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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19,45-48)

Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

Celebramos hoje a Memória dos mártires vietnamitas Santo André Dung-Lac e seus companheiros. São ao todo 117 mártires, que morreram no que hoje chamamos Vietnã, mas que então eram os territórios de Tonkin Annam e de Conchinchina. No território de Annam, viveu um destes mártires, que era muito querido de Santa Teresinha do Menino Jesus, João Teófanes Venard.

Santa Teresinha guardou a foto de Teófanes Venard nas cortinas de sua cama na enfermaria e se inspirava muito no amor com que este jovem sacerdote de 31 anos entregou a vida a Deus. Ele, ainda pequeno, ouvindo falar de um mártir dali da sua região, seu conterrâneo, invejou-o e disse: “Eu quero ser mártir também”, entrou no seminário, foi ordenado sacerdote e, depois, entrou para as Missões Estrangeiras.

Quando foi enviado para o Oriente, ao receber a bênção de envio, os superiores e as pessoas ali presentes já beijaram os pés daqueles que partiam, venerando estes “mártires por antecipação”, já que era certo que eles iriam morrer mártires — as perseguições eram enormes, eles iam para um território totalmente hostil… Assim, Teófanes Venard, como um grande missionário, um grande presbítero, pregou o Evangelho naquela região, converteu muitas pessoas; ministrava o Batismo, a Eucaristia, inclusive a Crisma, porque tinha delegação do Administrador apostólico; e acompanhava os doentes no seu leito de morte dando a Extrema-Unção.

Fez toda a sua missão de sacerdote, sempre escondido para não ser percebido pelas autoridades. Estava tudo dando muito certo. O seu ministério florescia. No entanto, ele foi traído, exatamente por um cristão. Um mau cristão foi quem entregou o Padre Teófanes Venard às autoridades! Ele foi preso, engaiolado e, nessa sua gaiola de bambu, ele escrevia cartas para o seu pai e para os seus irmãos, dando muitos conselhos.

As cartas de São Teófanes Venard impressionaram muito Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela, com seu espírito missionário, admirava esta alma toda entregue a Deus no martírio. Ele escreveu sobre a felicidade de saber que irá morrer por Cristo. Por várias vezes ele escrevia em suas cartas: “Certamente é a minha última”, porque só estava esperando a sentença da execução; e, apesar disso tudo, ele se preocupou também com a salvação das almas de seus irmãos de sangue.

Ele era o segundo de quatro irmãos e escreveu para o seu irmão mais novo orientando-o a não se deixar seduzir pelas coisas do mundo, porque havia algo de mais importante. Ele, que ficou órfão de mãe muito jovem, escreveu ao seu pai dizendo: “Nós estamos aqui neste mundo de passagem, somos flores que serão colhidas por Deus e plantados no Céu”. Ou seja, fez uma analogia com a decapitação que ele iria sofrer; mas destacando que essa flor seria tirada daqui para ser plantada no Céu. Além disso, exortou a sua família, sobretudo as suas irmãs: “Alegrem-se quando vocês receberem a notícia do meu martírio, porque morro feliz. Morro por Cristo”.

Eis a alegria dessa alma, esposa de Cristo, ao saber que iria se encontrar com Aquele a quem amava e a quem veria muito em breve! O sonho da sua vida realizado: o martírio!

Que São Teófanes Venard, Santo André Dung-Lac e seus companheiros, os 117 santos vietnamitas, intercedam por nós, e alcancem-nos a graça de ter um amor tão grande por Jesus ainda aqui na terra.

COMENTÁRIOS

Purificação do Templo (Mt 21,12-17; Mc 11,15-19; Lc 19,45-48; cf. Jo 2, 13-17).Observações: É antiga entre os exegetas a discussão se os sinóticos e Jo relatam a mesma cena: se o episódio em nada difere do que se lê em Jo 2,13ss, salvo a menção ao azorrague (cf. 2,15), é ao menos provável que se trate, sim, de episódios distintos, dada a diferença de circunstâncias de tempo. Alguns deduzem de Mc 11,12 que a purificação do Templo ocorreu um dia após o Domingo de Ramos; contudo, Mc 11,12 fala apenas da maldição da figueira, e não da expulsão dos vendilhões, razão por que é melhor ater-se à ordem seguida por Mt e Lc.

V. 45. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. Aquando das festas pascais, muitos acorriam ao Templo não para rezar, mas para fazer negócio. Na parte exterior, no chamado átrio dos gentios, havia uma espécie de empório onde se vendia aos peregrinos todo o necessário para os sacrifícios rituais (e.g., óleo, vinho, sal, touros, cabras, ovelhas, rolas e outras vítimas prescritas pela Lei). Era comum a presença de cambistas para trocar o dinheiro profano que circulava nas províncias do Império pelo shekel hebraico, única moeda permitida no Templo. — Como visse tantos gananciosos a profanar a casa do Pai, Jesus encheu-se de ira divina e (como se pode supor), revestido de sobrenatural majestade, fez um chicote de cordas (cf. Jo 2,15) e expulsou dali os mercadores.

V. 46. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’, i.e., consagrada à oração e ao Deus (cf. Is 56,7); no entanto, vós fizestes (em gr., ποιεῖτε = fazeis) dela um antro de ladrões (cf. Jr 7,11), do que se pode inferir que os negociantes em questão eram também sacerdotes, oficialmente encarregados de servir o Templo e de organizar o culto divino. Jo acrescenta (2,17) que os discípulos, quer na mesma hora, quer (o que é mais provável) depois da Ascensão, se lembraram das palavras do Sl 68,10: O zelo da tua casa me consome, claramente alusivas ao Messias. — Mc (11,16) acrescenta que Jesus não consentia que se transportassem vasos (σϰεῦος, lato sensu = instrumentos, utensílios, objetos etc.) pelo Templo. Ainda segundo Mc (11,18), ao ouvirem isto, os príncipes dos sacerdotes e os escribas se encolerizaram a tal ponto, que procuravam modo de o perder; mas o temor ao povo, tomado de admiração, os impedia de lhe lançarem mãos.

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