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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 2, 23-28)

Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”

Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.

E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado”.

Celebramos hoje a memória do diácono S. Vicente, martirizado no séc. III durante as perseguições do imperador romano Diocleciano contra os cristãos. S. Vicente deu testemunho definitivo de Cristo na cidade de Saragoça, na província de Hispânia Tarraconense, poucos anos antes de o culto cristão ser finalmente permitido por Constantino I. Orago do Patriarcado de Lisboa, S. Vicente está vinculado também à história do nosso país: basta lembrar, v.gr., que o território que corresponde ao atual estado de São Paulo chamava-se, no “período colonial”, Capitania de São Vicente, em homenagem ao mártir aragonês. Também Santo Agostinho, já no século IV — apenas um século após o martírio de Vicente, portanto —, podia afirmar que em todo o Império não havia uma única vila, por pequena que fosse, que não contasse com ao menos uma igreja dedicada a este diácono que tanto sofreu por amor a Jesus Cristo. E a esperança na vida futura que ele, durante seus grandes tormentos, manteve com heroísmo sobrenatural é o tema de que nos fala hoje a Epístola aos Hebreus. Em Hb 6, 19, com efeito, o autor sagrado compara a esperança cristã com a âncora de um navio: assim como uma embarcação bem ancorada está segura contra ondas e tempestades, assim também o cristão, cuja âncora é lançada, não no fundo do mar, mas nas alturas do céu, está seguro, em meio às tormentas da vida, de que nada o poderá arrebatar do amor de Cristo. O fundamento desta esperança, ainda segundo o autor sagrado (v. 20), é o fato de Jesus, como nosso precursor e sumo sacerdote, ter entrado por nós no santuário divino, para que, como membros do seu Corpo, sejamos um dia reunidos à nossa Cabeça. Para isso, contamos com o patrocínio e a intercessão de S. Vicente e de todos os santos da corte celeste, a quem podemos e devemos recorrer diariamente para conseguirmos, por seu auxílio, a graça de perseverarmos na fé e na esperança, alegres por saber que logo, logo se nos rasgará o véu da eternidade que está à nossa espera.  

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