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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 3 ,31-35)

Naquele tempo, chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Que Maria SS. tenha conservado íntegra e incorrupta sua milagrosa virgindade ao longo de toda a vida é uma verdade de fé profetizada no Antigo Testamento (cf. Is 7, 14; Ez 44, 2), atestada no Novo (cf. Mt 1, 18.22-23) e definida expressamente pelo Magistério eclesiástico. Todos os fiéis cremos nisso sem dificuldade. O que poucos sabem, no entanto, é que, de acordo com a sentença mais comum e provável, nossa Mãe SS., ainda muito jovem, consagrou-se a Deus com o firme propósito — ratificado com um voto — de manter-se virgem até o fim da vida, como se deduz daquelas palavras cheias de admiração que ela dirigiu a S. Gabriel Arcanjo: “Como se fará isso, pois não conheço homem?” (Lc 1, 34). Foi porém um voto condicional, sujeito à vontade divina, uma vez que na sociedade judaica de então a virgindade consagrada era uma instituição quase inexistente e muito pouco valorizada. Todo judeu, com efeito, sentia-se obrigado a deixar descendência, penhor da vinda do futuro Messias.

Por isso, podemos dizer que os esponsais que Maria celebrara com S. José foram, antes de tudo, uma manifestação da sublime obediência com que ela, embora nutrisse em seu coração o desejo de ser toda de Deus, submetia-se não apenas aos legítimos costumes de seu povo, mas também ao livre beneplácito divino. Mas Deus, que tudo dispõe com ordem e sabedoria, entregou a Mãe de seu Filho ao justo e castíssimo José, em cujo coração também ardia o desejo de entregar-se virginalmente ao serviço do Senhor. Pois o amor matrimonial, embora encontre na união dos corpos uma de suas mais belas expressões, não se reduz à sexualidade, senão que está chamado a ser sobretudo aliança de almas, escola de santidade e preparação para as verdadeiras bodas com Deus no céu. — Que o sagrado casal de Nazaré, cujos esponsais comemoramos hoje, abençoe a todas as nossas famílias, ensinando-lhes a viver casta e santamente o amor conjugal com que Deus as uniu.

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