofá? Simplesmente, não há lógica no argumento de querer seguir Jesus sem que Ele te faça mudar de vida! É fato: nós seremos incomodados, e isso é comprovado pela experiência da Igreja de dois mil anos.
Alguém pode dizer: “Ah, mas assim Jesus vai pedir aquilo que eu não quero entregar!”. Ora, ele fará isso justamente por ser o Deus de amor, pedindo exatamente aquilo que, em nossas mãos, apodrecerá; mas que, em seu Sacratíssimo Coração, serão eternas. Portanto, a nossa melhor escolha é oferecermos aquilo que mais amamos a Cristo, não tendo medo de entregar tudo a Ele, porque é apenas em seu sublime Coração que tudo persevera.
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Nos queremos ser realmente seguidores de Cristo?
Primeira Epístola de Timóteo 6,9-10: " A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro."
Tudo o que queremos conquistar na vida tem um preço, Jesus nos pede que renunciemos casa e família, ou seja, a nós mesmo em troca ele nos dá a vida eterna, mais é necessário o desapego a vida material.
...renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. O seguimento tem preço, a recompensa é infinita.