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O farol que nos ilumina e atrai

Cristo quis ser exaltado na Cruz para que, como um farol que permanece inamovível sobre o ondular incessante das águas deste mundo, pudéssemos conhecê-lo e, conhecendo-o, fôssemos movidos a amá-lo, vendo em sua exaltação no madeiro a prova da sua caridade e o preço da nossa salvação.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 3, 13-17)

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.

Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.

Celebramos hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. Nesta festa, nós queremos não somente glorificar a Deus pelo grande mistério da nossa salvação, que é a Cruz de Cristo, mistério esse que nós adoramos, veneramos e louvamos em todas as santas Missas; mas queremos parar para contemplar essa verdade e de fato compreender a força e a atração que a santa Cruz exerce sobre nós. Vamos parar um pouco para entender isso.

No Evangelho, Jesus, falando com Nicodemos, diz que, quando Ele for elevado, atrairá todos a si. Aqui, Ele está recordando exatamente a realidade do Antigo Testamento. Quando o povo de Israel estava no deserto, pecou e começou a ser mordido por serpentes, Deus pediu a Moisés que fizesse uma serpente abrasadora (uma serpente de bronze) e a colocasse no topo de uma haste. Todos aqueles que olhassem para aquela serpente seriam curados.

Trata-se de uma realização profética que fez com que nós preparássemos o nosso coração para a verdadeira estaca na qual somos curados das mordidas da serpente: a Cruz de Cristo. Todos nós somos mordidos por cobras, e as cobras que nos mordem são os nossos próprios pecados, a nossa miséria, a nossa desgraça. Todos nós estamos, sim, mordidos e condenados à morte, se não tivermos um soro antiofídico, o antídoto contra o veneno; e esse antídoto está dentro de nós, consiste em sermos atraídos por Jesus.

Porém, ninguém se sente atraído por algo se antes não o conhece. Ou seja, as pessoas entendem que precisam amar Jesus. As pessoas que param para estudar descobrem que, para amar, deve haver um movimento da vontade. Então, num ato de vontade — não são os sentimentos — é preciso querer uma aliança com Jesus, mesmo que esteja doendo, mesmo que seja contrário a tudo aquilo para que o mundo, o diabo e a carne nos atraem. É necessário querer amar Jesus e se unir a Ele

 Até aí as pessoas conseguem enxergar, mas elas não entendem que a vontade é uma faculdade cega. Ou seja, como você vai querer se unir a Jesus, se você antes não foi tocado em sua inteligência? A vontade não sabe das coisas, quem sabe é a inteligência, e é exatamente sabendo deste mistério que nós somos atraídos para ele.

A Igreja, nossa Mãe, coloca-nos diante do mistério da Cruz de Cristo para que o meditemos no dia de hoje, para que o conheçamos profundamente e para que entendamos essa verdade, deixando-nos por ela  iluminar, de tal modo que mobilize a nossa vontade e nos faça querer ser unir a Jesus.

Esse é o soro que vai nos salvar! Porém, se você não busca a verdade, não irá mudar de vida. Esse é o problema. Se você passa o dia inteiro pensando bobagem, colocando lixo na cabeça, pulando de um site para outro, de uma notícia para outra, de uma rede social para outra, de um programa para o outro, a sua inteligência não está sendo “iluminada”, mas obscurecida por essas futilidades. É evidente que, se é isso o que você põe na sua inteligência, isso moverá a sua vontade e, certamente, não é para perto de Deus. A pessoa fica a todo momento levando picada de cobra e não quer morrer!

As cobras que invadem o acampamento dos israelitas, ou seja, as cobras que estão mordendo as almas dos cristãos hoje em dia são essas serpentes que estão aí, mentiras, ilusões, falsas verdades e artimanhas, que nós encontramos o dia inteiro, a que assistimos e de que nos alimentamos. Por isso, vamos sendo iluminados naquela direção, pela luz tenebrosa das serpentes. A nossa vontade é atraída, e é isso o que nós terminamos querendo. Jesus, como um farol, hoje é exaltado na santa Cruz: “Stat crux dum volvitur orbis”, a cruz está de pé, enquanto o mundo dá voltas e gira, gira, gira… Mas a Cruz está lá, como um farol que nos atrai e luz que ilumina a nossa inteligência. Essa é a luz da graça que ilumina a inteligência e atrai a vontade para nos unirmos àquele que nos amou na Cruz. “Deus amou tanto o mundo, que enviou o seu Filho ao mundo para que todo o que nele crer”, iluminado e tocado por essa luz, “não pereça” mordido pelas serpentes, “mas tenha a vida eterna”.

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