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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc
10, 13-16)

Naquele tempo, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: "Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas.

Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

Receber o Reino de Deus como criança significa, antes de tudo, entregar-se ao Pai com confiança e espontaneidade, com a candura e a simplicidade típicas de um espírito inocente. Não se trata, portanto, de infantilismo nem de comportar-se como um "mimado", para quem o centro do mundo se confunde com os próprios interesses e desejos. Jesus nos chama, no Evangelho de hoje, a reassumir aquela postura de amizade íntima e confiante com que Adão e Eva, antes do pecado, se relacionavam com Deus; foi justamente após a Queda que, vendo-se nus, eles se ocultaram não só de vergonha, mas sobretudo por medo do Senhor: "O homem e sua mulher", diz o livro do Gênesis, "esconderam-se da face do Senhor Deus, no meio das árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, e disse-lhe: 'Onde estás?' E ele respondeu: 'Ouvi o barulho dos vossos passos no jardim; tive medo, porque estou nu; e ocultei-me'" (Gn 3, 8-10). Precisamos deixar que Cristo, associando-nos aos seus sofrimentos, trabalhe e purifique nossas paixões desordenadas que, como que borbulhando em nosso espírito, nos fazem indóceis ao toque suave da graça e desconfiados da bondade de tão amável Senhor. Peçamos-lhes, pois, que nos dê um coração de criança, para que possamos receber o Reino de seu Pai com as devidas disposições.

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