Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 13-16)
Naquele tempo, disse Jesus: “Ai de ti, Corazim! Aí de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura do que vós. Ai de ti, Cafarnaum! Serás elevada até o céu? Não, tu serás atirada no inferno. Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos rejeita, a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou”.
Celebramos hoje a Memória dos santos mártires brasileiros Santo André de Soveral, Santo Ambrósio Ferro e seus companheiros, os quais defenderam corajosamente a fé católica e preferiram morrer a negar seu amor e devoção à Santa Eucaristia.
Por volta de 1645, o Rio Grande do Norte havia sido invadido pelos holandeses — que em sua maioria eram calvinistas — e, por uma série de arbitrariedades e crueldades, aprisionaram vários cristãos em duas ocasiões: a primeira, em julho daquele ano, na cidade de Cunhaú; a segunda, no dia 3 de outubro, em Uruaçu.
Ao todo, foram 30 mártires registrados, entre os quais havia dois sacerdotes: André de Soveral, que tinha sido jesuíta e passou para o clérigo diocesano, e Ambrósio Ferro, um português. No entanto, apesar de terem sido apenas 30 canonizados, numerosos leigos também morreram — estima-se que os mortos massacrados foram em torno de 70.
Sim, massacrados, pois os algozes queriam obrigar os católicos a abraçarem o calvinismo e, por eles terem se recusado a fazer tal ato, sofreram inúmeras torturas. Suas línguas foram arrancadas para que não pudessem rezar, crianças eram decepadas ao meio, muitos padeciam com a degolação, mas eles bravamente enfrentaram esses suplícios porque, em seus corações, havia a certeza de que era somente na Santa Igreja Católica e na verdadeira fé que poderiam ser salvos e levados ao Céu.
Isso pode soar um tanto preconceituoso em tempos de tanto relativismo religioso. De fato, o diálogo ecumênico pode, sim, ser praticado. No entanto, nós, católicos, nunca renunciaremos à nossa fé, a qual nos ensina que os meios sobrenaturais da graça estão nos sacramentos da Igreja Católica. Infelizmente, quando Lutero e Calvino fizeram a sua reforma — ou melhor, uma rebelião contra o poder dos sacerdotes —, os protestantes abandonaram o sistema sacramental da Igreja. Por isso, podemos definir o protestantismo como uma religião cristã sem sacerdócio ordenado. Nós, católicos, por outro lado, cremos verdadeiramente que é através dos sacerdotes e dos sacramentos por eles administrados que recebemos os instrumentos da nossa salvação.
Ora, abandonar essa verdade é como jogar fora um bote salva-vidas em pleno náufragio, pois só podemos ser salvos pelos meios divinos e sobrenaturais que Nosso Senhor Jesus Cristo deixou na sua Única e Santa Igreja Católica.
Peçamos, pois, a intercessão destes santos mártires brasileiros, a fim de que, como eles, nós nos tornemos homens e mulheres de fé sólida, dispostos a derramar o sangue para viver e morrer na verdadeira Igreja de Cristo, a Igreja Católica.




























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